Com exceção do jornalista Reinaldo Azevedo, que não participou desta
vez, foi como acompanhar os debates apresentados no site da revista
"Veja" sobre o julgamento do mensalão.
No novo "Roda Viva", na TV Cultura, mantida pelo governo de São Paulo,
estavam lá os mesmos Augusto Nunes, como apresentador, o historiador
Marco Antonio Villa, agora como entrevistador, e o advogado Miguel Reale
Jr., agora entrevistado.
Ao longo do último ano, os três protagonistas estiveram lado a lado em
debates on-line nos quais concordavam quanto ao que deveria ser feito
pelo Supremo.
Reale foi apresentado, anteontem, como ex-ministro "no governo Fernando
Henrique Cardoso" e ex-secretário paulista. A fase anterior do "Roda
Viva", apresentado por Mario Sergio Conti, chegou a programar
entrevistas seguidas com José Serra e FHC, há dois meses.
A diferença é que ambos foram então minimamente questionados, enquanto
Reale se manteve lado a lado com a maior parte das perguntas, antes
acrescentando do que respondendo.
Sobre a suposta "pressão da mídia" criticada pelos réus do mensalão, por
exemplo, afirmou que teria ocorrido o contrário. "No período entre 2005
e 2012, vendeu-se na mídia a ideia de que eles eram inocentes." Lembrou
"reportagem de 'Veja' em que [o ex-tesoureiro petista Delúbio Soares]
estava feliz, fazendo churrasco, dizendo que nada ocorreria".
No ritmo em que vinha o programa, foi o próprio Reale quem acabou
trazendo à tona, por sua conta, o paralelo com o "mensalão mineiro"
--que havia sido notícia nos dias anteriores porque ficou para as
calendas, no mesmo Supremo.
Mas o fez para afirmar e repetir que não é possível julgar o escândalo
tucano da mesma maneira, "é uma coisa diferente, não houve compra de
deputado".
Na mesma direção, o escândalo do cartel em São Paulo foi levantado no
final, pelo jornalista Raimundo Rodrigues Pereira, mas a pergunta foi
longa e confusa --e a resposta de Reale, curta e genérica, evitando
citar Siemens e outras partes.
"Eu creio que o financiamento [eleitoral] não deve ser exclusivamente
público, deve ser privado, mas proibindo empresa que venha a ser
fornecedora do poder público", disse Reale.
Além do julgamento do mensalão, os outros focos da entrevista foram o
programa Mais Médicos e a fuga do senador e asilado boliviano para o
Brasil, temas em que o ex-ministro também se resumiu a reforçar as
críticas ao governo federal já presentes nas perguntas.
Registre-se que era o primeiro programa, desfalcado não só de
entrevistadores que haviam sido anunciados, mas de entrevistados. Foram
convidados, antes de Reale, a presidente Dilma Rousseff e o
ex-presidente Lula. - Por Nelson de Sá da Folha
1 Comentários:
O que é roda viva, tem gente que sabe o que é isto meu Deus, será RODA MORTA, só sobrevive as custas do dinheiro do povo paulista.
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