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segunda-feira, 7 de julho de 2008

Correspondentes conquistam a baixa renda


Os correspondentes - sistema de prestação de serviços típicos dos bancos em estabelecimentos de varejo - já são utilizados por 90% do público de baixa renda (com renda individual até R$ 800,00), revela um estudo desenvolvido pelo Instituto Fractal de Pesquisas.

"A baixa renda, que não pode pagar tarifas bancárias, é quem mais se beneficia dos serviços dos correspondentes. Para eles, utilizar os serviços dos correspondentes é a única forma de bancarização possível", afirmou o diretor-presidente da Fractal, professor Celso Grisi.

O surgimento dos correspondentes no início desta década levou os se1rviços bancários a cerca de 1,6 mil cidades do Brasil que não contavam com nenhum tipo de atendimento e oficialmente zerou o número de municípios sem presença de instituição financeira. Os correspondentes prestam atendimento a cerca de 45 milhões de brasileiros, uma população desprovida do atendimento tradicional de agências bancárias.

Dados do setor mostram que a proporção de correspondentes é de um posto de atendimento para cada 3,9 mil habitantes, enquanto que a proporção de agências bancárias é de uma para 10,3 mil habitantes.

O aumento no número de correspondentes bancários em relação ao número de agências é impressionante. Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) existiam em 2007 no Brasil 84.332 postos de atendimento de correspondentes, um aumento de 15,5% em relação a 2006, quando existiam 73.031 postos. Em 2007 existiam 18.308 agências bancárias, um crescimento de apenas 1,3% em relação ao ano anterior, quando haviam 18.067 agências.

Segundo o Banco Central (BC), a Aymoré, financeira do banco Real ABN Amro, é o correspondente que tem mais postos no Brasil: 41 mil no total. Em segundo lugar está o Bradesco, com 19,474 postos e em terceiro a Caixa Econômica Federal, com 13,901 postos. O Banco do Brasil (BB) está em quarto lugar, com 8,906 postos. A distância média entre o cidadão e uma agência bancária - que era de 53 quilômetros no Brasil em 1999, foi reduzida para cerca de 3 quilômetros com o surgimento dos correspondentes.

A pesquisa revela que a maioria dos usuários dos serviços dos correspondentes (68%) tem até 40 anos, 69% tem renda familiar mensal até R$ 1,5 mil e 98% tem até o ensino médio completo. Entre os estabelecimentos mais freqüentados, os mais citados foram as casas lotéricas, com 95%, seguido dos supermercados, com 35%, correio, 19% e lojas, 10%. Os entrevistados podiam citar mais de uma opção.

A maior parte dos entrevistados (82%) afirmou ir ao posto de atendimento do correspondente para pagar contas de água, luz, gás e telefone, 54% vão para adquirir serviços não-financeiros, como compra de cartões de crédito e débito e cartões pré-pago de celular, 12% fazem pagamentos de boletos e carnês de cobrança do banco e instituição conveniadas e 5% fazem saques em conta-corrente, poupança e benefícios.

Quando perguntados sobre o principal motivo de usar o serviço dos correspondentes, 100% dos entrevistados citaram a proximidade de casa, 88% citaram agilidade na prestação de serviços, 81% boa qualidade do atendimento, 76% horário de atendimento estendido e 61% disseram que o posto está localizado em seu trajeto habitual.

A maioria dos pesquisados (59%) afirmou ir ao posto de atendimento de correspondente de duas a quatro vezes por mês e 39% disseram ir mais de 10 vezes por mês. O correspondente mais conhecido dos entrevistados é a Caixa, que teve 90% das citações, seguida do Bradesco, com 70% e Banco do Brasil, com 35%.

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