A justiça da Suíça detém documentos e extratos bancários do elo entre as empresas envolvidas no propinão tucano dos trens de São Paulo e as autoridades públicas nacionais que se beneficiaram da corrupção. Os documentos poderão ser compartilhados com uma delegação de promotores e procuradores brasileiros que viajou nesta segunda-feira para Berna.
Entre os citados está o consultor Arthur Teixeira, considerado um dos operadores do esquema de pagamentos de propinas nas licitações envolvendo os cartéis dos trens São Paulo, a Alstom e em obras públicas no Brasil. O objetivo da visita é identificar, com os novos documentos, eventuais funcionários públicos e mesmo políticos que tenham se beneficiado das propinas.
A Justiça da Suíça confirmou que dispõe de um "amplo material" em relação ao envolvimento da Alstom em contratos suspeitos no Brasil. Berna também deu indicações que está disposta a colaborar e, por isso, fez o convite aos brasileiros para que viajassem para a Suíça para debater de que forma essa consulta ocorreria.
Numa demonstração de que não existem problemas entre os dois países, a delegação conta com o procurador da República Rodrigo de Grandis, que chegou a sofrer um processo por suspeita de não ter atendido solicitação de cooperação da Suíça no caso Alstom, em 2011.
A esperança é de que, com seus extratos identificados, a Justiça no Brasil possa avançar na identificação de quem recebeu dinheiro e quem se beneficiou do cartel que, entre o final dos anos 1990 e 2008, ganhou contratos bilionários da CPTM) e do Metrô do Distrito Federal no governo José Roberto Arruda (DEM).
A suspeito é de que as contas de Teixeira no exterior fossem usadas como instrumento para o pagamento de propina a servidores e políticos. Numa das remessas, o consultor enviou US$ 250 mil à conta em Genebra em nome do ex-diretor da CPTM João Roberto Zaniboni. Em seu depoimento, ele alegou que o dinheiro era o pagamento de "serviços de consultoria".
Os promotores brasileiros querem dos suíços informações sobre os lobistas que teriam atuado como intermediários, emitindo notas falsas como empresas de consultoria. A suspeita é de que esses serviços prestados jamais existiram.
2 Comentários:
Estes documentos dormirão em gavetas brasileiras quanto tem, desta vez, até que o PT coloque as trombetas no mundo anunciando as "descobertas"? A culpa do golpismo é da inação do PT/Governo, que não faz o enfrentamento político com os meios de que dispõe. Está mais do que na hora de o governo mostrar força. Também precisa recompor sua base política e sua base popular. Tenho chamado a atenção para a necessidade de garantir e ampliar as conquistas dos que já ascenderam socialmente. Refiro-me à Classe C, que é a chave contra o golpismo. É preciso uma série de medidas políticas e econômicas que pensem o suporte às multidões que ascenderam da pobreza para a base da classe média. É preciso informar melhor, proporcionar melhor acesso à saúde e a educação e aliviar o peso dos impostos sobre essa parcela da população. Garantir que continuem avançando e possam reconhecer quem lhes possibilitou isso. A série de textos abaixo reflete sobre esses temas:
Informação Independente:
http://reino-de-clio.com.br/Pensando%20BR2.html
Saúde:
http://reino-de-clio.com.br/Pensando%20BR3.html
Educação:
http://reino-de-clio.com.br/Pensando%20BR4.html
Introdução:
http://reino-de-clio.com.br/Pensando%20BR.html
De Grandis? Vai engavetar, escamotear, sumir com as provas
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