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domingo, 23 de novembro de 2014

Justifica fazer dramalhão contra Kátia Abreu na agricultura?

O bom da nossa militância é a paixão com que defendemos nossas causas. Tem gente que nunca plantou um xuxu na vida, mas "veta" apaixonadamente a possível escolha da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) para o Ministério da Agricultura, seja por ideologia, seja por solidariedade a companheiros do MST que discordam da escolha.

É boa esta paixão militante, união e consciência solidária entre movimentos sociais, mas tem horas que a gente precisa olhar também racionalmente as estratégias políticas.

Compor ministérios é mais ou menos como mexer peças num tabuleiro de xadrez. Tem que olhar o efeito no tabuleiro inteiro. E olhando a disposição do tabuleiro todo, a senadora é uma boa mexida, considerando ser especificamente para este ministério.

Razões para sermos contra, todos sabemos: questões ideológicas, divergências sobre vários temas, como reforma agrária, questões trabalhistas, econômicas, sociais, indígenas, ambientais, artigos dela criticando países vizinhos "bolivarianos", ela ser egressa do DEM, etc. Somos contra a visão da senadora nestes itens. No todo ou em parte, pois ela tem se comportado de forma mais moderada com o correr do tempo, pelo menos em votações no senado.

Agora há razões que justificam sua nomeação:

1) Ela está cogitada apenas para ministra da agricultura e o cargo hoje tem funções econômicas de continuar desenvolvendo o agronegócio, pouco apitando nos temas sociais, tratados em outros ministérios e no Congresso Nacional.

2) No senado, Kátia Abreu pode ser reacionária ou, pelo menos, de centro direita, dependendo do tema. No Ministério da Agricultura, se confirmada, ela será desenvolvimentista e pragmática. Em recente artigo dela Folha de São Paulo, mandou às favas o embargo dos EUA e Europa à Rússia devido à intervenção na Crimeia (Ucrânia), e comemorou o aumento das exportações brasileiras de produtos do agronegócio para os russos justamente por causa do embargo.

3) Desde 2003, a genialidade política de Lula criou o Ministério do Desenvolvimento Agrário, separado do da Agricultura, para cuidar da reforma agrária, da melhor distribuição da renda no campo, de elevar camponeses pobres para a classe média, de criar oportunidades de renda e de elevar a qualidade de vida e condições de trabalho e de estudo no campo, de qualificação técnica e profissional para trabalhadores e pequenos produtores.



4) O Ministério da Agricultura ficou justamente para cuidar da parte que já é economicamente produtiva, chamada agronegócio, um setor em que o Brasil colhe sucessos enormes e não pode se dar ao luxo de desperdiçar oportunidades econômicas na atual conjuntura, pois quem pagará o pato é também o povo se o setor for esnobado a ponto de decair a produção, seja por provocar aumento no preço dos alimentos, seja pelo próprio povo ficar mais pobre quando o PIB do setor cai e gira menos dinheiro na economia.

5) Assim, desde 2003, Lula e Dilma escolheram para o Ministério da Agricultura sempre pessoas desenvolvimentistas ligadas ao agronegócio, e escolheram para Ministério do Desenvolvimento Agrário pessoas ligadas aos movimentos sociais do campo. Kátia Abreu pode ser apenas mais famosa do que os outros ministros da agricultura que serviram aos governos Lula e Dilma, mas tem o mesmo perfil deles.

6) É mais importante militar e lutar por escolhas progressistas no Ministério do Desenvolvimento Agrário, do Meio Ambiente, do Trabalho, da Justiça, Secom, etc, em vez de querermos "vetar" nomes para Agricultura ou para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que também precisa de bons interlocutores nas classes empresariais.

7) Kátia Abreu tem representatividade em seu setor, pois é presidenta da CNA (Confederação Nacional da Agricultura) e conta com apoio da classe, gerando mais canais de diálogo entre governo e produtores, coisa que foi reclamada no primeiro governo Dilma.

8) Lula já provou que o jeito de destravar transformações dentro das regras constitucionais é colocar gente diferente, com interesses até opostos, sentados na mesma mesa para negociar acordos de forma franca. Podem "quebrar o pau" durante um tempo, mas é possível chegar a acordos meio termo, vencendo resistências dos dois lados, mesmo que o acordo não seja o ideal para nenhum deles. Se cada um ficar em seu cercadinho sectário, fechado em sua zona de conforto ideológica, sem negociar com antagônicos, fica tudo empacado e nenhuma mudança é conquistada a curto prazo.

9) Dado o resultado das urnas, com um Congresso Nacional até mais conservador do que nos últimos doze anos, o governo Dilma continua tendo que compor com partidos de centro e de direita uma participação grande no governo. Kátia Abreu não é diferente de vários outros quadros do PMDB, PSD, PP, PR, etc, e ela pode fazer parte da cota que cabe à direita no governo.

10) Sob o ponto de vista de combate à corrupção, colocar nomes de peso político em ministérios é melhor do que nomeações técnicas indicadas por caciques políticos. Se houver escândalo no ministério, é o próprio ministro-cacique que se queima, e não um burocrata sem expressão política que será reposto.

11) Os últimos Ministros da Agricultura foram indicados pela bancada do PMDB na Câmara. Mas a bancada do partido, liderada pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), às vezes é mais oposicionista do que governista em votações. Com Kátia Abreu, ela pode ter mais liderança sobre a bancada ruralista na Câmara, que vai além do PMDB.

12) Pela aliança regional feita entre PMDB e PT nas eleições 2014 no Tocantins, o suplente da senadora Kátia Abreu é do PT, o que representa mais um voto progressista na bancada do Senado, se ele assumir.

Como se vê, olhando o tabuleiro da política do jeito que está, há fortes razões para Kátia Abreu ser uma boa escolha para o governo Dilma, se for confirmada.

15 Comentários:

Vinícius Vitoi disse...

Zé, posso até concordar com um montão dos seus argumentos, mas, porém, entretanto todavia, contudo, não dá para engolir!!!
Tudo bem que ela tenha o sonho de vir a ser presidente do Brasil...
Que ela seja musa do agronegócio...
Que seja competente...
Isso e aquilo!
Na minha opinião o pragmatismo era justificável e aceito no primeiro mandato de Dilma.

Agora é necessário uma nova abordagem para a agricultura.

Zè, esse papo de MAPA para cá, MDA para lá não cola.

Não devemos ceder.

É cana, café, fruticultura, carne, leite....
Não podemos deixar que a lógica deles prevaleça.

Tem gente boa do nosso lado, com jogo de cintura e sabedoria para levar o MAPA para um novo patamar.

Pense nisso!

Kátia não por tudo que ela representa!!
Não podemos repetir o mesmo erro que cometemos ao colocar Eduardo Campos no MCT, Lacerda em BH, Saudade em Nova Friburgo, Filipelli em BSB e outros tantos pelo Brasil afora.

Agora somos nós e nossos aliados de verdade e não os oportunistas que amanhã irão nos trair.

José Henrique disse...

Zé Augusto é brincadeira que vc esteja apoiando essa mulher conservadora que não gosta de dividir as terras com ninguém. É brincadeira vcs querem se manter no poder arriando as calças para a burguesia. o mal do PT e da Dilma e Lula é ser refém do PMDB, PSD esses partidos que só sugam.

Vinícius disse...

Ontem eu comentei e ainda não passou pelo moderador.
Hoje e volto a reafirmar depois de passar um dia refletindo sobre o assunto:
não dá para aceitar tal indicação.

Com todo respeito a Presidenta e ao blog, temos sim o direito de nos posicionar.
A militância tb foi responsável pela vitória e deve ser ouvida.

Zé Augusto disse...

Vinícius Vitoi, Não é questão de querer ou não querer, nem de gostar ou não gostar. Se Dilma ficar isolada ela não governa, não faz nada, e ainda estende um tapete vermelho para os golpistas passarem. E a solução de deixar o MAPA como ministério econômico e o MDA como social eu acho a melhor solução possível.

Zé Augusto disse...

José Henrique. Falta combinar com o eleitor para ele não votar na burguesia para o deputado e senador. O PT só elegeu 69 deputados (19 a menos), e só terá 12 senadores (1 a menos). Não é questão de gostar ou não de nomes. Aliança se faz por necessidade, para conseguir cumprir parte do estatuto do partido principal no governo. A parte que Dilma quer cumprir é clara: erradicar a pobreza, reduzir desigualdades, é termos povo rico em país rico. Ceder ministérios para onde não atrapalha estas metas não é motivo para drama. Sem aliança se cumpre zero, pois todo mundo vai para a oposição e obstrui tudo. Se for para a Presidencia da Republica e ministérios ser cargo simbólico, só para preencher o cargo sem fazer transformações, só sofrendo derrotas sem conseguir avançar em nada, é melhor renunciar ao mandato e ir para a oposição. Só que a população entenderá como deserção, incapacidade e a esquerda não vencerá eleições nos próximos 50 anos. Outra coisa: Katia Abreu (ou quem quer seja) também tem que ceder para fazer alianças.

Zé Augusto disse...

Vinícius, claro que a militância e movimentos sociais tem que ser ouvidos. E acho que o ministério mais representativo para nossas demandas é o MDA. O MAPA cuidando da produção e exportação, respeitando as leis, não atrapalha, pelo contrário ajuda pequenos produtores a prosperarem. Só não dá para querermos ser donos da bola sozinhos em todos os ministérios, porque isso é incapacidade de saber governar com um Congresso que não é favorável. E sempre acaba mal, ou governos pífios com a oposição impondo o quanto pior, melhor ou golpe.

José Ruiz disse...

colado no dito "vão-se os anéis, ficam os dedos" vem o "vão-se os princípios, ficam os cargos"..

Vinícius Vitoi disse...

Zé Augusto, concordo em parte com sua argumentação.
Mas ainda não me convenci. Vou estender mais um dedo de prosa com uma pergunta:
os nomes do segundo escalão???
Estes são tão ou mais importante que o ministro.
Katia sendo confirmada irá receber o MAPA de porteira fechada?
Será mantido os atuais secretários e diretores?
Ela irá escolher o segundo escalão?

É muito dinheiro no MAPA para ficar só nesse papo de exportar commodities e manter boas relações.

A burguesia importando Harley-davidson e a soja avançando sobre a Amazônia para poder equilibrar balança comercial.
Marineiros criticando a política agrícola e o PT apoiando parte de nossos algozes.

Temos tecnologia para a agricultura.
Temos bons agricultores.
Terra e clima bom.
A transposição do SF abrirá novas fronteiras.
Frutas de montão no nordeste, arroz, carne, café, hortaliças.

Será que um do nosso time não é capaz de fazer o que Kátia irá fazer?
Ela será apenas uma rainha da inglaterra no MAPA?
Será que o Roberto Rodrigues não serve de lição.

Precisamos levantar a cabeça e não podemos ter medo dessa turma.
Eles nos deixaram envergonhados com toda a história da AP 470.
É hora da gente dar as cartas ou, no mínimo, construir pontes confiáveis.

maria regina ramos disse...

Não é nenhum dramalhão, trata-se de indignação mesmo, se esta notícia tivesse vindo acompanhada da nomeação de por exemplo, do Stédile para o Desenvolvimento Agrário, aí seria palatável. Mas desse jeito soa como se a Dilma tivesse nomeado seu torturador para comandante do exército, porque é isso que a Kátia Abreu significa para os indígenas.

Zé Augusto disse...

Maria Regina, ninguém tem que ficar gostando da Katia Abreu, nem nenhum ativista deixar de defender as causas populares que defende, para apenas compreender que ela faça parte do governo no MAPA como cota da direita, do PMDB e como canal de diálogo com o agronegócio. Um governo dura só 4 anos e se quiser apoio de um Congresso conservador para tirar gente da pobreza e elevar a renda do trabalhador, precisa fazer concessões que sejam toleráveis em outros setores. Qual a diferença de Kátia Abreu no MAPA ou de continuar o atual ministro Neri Geller ou do ex-ministro de Lula Roberto Rodrigues? Nenhuma, ou melhor, ela tem mais liderança sobre a bancada ruralista para votar projetos do governo no Congresso que tire gente da pobreza e eleve a renda do trabalhador.
Gosto muito do Stédile, mas ele defende e usa a desobediência civil, o que é válido e até necessário em determinadas horas como pressão popular, mas não como ato de governo. Quem está no governo, se não respeitar a Constituição responde por Crime de responsabilidade (impeachment). Stédile, se fosse ministro iria se manifestar, mesmo que só para cumprir o ritual constitucional, contra ocupações com ordem judicial de reintegração de posse? Porque senão teria que renunciar ao ministério na primeira ocupação, ou provocar o impeachment da Dilma. Em qualquer dos 3 casos (manifestar contra ocupações ou colocar o governo oficialmente na ilegalidade) iria só enfraquecer o próprio MST. Na política não adianta querer colocar gente em papel diferente do que cada um atua bem, para colocar onde atuariam mal. Perde-se força dos dois lados.
Sua comparação com torturador acho que é forçada. Kátia Abreu atrapalha mais os indigenas no Senado do que no MAPA, onde ela obrigatoriamente terá que dialogar mais e ceder um pouco.

Zé Augusto disse...

Vinicius, se ela for confirmada, creio que os nomes do segundo escalão, na maioria já são do PMDB ou ligados ao agronegócio, e o que mudar será do mesmo perfil. O atual ministro é Neri Geller que tem o mesmo perfil de Kátia.
Porteira fechada acho que nenhum ministério deve ter. Os ministros devem ter poder de comando sobre suas áreas, mas as políticas e metas precisam ser aprovadas pela presidenta e cumpridas. A EMBRAPA, por exemplo, tem que ter gente comprometida com a continuidade das políticas de estado.
As verbas do MAPA já tem políticas de financiamento de safra tanto para o agronegócio como para a agricultura familiar estruturadas. Assim como de preços mínimos, de compras pela CONAB. Isso acho que o nome do ministro não vai mudar.
Kátia Abreu pode até ajudar na aprovação do orçamento para o PAC, para o BNDES financiar Silos nos lugares certos, portos secos, indústria nacional de fertilizantes e alimentícia.
Ela também já passou a apoiar o Minha Casa, Minha Vida rural, os projetos de irrigação para pequenas propriedades, apoio à cooperativas, aderiu ao Pronatec rural, e defende a formação de uma classe média rural formada por pequenos produtores, inclusive assentados. Ela também já aderiu (ainda que por esperteza) ao desmatamento zero, ou seja, não desmatar mais e aumentar a produção recuperando terras degradadas. Então ela já cedeu muito também em relação ao que era há 4 anos atrás.
A exportação de commodities ainda é importante para a balança comercial e tmbém tem importância geopolítica, pois países como China, Rússia, Japão importadores de alimentos cada vez mais levam em conta a segurança alimentar na hora de fazer acordos bilaterais.
Quanto a burguesia rural importando Harley-davidson isso é o mesmo problema urbano. Aliás menor, porque a agricultura representa menos de 5% do PIB. Chega a 20% se considerarmos toda a cadeia produtiva do agronegócio (indústria de alimentos, celulose, logística, transporte, fertilizantes, etc). Os outros 95% ou 80% do problema da desigualdade estão nas cidades. A desigualdade extrema tem que ser vencida na cidade e no campo. O problema é o mesmo e tem pouco a ver com o MAPA sozinho.
Os marineiros criticam, mas a própria Marina Silva foi muito ambigua na campanha eleitoral acenando para o agronegócio. E não tem jeito de agradar a todos, mas pode-se dialogar com todos para decidir o que for melhor para o país.
Por mim, o PT tem quadros suficientes para o MAPA, e eu preferiria um bom secretário de agricultura de um governador petista ou outra liderança com boa atuação no setor, mas o estrago foi feito no primeiro turno, na eleição para o Congresso. Agora são 4 anos que terá que misturar no governo gente conservadora de outros partidos. Não é questão de medo, pelo contrário é saber enfrentar as tempestades com o barco que temos. Como diz o ditado "quem não tem cachorro, caça com gato". E o MAPA na mão da direita produtiva, acho que não prejudica o governo avançar em direção às conquistas sociais, e até ajuda a enfrentar a direita só financista, pois produtor rural também precisa de juros baixos, de bancos públicos, e muitos já perceberam que até o Bolsa Família é bom para eles também porque a primeira coisa que quem é mais pobre compra quando tem dinheiro é comida, aumentando o mercado interno que consome 70% da produção (só 30% é exportado).
Para a gente conseguir dar as cartas onde é mais importante que é fazer os mais pobres e trabalhadores participarem mais da riqueza nacional, precisamos saber negociar politicamente, claro que de forma republicana e progressista, com alguns setores conservadores que estejam dispostos a ceder um pouco em troca de nós também cedermos onde achamos que dá para ceder sem comprometer o mais importante.

Adilson disse...

Olha Zé, frequento algumas comunidades de esquerda no FaceBook onde tem anarquistas, comunistas, marxistas, pessoas que votam no PT, no PSOL, PSTU e outros. A maioria está revoltada com a Katia Abreu para a agricultura e o Levy para a fazenda. As pessoas de esquerda votaram na Dilma acreditando que ela faria um segundo governo mais voltado para a esquerda, mas o que estamos vendo é totalmente o contrário, uma guinada cada vez mis para a direita. Custei a aceitar quando as pessoas diziam que o PT já não era mais de esquerda, mas com essas indicações dou o braço a torcer. Depois disso já perdi a esperança que esse governo faça a regulamentação da mídia, pois nas eleições o discurso é um e depois da vitória é outro. Pelos comentários do pessoal de esquerda e até de muita gente que votou no PT é de que não militarão mais pelo partido e talvez não votarão mais no partido. O PT vai pagar um preço caro pela governabilidade a todo custo mantendo alianças cada vez mais fortes com setores da direita e já prevejo que em 2018 as chances do PSDB ganhar são reais. O PT mais uma vez dá um tiro no pé, pois se já tem a mídia contra, a direita contra, parte da esquerda contra, agora tem a militância decepcionada.

Zé Augusto disse...

Adilson, qual a alternativa a fazer? Ou faz um governo de coalizão com os avanços possíveis, ou toda vez que a esquerda ganhar o poder executivo e não ganhar as eleições no parlamento, a presidenta tem que renunciar, entregando 100% do governo para a direita, e esperar as próximas eleições para ver se ganha os dois poderes.
Infelizmente a esquerda que já era minoria, perdeu cadeiras no parlamento.
Não há guinada à direita nenhuma. Katia Abreu já fez tantas concessões de 2 anos para cá que pode ser até mais progressista do que o atual ministro Neri Gueller. Joaquim Levy não vai ser czar da economia, vai fazer o que Dilma determinou. Dilma é economista, já foi secretaria de fazenda no RS, já foi ministra da Casa Civil e presidenta por 4 anos. A política econômica dela, ela definiu na campanha. Joaquim Levy (ou outro) terá que cumprir o que ela determinar. Por estratégia, se fosse para tomar medidas contra o trabalhador, ela colocaria um petista no cargo para "amaciar". Se for para tomar medidas que batem de frente com os grandes financistas e empresários (fechar portas para evasão fiscal, aumentar arrecadação, cortar privilégios para bancos e grandes empresas), é melhor escalar um deles, como Joaquim Levy, que reduz resistências do lado de lá.

Vinícius disse...

Zé Augusto, boa tarde. Somente hoje consegui voltar ao site.
Estava envolvido com o nascimento do meu filho e me isolei nos últimos dias.

Continuo refletindo sobre o assunto, ainda não fechei opinião. Vou analisar os desdobramentos.
Quanto ao perfil do atual ministro, estrutura do antiga e ultrapassada do MAPA ou mesmo o perfil do tal "Fiscal Agropecuário", concordo com você, não dá para esperar novidades por que o "trem" é feio.

O tal do MAPA mantém a mesma característica de quando foi criado: Conservadorismo elevado a 10ª potência.
.
Concordo que fortalecer o MDA é uma alternativa. Podemos avançar em outros setores mais progressivos via estados (será que o Pimentel avança em MG), embrapa, a recuperação da Emater.

Sou forma em engenharia agronômica no tempo que ainda havia onça em Viçosa-MG, temos grande potencial agrícola.
Mas não será a turma do tal de agronegócio que irá fazer o que mais precisamos na agricultura:
a tal da reforma agrícola.

Temos potencial, mas pergunto: vamos ficar só no potencial!?!?

Zé Augusto, aqui não é local para colocar em discussão alguns temas e mesmo estratégias.
Espero que o PT reavalie os últimos 12 anos.
A oportunidade está na nossa porta.

Não pretendo finalizar esse debate com este post, mas quero colocar mais um tema que tem me feito refletir:
Para mim a Dilma está muito a frente do PT. Espero que o PT entenda isso.




Vinícius disse...

Zé Augusto, voltei ao post sobre a Kátia.
Reproduzo abaixo parte de um post de O Cafezinho, aliás o Miguel do Rosário e o Fernando Brito estão dando um show nas análises políticas.

É bom saber que Dilma lê O Cafezinho e, quem sabe, também lê O tijolaço!!!

Segue parte do post do Miguel com o título "reflexôes de Nova York":


Diante dos massacres cotidianos vistos na Síria, no Iraque e no Afeganistão; do ebola na África; das guerras civis sanguinárias se alastrando; do assustador avanço do fanatismo, de um lado, e da tirania, de outro, no oriente médio; diante de tudo isso dá até vontade de rir da nossa irritação contra a… Katia Abreu.

No entanto, continuo com a mesma opinião.

A maneira como o nome dela foi divulgado, num contexto de total apagão político e comunicacional do governo, me pareceu um grande erro.

A mesma coisa vale para o novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

Em minha estada em NY, percebi uma coisa. Tanto o presidente dos EUA, Barack Obama, como seus secretários, se pronunciam quase diariamente sobre os principais problemas do país.

Claro, a imprensa de lá é infinitamente mais plural.

Mesmo assim, há um esforço, por parte dos políticos, de falarem diretamente a seus eleitores. Isso não é considerado bolivarianismo.

O presidente Obama divulga vídeos de suas falas. As TVs reproduzem porque lhes dá audiência.

É sempre tranquilizante ouvir a opinião do presidente, mesmo que não se concorde com ele.

Por que Dilma não explica, em vídeo, as razões que a levaram a escolher um ministro da Fazenda com perfil mais conservador?

Os movimentos sociais e os intelectuais de esquerda continuariam não aprovando, mas o diálogo ficaria mais aberto, mais transparente.

Além disso, o governo parece agir sempre como se fosse ilegal fazer política.

A mídia é a principal responsável por essa estranha jurisprudência. Que só vale para o PT, aliás.

Se Dilma não quer fazer isso, se quiser preservar sua imagem, então arrume um porta-voz, que possa falar diariamente à população, desfazendo boatos, explicando diretrizes.

No caso da Katia Abreu, por exemplo, seria importante o governo vir à público falar que, independente do nome indicado para a pasta da Agricultura, terá esta e aquela diretriz no setor agrícola.
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