O papelão que médicos brasileiros fizeram em Fortaleza, vaiando e xingando os médicos estrangeiros, sobretudo cubanos, é um vexame indigno para a classe médica brasileira, além de preocupante para os pacientes. Afinal que tipo de ética e de valores humanos estão tendo os médicos que nos atendem?
O estrago que estão fazendo sobre sua própria imagem é tão grande que essas entidades falam que vão fazer uma campanha publicitária na mídia para melhorar a imagem de suas críticas ao programa "Mais médicos".
Receio que vá é piorar a imagem. Afinal, com que dinheiro essa campanha será paga? Dos planos de saúde privados, que precisam do SUS funcionando mal para aumentar e manter sua clientela? Das consultas particulares que chegam a custar perto de um salário mínimo? Dos laboratórios farmacêuticos multinacionais? Dos fabricantes de equipamentos médicos sofisticados, como a Siemens, recentemente envolvida num escândalo de propinas para fraudar licitações na venda de seus produtos e serviços?
Outra medida que as entidades de médicos anunciam é participar das manifestações do grito dos excluídos (manifestações por justiça social), que acontece todos os anos na semana da Pátria. Só pode ser piada. Excluídos são os doentes do SUS sem médicos, e não os médicos que não aceitam ganhar R$ 10 mil por mês para atendê-los, certamente porque ganham melhor.
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