A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira a 10ª fase da Operação Zelotes, que investiga desvios no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão ligado ao Ministério da Fazenda que julga recursos contra a cobrança de impostos.
Nesta fase, são investigadas nove pessoas e duas empresas, entre as quais a consultoria Kaduna, do economista Roberto Gianetti da Fonseca, ligado ao PSDB e secretário executivo da Câmara de Comércio Exterior no governo de Fernando Henrique Cardoso. Gianetti é acusado de ter recebido pagamentos de até R$ 8 milhões para beneficiar a siderúrgica Paranapanema em um processo de cobrança fiscal ocorrido em 2014.
Roberto Gianetti da Fonseca é amigo de longa data do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB. Giannetti também é um dos colaboradores da campanha política do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência. Ele é o idealizador de uma proposta chamada de “Manifesto Compromisso da Força Centro Democrático” elaborada com o objetivo de mostrar que o tucano propõe um novo modelo de governança.Amigo de Doria e do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, Giannetti é vice-presidente conselho do Lide, empresa fundada pelo tucano Doria
A Policia Federal diz que parte da quantia que Gianetti recebeu teria sido repassada a advogados que, por sua vez, teriam feito pagamentos a dois conselheiros do Carf para que votassem a favor da empresa. Os prejuízos aos cofres públicos seriam de R$ 650 milhões em créditos tributários não pagos, em valores atualizados.
As medidas foram autorizadas pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal do DF, responsável pela Zelotes.
A ligação entre o acusado e Doria se estendia para as empresas do tucano. Desde o segundo semestre de 2016, após a vitória de Doria na corrida para a Prefeitura de São Paulo, o economista ocupa o cargo de vice-chairman do Lide, grupo que, entre outras coisas, organiza eventos entre líderes empresariais e autoridades públicas.
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