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quarta-feira, 25 de junho de 2008

Em alta, Brasil vira alvo de disputas comerciais



Diante de empresários brasileiros e autoridades governamentais, o Presidente Lula falou sobre os avanços sociais e econômicos do País. Lula disse que, o Brasil deixou de ser um mero coadjuvante no cenário internacional e por isso tem sido alvo de críticas e disputas comerciais por parte dos países desenvolvidos.

"Tivemos a sorte de encontrar petróleo e poderemos nos tornar o terceiro maior produtor do mundo, sem precisar usar turbante de xeque árabe", destacou o presidente sobre as recentes descobertas de óleo leve na camada pré-sal na bacia de Santos.

Na opinião de Lula, a maior importância do Brasil no âmbito político e na esfera comercial têm criado problemas de disputa internacional. Como exemplo, citou as queixas dos países ricos à produção do etanol.

"Começou-se a dizer que no Brasil nós praticamos trabalho escravo, por exemplo, no corte de cana-de-açúcar. Tenho dito que o trabalho (na cana) é penoso, eu não gostaria de fazer, mas não é mais penoso do que o trabalho nas minas de carvão no século passado. Não vamos aceitar essas acusações, que tentam colocar obstáculos ao nosso avanço", disse o presidente numa crítica direta aos países ricos.

Lula afirmou que o governo federal junto com a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) atua para melhorar a situação dos trabalhadores nas lavouras de cana-de-açúcar.

Estavam presentes no evento, entre outros, o presidente do banco Itaú, Roberto Setubal, Roger Agnelli, da Vale do Rio Doce, Abílio Diniz, do Grupo Pão de Açúcar e Antonio Carlos Valente, da Telefônica, além do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), e do prefeito paulistano Gilberto Kassab (DEM).

O presidente também criticou as políticas restritivas de imigração dos países desenvolvidos e argumentou que essas nações temem perder o "status quo" com o crescimento dos emergentes. "O vento frio da xenofobia sopra outra vez sua falsa resposta para os desafios da economia e da sociedade. Hoje como ontem o desemprego, a fome e a instabilidade financeira reclamam maior coordenação entre as nações e maior solidariedade entre os povos", ressalvou Lula, defendendo a solidariedade aos países pobres.

A União Européia (UE) decidiu, na semana passada, que imigrantes ilegais podem ser detidos por até 18 meses. Eles ainda estariam impedidos de retornar ao bloco europeu num período de até cinco anos.

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