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quarta-feira, 16 de julho de 2008

Firmeza na Verdade (Satiagraha)

Em 2005 quando estourou o mensalão, ficamos atônitos, todos nós custávamos a acreditar no que víamos, e mal sabíamos como reagir.

A popularidade do presidente despencou no auge do mensalão. Muitos acreditaram na oposição e na imprensa. Alguns aliados passaram para a oposição do PSOL.

Muitos acreditaram naquele movimento golpista. Depois de 3 CPI's, o PGR, a PF, a Receita Federal, o COAF investigando de cabo a rabo, o que encontraram de fato foi caixa-2 de campanha (inclusive usada para enriquecimento ilícito no caso de alguns deputados dos partidos fisiológicos, com lavagem de dinheiro).

Com o correr do tempo, todos aqueles que seguiram o denuncismo perceberam a picaretagem da oposição e da imprensa que queria sangrar o governo politicamente.

Agora estamos de novo diante da mesma provação.

Há uma guerra de contra-informações, tiram diálogos de contexto, colocam palavras na boca dos outros, tudo com o "padrão" PIG de credibilidade.

Se vacilarmos os demo-tucanos vão jogar o lixo deles (Dantas) no quintal da gente.

É simplismo desacreditar o governo Lula e sua PF só por causa do delegado Protógenes Queiroz sair do caso. Foi essa PF que levou Dantas e centenas de outros à cadeia.

É simplismo acreditar que o governo tem medo de Dantas por causa de meia dúzia de gravações lobistas para o planalto, sem aparecer qualquer ato de corrupção nestas gravações por gente do Planalto.

Acreditar nisso é acreditar no mensalão II.

O trabalho do delegado Queiroz é irreversível, e ele continua na PF.

Ele preside o inquérito até sexta-feira. Nesta quarta tomará depoimento de Daniel Dantas (que naõ abrirá aboca) e na sexta-feira relatará o inquérito. Ao voltar do curso de 1 mes, continuará com 2 inquéritos. É o que declarou ao Terra Magazine.

As 210 páginas produzidas pela equipe de Queiroz e entregue ao Juiz De Sanctis, não são apagadas com a saída do delegado. Elas estão lá com todos as escutas, os levantamentos financeiros, a tentativa de suborno, a corrupção de jornalistas. As provas colhidas nos mandatos de busca e apreensão, tudo continua lá.

As próprias fissuras abertas na Polícia Federal colocou muitos outros delegados em saia justa. Certamente haverá uma limpeza que nós nem estamos sabendo ainda.

Do ponto de vista político, parlamentares fisiológicos que hoje apóiam o governo, mas antes apoiavam FHC, é claro que estão com medo das investigações chegarem a eles. E se o governo não tiver um mínimo de jogo de cintura política, destruirá a maioria governista no Congresso e paralisa o governo.

Eu duvido que o presidente vá cercear a PF. E duvido que se quisesse teria jeito nos 2 anos que falta. Pelo contrário, se enveredasse por esse caminho, cairia pelas mãos da própria PF. Sempre haverá um delegado Bruno à espreita de qualquer deslize.

O governo Lula deve é mexer uns pauzinhos para baixar a temperatura política, e ceder em coisas acessórias como algum uso de algemas, restrição de câmeras de TVs nas prisões, para não ceder ao combate do crime organizado e da corrupção.

Lula sabe que se houver corrupção no governo dele, sem o controle da PF, o governo será derrubado pela oposição.

O que está um desastre no governo é a comunicação (ver nota abaixo).

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