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sexta-feira, 27 de maio de 2016

Impeachment foi 'jeitinho' na Constituição, diz 'Economist'



A revista britânica The Economist afirma, em edição publicada nesta sexta-feira, que o afastamento da presidente Dilma Rousseff foi um 'jeitinho' dado na Constituição.

O impeachment de Dilma Rousseff, uma presidente impopular que não foi pessoalmente acusada de malfeitos sérios, é um 'jeitinho' na Constituição", diz o texto, usando o termo em português."Muitos dos políticos que votaram pelo impeachment recorrem a esses jeitinhos de forma incansável, por exemplo com as leis de financiamento de campanha", completa.

A presidente foi afastada pelo Congresso sob acusação de ter editado créditos suplementares sem autorização do Congresso e de ter usado recursos de bancos públicos - as chamadas "pedaladas fiscais". Sua defesa alega que isso não constitui crime de responsabilidade.

Nesta semana, o ministro interino Romero Jucá (PMDB-RR) caiu após revelações de diálogos em que ele dizia que a mudança de governo era necessária para "estancar a sangria" da Lava Jato.

O texto da Economist fala sobre palavras que só existem em português, como saudade, cafuné e jeitinho - "uma forma de contornar algo, normalmente uma lei ou regra".

Afirma que o jeitinho tem uma conotação de ingenuidade mas também de ilegalidade e que é uma marca da identidade nacional.

Cita como exemplo restaurantes que oferecem refeições a policiais que em troca patrulham suas ruas, empresas abertas com uso de "laranjas" para pagar menos impostos e pessoas que usam crianças ou idosos para evitar filas.

A publicação diz que, segundos alguns especialistas, os católicos, tentados a considerar a confissão como alternativa à obediência às leis, são mais suscetíveis ao uso do jeitinho. O artigo prossegue dizendo que sociedades mestiças como o Brasil tendem a ser mais flexíveis - tanto com a lei quanto com a etnicidade. E afirma que talvez a desigualdade tenha seu papel (a lógica seria: se os ricos e poderosos quebram a lei, por que as pessoas comuns não fariam isso?).

Mas conclui que o uso do 'jeitinho' pode estar ficando mais difícil, não apenas devido a investigações como a Lava Jato mas também pelo uso da tecnologia, como câmeras e radares para multar 

A revista cita o antropólogo Roberto DaMatta para dizer que o Brasil pode estar caminhando para um sistema anglo-saxão, onde as leis "são obedecidas ou não existem".

"Se isso acontecer, a satisfação que muitos brasileiros vão sentir pode ser tingida com cores de saudades", conclui a revista. Publicado na BBC Brasil

3 Comentários:

brasilpensador.blogspot.com disse...

so nao sei onde eles acharam o tal IMPOPULAR, uma Presidente eleita por 54 milhoes de votos faz dela impopular? ENTAO devemos lembrar a ECONOMIST que OBAMA É IMPOPULAR, BUSCH FOI IMPOPULAR E QUASE TODOS OS PRESIDENTE AMERICANOS FORAM IMPOPULAR.

brasilpensador.blogspot.com disse...

A Economist devia saber que quem liderou o impeachment foi gente da elite, que manobrou classe media e pobres otarios que nunca tiveram nada e se deixou levar por uma midia facista. A Economist tambem devia dizer que a MIDIA nunca mostrou o outro lado que é o da Presidente e seuas obras no governo. Fazendo isso a midia passou para aqueles manipulados que ela era impopular.A Economist tambem deveria vir ao Brasil olhar o canteiro de obras que muitas estao paradas pela traiçao de um congresso cheio de bandidos que tem interesse em parar a lava jato porque do contrario mais da metada do PSDB PMDB. PP PPS vao tudo para a cadeia basta que a justiça tenha autonomia nao seja espionada e ameaçada como esta sendo e se por cima as forças armadas apoiar a investigaçao para todos sem distinçao muita coisa muda nesse país.
Quem fala de corrupçao no governo da Presidente esquece que ela nao protege ninguem, que quer que se apure tudo doa em quem doer. coisa que nao acontecia antes dos governos do PT quando tudo era jogado para debaixo do tapete e tudo parecia um mar de rosas para os POBRE OTARIOS QUE VIVIAM MANIPULADOS PELA GLOBO.

Maia Oswaldo disse...

Helena, foi o jeitinho encontrado pelas forças armadas para retribuir ao esforço feito pelo tenente-coronel Santo Antonio (Aldo Banana) para reajustar as gratificações dos velhos golpistas. Foi também o jeitinho encontrado pelo stfedorento para retribuir ao esforço feito pelo SANTO CUNHA para aprovar o reajuste dos servidores do judiciário em até 41%. O cinismo do 1º jeitinho é tão abominável que eles ainda cantam diariamente nos quartéis o Hino da Independência do Brasil. Eis o que diz um trechinho do Hino: Brava gente brasileira!
Longe vá temor servil
Ou ficar a Pátria livre
Ou morrer pelo Brasil
Ou ficar a Pátria livre
Ou morrer pelo Brasil

Helena, agora vem cá e fica aí mesmo: é ou não é traição à PÁTRIA? Sinto vergonha dessa gentalha!

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