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quarta-feira, 22 de junho de 2016

PF: esquema criminoso financiou caixa dois de Eduardo Campos e Marina


TSE ainda avalia contas de campanha

Os novos fatos trazidos à tona pela Operação Turbulência, da PF, devem ser considerados durante o julgamento da prestação de contas da campanha à Presidência de Eduardo Campos (PSB) e Marina Silva (Rede) em 2014. Os processos ainda estão sob análise do ministro Luiz Fux, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Segundo informações mesmo que as contas dos dois estejam sendo analisadas separadamente, as futuras revelações sobre o caso podem ser também incluídas na prestação de Marina. Para que isso aconteça, basta que o Ministério Público Eleitoral ou algum partido entre com essa demanda no tribunal. Segundo um procurador que já atuou na esfera eleitoral, o fato de Marina também ter feito viagens no jatinho durante a campanha já seria o suficiente para implicar a ex-ministra em desdobramentos das investigações da PF.

Até hoje, um ano e oito meses depois da eleição, o PSB não enviou ao TSE os comprovantes da doação de horas de voo do Cessna Citation. Um advogado do partido afirma que isso não foi feito até agora porque a sigla nunca recebeu do órgão competente uma estimativa das horas voadas pela aeronave. A princípio, toda prestação de contas deveria ter sido entregue em novembro de 2014.

A ex-senadora Marina Silva não quis comentar o suposto esquema de corrupção envolvendo o avião que transportava Eduardo Campos e ela.


Há ligação com Lava-Jato; donos do avião que caiu com o candidato são de fachada

Quatro pessoas foram presas ontem em uma operação da Polícia Federal (PF) - batizada de Turbulência - que investiga a ligação entre o avião que caiu com o ex-governador de Pernambuco e então candidato à Presidência da República pelo PSB, Eduardo Campos, em agosto de 2014, em Santos (SP), e uma organização especializada em lavagem de dinheiro. O esquema teria movimentado mais de R$ 600 milhões. Uma quinta pessoa permanecia foragida até a ontem noite. Há suspeita de que parte dos recursos serviu para pagamento de propina a políticos e formação de caixa dois desde 2010.

A Polícia Federal constatou que empresas envolvidas na compra do avião eram de fachada, constituídas em nome de "laranjas", e que realizavam diversas transações entre si e com outras empresas fantasmas, inclusive com algumas investigadas na Operação Lava-Jato.

Os empresários João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho e Eduardo Freire Bezerra Leite foram presos quando desembarcavam, pela manhã, em São Paulo e levados para Recife. Mello Filho seria um dos donos do jato que levou Campos, segundo a empresa AF Andrade, que tem o registro da aeronave na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Em 2014, o PSB afirmou que o uso do jato na campanha eleitoral havia sido autorizado por Mello Filho e Apolo Santana Vieira.

Vieira, também empresário, foi preso numa academia de Recife. Já Arthur Roberto Lapa Rosal foi preso em casa, em Vitória de Santo Antão (PE). O quinto mandado, em aberto, é para Paulo César de Barros Morato. Os envolvidos responderão pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.

Duzentos policiais federais cumpriram 33 mandados de busca e apreensão, 24 de condução coercitiva e cinco de prisão preventiva. A investigação começou a partir da análise de movimentações financeiras suspeitas detectadas nas contas de algumas empresas envolvidas na aquisição da aeronave Cessna Citattion prefixo PR-AFA. A PF identificou que as empresas eram de fachada. Elas foram constituídas, segundo a PF, em nome de "laranjas". Durante as apurações, os agentes chegaram até nomes conhecidos de grupos citados na Lava-Jato. A PF informou que o grupo atuava em Goiás e Pernambuco.

EMPRESAS NA MIRA DA LAVA-JATO

Vasconcellos, uma das empresas investigadas pela Operação Turbulência, também está no radar da Lava-Jato. Num dos inquéritos abertos pela Procuradoria-Geral da República, a PF investiga uma suposta prática de agiotagem por parte de João Carlos Lyra Pessoa - alvo da operação de ontem e um dos três empresários de Pernambuco que compraram o jato Cessna.

O nome da empresa apareceu na delação do doleiro Alberto Youssef, que identificou um depósito de R$ 100 mil em janeiro de 2011. O doleiro disse que o depósito à Câmara & Vasconcelos referia-se a pagamento de dívida de campanha do senador Benedito de Lira (PP-AL), de 2010.

Ano passado, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, determinou abertura de inquérito contra o senador e seu filho, o deputado Arthur de Lira (PP-AL), e o aprofundamento das investigações sobre a Câmara Vasconcelos.Leia também: No golpe dentro do golpe, só os bancos arrastam as fichas


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