A blogueira Cynara Meneses gravou um vídeo puxando a orelha dos candidatos progressistas por não terem se unido em uma candidatura única e agora correm o risco de ficar todos fora do segundo turno pela divisão de votos.
Ela cita o Rio de Janeiro, onde Jandira (PCdoB) e Freixo (Psol) disputam o mesmo eleitorado suficiente para levar um dos dois ao segundo turno. Mas divididos podem ficar os dois fora. Em Porto Alegre, Raul Pont (PT) e Luciana Genro (PSol). Em São Paulo Haddad (PT) e Erundina (Psol). Em todos os casos, nenhum deles está garantido no segundo lugar, podendo ficar todos fora do segundo turno.
Tá certa, mas o que fazer? Está nas mãos do próprio eleitor unir essas candidaturas votando na que tiver mais chances.
Na minha opinião, desde que houvesse a condição que falarei a seguir, achei certo PT, PCdoB e Psol lançarem candidaturas próprias, porque gera mais politização na sociedade e até equilibra mais os debates na TV tendo mais de um candidato do campo progressista. Erundina foi fundamental nos debates. Jandira lavou nossas almas.
Mas para isso funcionar melhor teria uma condição: que candidatos do PT, PCdoB e Psol fizessem um acordo. Caso todos estivessem em risco de ficar fora do segundo turno, os que estivessem atrás nas pesquisas apoiassem aqueles que estivessem na frente no final da campanha.
Como esse acordo não foi feito entre os candidatos, cabe ao próprio eleitor tomar essa decisão por eles. É o que chamam de voto útil.
Em São Paulo, entre Erundina e Haddad, só Haddad está com chances de ir ao segundo turno. Mas Haddad ainda corre o risco de ficar fora. Então o eleitor da Erundina que aceitaria votar no Haddad no segundo turno, pode fazer a diferença e já votar nele no primeiro turno. Senão corre o risco de entregar o segundo turno para Russomanno e Dória.
Essa decisão do eleitor da Erundina mudar o voto para Haddad para ter um dos dois no segundo turno é chamado de voto útil.
Lógica parecida o eleitor pode tomar em Porto Alegre, Rio e em outras cidades.
Em Recife e Belém não cabe falar em voto útil. Em Recife, parece que João Paulo (PT) está garantido no segundo turno. Em Belém, Edmilson (Psol) está em primeiro lugar. Nestes casos não há necessidade de abrir mão de votar no candidato do coração para votar útil.
No Rio de Janeiro o quadro é mais complicado do que São Paulo. Só o golpista traidor Crivella (PRB) está garantido no segundo turno. Freixo e Jandira estão em empate técnico, apesar de Freixo sempre aparecer ligeiramente na frente de Jandira em todas as pesquisas (nas duas últimas pesquisas estava 3 pontos na frente). O problema é que os dois somados dá uns 17% de votos suficientes para ir ao segundo turno, mas divididos Freixo está empatado em 10% com o golpista Pedro Paulo (PMDB do Cunha e Temer) e Jandira está com 7% embolada com golpistas do quilate Flávio Bolsonaro (PSC) e o ex-vice de Serra também golpista Indio da Costa (PSD). No fundo estão todos embolados disputando o segundo lugar, com favoritismo de Freixo do nosso lado progressista, e do golpista Pedro Paulo do lado deles.
Dói muito para o eleitor da Jandira abrir mão de votar nela, diante da campanha corajosa e apaixonante que ela fez e que lavou nossas almas. Só pela campanha que fez, Jandira já é uma vitoriosa qualquer que seja o resultado. Mas será que tem outra escolha a não ser votar útil em Freixo, assim como o eleitor da Erundina votar em Haddad em São Paulo? Mais dolorido será no domingo à noite, se nem Jandira, nem Freixo chegarem ao segundo turno por falta de poucos votos que ficaram divididos. Aí será tarde para arrependimentos.
Em tempo: é hora de deixar as diferenças de lado e pensarmos e agirmos como uma só frente. Os adversários são os golpistas que querem detonar nossos direitos, arrochar a renda da classe média para baixo e as aposentadorias, sucatear a educação e a saúde e roubar o pré-sal dos brasileiros.
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1 Comentários:
Perfeita análise. Mas sinceramente nunca pensei em ver o bloco progressista falando em voto útil... tristes tempos, estes...
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