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sábado, 7 de junho de 2008

Dificuldades começaram por pressão de empréstimo oficial


O ex-chefe da Casa Civil do governo Fernando Henrique Clóvis Carvalho integrou, durante quatro meses, o Conselho de Administração da Varig. Ao seu lado estava o economista José Roberto Mendonça de Barros, ex-secretário da Câmara de Comércio Exterior (Camex), Arnim Lore (que foi presidente executivo da Varig), Luiz Espínola e Joaquim Fernandes Santos. Eles foram empossados no comando da empresa enquanto a companhia faturava anualmente R$ 8 bilhões e liderava a aviação comercial brasileira doméstica e internacional.

Realizado em pleno processo eleitoral, enquanto transcorria a campanha presidencial, os acionistas da Varig sofreram pressão dos credores estatais, entre eles a BR Distribuidora, Banco do Brasil e Infraero. Mediante ameaça de paralisação da empresa por falta de combustível e proibição para uso dos aeroportos, a Fundação Rubem Berta concordou em nomear os nomes indicados pelo Comitê de Credores. Na relação de indicados, aparecia Clóvis Carvalho, que passou a cuidar das relações da empresa com os fornecedores públicos.

Menos direitos

No comando da Varig, os representantes oriundos do governo tucano elaboraram um documento no qual os acionistas renunciavam a uma série de direitos, passando a serem meros espectadores da gestão que eles passariam a ter na companhia.

O argumento seria a injeção de US$ 500 milhões a serem realizados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), na época presidido por Eliezer Batista. A derrota de José Serra nas urnas e a eleição de Lula deram um novo cenário para a empresa.

Nas conversas com a equipe de transição, principalmente com José Dirceu, ficou acertado que haveria apoio do novo governo e que os tucanos poderiam ser afastados da Varig, o que acabou acontecendo em 25 de novembro de 2002 com a renúncia coletiva do então comando.

Se o cenário fosse outro, com a eleição do candidato do PSDB, não restaria outra alternativa aos acionistas, a não ser entregar por coação o comando da empresa que faturava U$ 400 milhões por mês aos gestores.

O ex-chefe da Casa Civil e Mendonça de Barros tiveram nesta operação, além do apoio irrestrito das estatais, o respaldo do Unibanco, que indicou Arnim Lore, que tinha sido ex-diretor do banco. No final dos quatro meses, a instituição bancária tinha zerado toda a sua exposição, recebendo mais de R$ 200 milhões. Com a vitória de Lula e o clima eleitoral de transição pacífica colocaram-se panos quentes na divulgação desta operação.Do JB, um jornal que não é Petista

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