A mortalidade infantil no Brasil voltou a mostrar números preocupantes, depois de mais de uma década com melhoras significativas. O número de mortes entre um mês e quatro anos de vida subiu 11%, segundo dados do Ministério da Saúde atualizados em 2016 e divulgados pelo jornal Valor Econômico nesta segunda-feira (14).
Esse crescimento é considerado generalizado. Apenas Rio Grande do Sul, Paraíba, Distrito Federal e Sergipe registraram redução da mortalidade nessa faixa etária. Em Roraima, de acordo com a reportagem, as mortes mais do que dobraram.
As mortes entre crianças de um mês de vida e um ano cresceram 2% em todo o país e, as chamadas mortes neonatais, que consideram até um mês de vida, continuam caindo, mas em ritmo menor, o que também preocupa.
Os dados brutos, de acordo com o Valor, foram consolidados pelo Observatório da Criança e do Adolescente, mantido pela Fundação Abrinq, e indicam uma piora na taxa, para 12,7 mortos em mil nascidos vivos em 2016.
Especialistas apostam que o encolhimento em programas sociais de assistência à saúde das mães e também relacionados à nutrição infantil e ao aleitamento materno motivaram a piora nos números. Um deles, o programa Rede Cegonha, voltado ao pré-natal, parto e nascimento, e o desenvolvimento da criança até os dois primeiros anos de vida recebeu do Governo Federal R$ 21 milhões de R$ 172 milhões previstos, em 2015. No ano seguinte, o valor liquidado caiu a R$ 18,3 milhões, dos R$ 117 milhões previstos.
O Brasil, apesar desses retrocessos, cumpriu, em 2012, a meta do milênio de reduzir em dois terços a mortalidade infantil entre 1990 e 2015. Os dados do Ministério da Saúde para 2016 ainda não foram totalmente consolidados.
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