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segunda-feira, 24 de março de 2014

Brasil continua grau de investimento e agência admite que economia é uma fortaleza, mas reduz nota de risco.

A agência de classificação de risco Standard e Poor's (SeP) rebaixou nesta segunda-feira a nota de avaliação de crédito do Brasil de BBB para BBB-.

Contraditoriamente a própria agência considera que as contas públicas do Brasil são fortalezas que garantem capacidade para enfrentar choques externos.

Essa alteração não significa grande coisa, mas dá munição para a turma que os demotucanos gostam, aqueles que vivem pedindo juros mais altos e arrocho no povo.

Aécio Neves, Eduardo Campos e TV Globo estão comemorando, dentro do conceito de "quanto pior, melhor", mas como manteve o grau de investimento e indicação para estável, nem chega perto de gerar a "tempestade perfeita" na economia que a oposição desejaria.

O que a Dilma tem que fazer é seguir em frente gerando empregos e qualificação, porque investir na prosperidade do povo trabalhador é o que fez o Brasil sair do buraco que os tucanos nos jogaram em 2002.

O economista-chefe do Bradesco, Octavio de Barros, considerou um equívoco da Standard e Poor's. "Do ponto de vista dos indicadores de solvência externa o Brasil já tinha um rating inferior ao de outros países comparáveis", disse.

O ministério da Fazenda também considerou inconsistente com as condições da economia brasileira. Eis a íntegra da nota:

MINISTÉRIO DA FAZENDA
GABINETE DO MINISTRO DA FAZENDA
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
24/03/2014

Nota à Imprensa sobre a decisão da S&P

A decisão da agência Standard&Poor ́s (S&P) de alterar a classificação de risco do Brasil é inconsistente com as condições da economia brasileira. A mudança anunciada é contraditória com a solidez e os fundamentos do Brasil.



Embora a agência alegue que o crescimento econômico foi uma das razões para sua decisão, é importante destacar que o Brasil, no período da crise internacional iniciada em 2008, cresceu 17,8%, uma das maiores taxas acumuladas de crescimento entre os países do G-20. No ano passado, o País cresceu 2,3%, desempenho superior à maioria dos países deste grupo.

Também não procede a avaliação sobre a situação fiscal brasileira, levando-se em consideração que o País tem gerado um dos maiores superávits primários do mundo nos últimos 15 anos. Em 2013, cabe salientar, fizemos um superávit primário de 1,9% do PIB, suficiente para reduzir o endividamento público, tanto bruto (de 58,8% do PIB para 57,2% do PIB) quanto líquido (de 35,3% do PIB para 33,8% do PIB).

Equivocadamente, a agência questiona a suficiência do Investimento Estrangeiro Direto (IED) no Brasil. Vale lembrar que o País tem estado entre os 5 maiores receptores mundiais de IED e que, nos 12 meses encerrados em fevereiro de 2014, ingressaram US$ 65,8 bilhões somente nessa rubrica.

A economia brasileira tem baixa vulnerabilidade externa, pois possui o quinto maior volume de reservas internacionais no G-20, o que corresponde a 10 vezes a dívida externa de curto prazo, por sua vez, a menor do grupo (em proporção da dívida externa total).Não se justificam também as suposições quanto à trajetória do investimento no Brasil. Em 2013, o País deu início a um amplo programa de infraestrutura, que vai mobilizar mais de US$ 400 bilhões nos próximos anos. Vale destacar que o investimento cresceu 6,3% em 2013 (o segundo maior do G-20), em linha com a média de expansão da última década.

É importante ressaltar ainda que o próprio texto da agência distribuído para a imprensa fala com clareza que o Brasil mantém sua condição de grau de investimento, com perspectiva estável, pelos seguintes fatos:

- Sólida estrutura institucional;

- As fortalezas do balanço do governo, tanto do lado fiscal quanto do lado externo, garantem margem de manobra e capacidade para enfrentar choques externos;

- Apesar de a dívida do governo geral ser elevada, sua composição se mantém sólida, estando quase totalmente em moeda local e em sua maioria em parcela fixa ou atrelada à inflação;

- Apesar da deterioração do déficit em conta corrente e alguma moderação na entrada de IED, o nível de endividamento externo líquido se mantém gerenciável.

Independentemente de quaisquer avaliações, reafirmamos nosso compromisso com o cumprimento da meta de superávit primário de 1,9% do PIB neste ano, com a continuação da consolidação fiscal neste e nos próximos anos, com a prioridade ao investimento e com a promoção do crescimento sustentável de longo prazo.

1 Comentários:

MauMauquirino disse...

Essas foram as mesmas agências que davam notas boas para bancos e países que em 2008 protagoniaram a maior crise economica mundial desde 1929,tem muito mais por tras disso,estamos contrariando interesses poderosos,por isso essa destrutiva campanha orquestrada.

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