Mais de cem prefeituras do estado de São Paulo têm crédito aprovado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), mas apenas as prefeituras de Praia Grande, Campinas e São Paulo conseguiram empréstimos nos valores citados pela Polícia Federal na coletiva de imprensa sobre a Operação Santa Teresa, de acordo com o levantamento do Centro de Informações da Gazeta Mercantil a partir de dados do próprio banco.
A prefeitura de Praia Grande, litoral paulista, obteve dois financiamentos para urbanização e implantação de infra-estrutura. Um no valor de R$ 124 milhões, dos quais já foram liberados R$ 40 milhões. Outro no valor de R$ 32 milhões. Para São Paulo, os recursos superam R$ 2 bilhões quando somadas as operações de crédito junto à instituição. E Campinas têm projetos de R$ 179 milhões.
Outro levantamento da Gazeta Mercantil apurou que as redes varejistas Lojas Marisa, Lojas Americanas, Ponto Frio, Magazine Luiza e Pão de Açúcar obtiveram empréstimos do BNDES nos últimos anos.
Para a Marisa, - loja varejista que supostamente estaria envolvida no desvio de verbas do BNDES e que teve o executivo Boris Timoner, ligado à loja preso ontem - estariam aprovados R$ 114,7 milhões em 2006. A justificativa do empréstimo era a abertura de mais 19 lojas, ampliação de 30 e reforma de 12 unidades. O projeto contemplou os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Bahia, Ceará, Pará, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Rio Grande do Norte, Alagoas, Maranhão, Amazonas, Rondônia, Tocantins e Acre. A operação previa ainda a geração de 2,1 mil empregos diretos.
Procedimentos do banco
Uma fonte do BNDES disse à este jornal que o BNDES, antes de aprovar recursos para um projeto, analisa a documentação entregue e parte do princípio de que os "documentos são verdadeiros". Depois de chegar ao banco, o projeto candidato a um empréstimo é enquadrado, depois analisado no seu respectivo departamento para então seguir para a diretoria. Se aprovado, dois meses depois têm-se os contratos assinados.
No caso das prefeituras, segundo essa fonte, o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) ajudou a acelerar o procedimento de aprovação. "Os municípios não precisam mais entrar na fila que o Banco Central exigia". A fila, segundo ele, nada tem a ver com a situação financeira das prefeituras, mas sim com questão de limites de empréstimos públicos e política monetária.
Na coletiva à imprensa, a Polícia Federal disse que não poderia revelar o nome da prefeitura ou da loja da rede de varejo envolvida por questão de sigilo. Por nota, o BNDES se colocou à disposição da PF. "Em respeito aos princípios de transparência e rigor na utilização dos recursos públicos sob sua responsabilidade". Entenda o caso lendo mais aqui
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