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domingo, 23 de setembro de 2012

Haddad demoliu Tralli: 'mensalão tucano corre risco de prescrever'


O candidato a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), concedeu entrevista ao telejornal SPTV da TV Globo, no sábado, e deu respostas demolidoras ao jornalista Cesar Tralli, que só fez perguntas venenosas com intenção de embaraçar.

Haddad tirou de letra.

Na primeira pergunta, sobre se o mensalão não o constrangia, Haddad disse que constrange a classe política como um todo, porque quase todos os partidos tem gente respondendo processos. Disse que gostaria que a justiça fosse até o fim em todos os casos, e que o mensalão nasceu no PSDB de Minas, e vem sendo postergado, com risco de prescrição, por ser mais antigo, de 1998...

Eis a transcrição completa:

César Tralli – Candidato, boa tarde.

Fernando Haddad – Boa tarde, Tralli.

César Tralli – Candidato, políticos importantes do seu partido estão sendo julgados e um deles já foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por crimes graves como corrupção, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha. Isso não constrange o senhor? Não põe em xeque o discurso sobre ética?

Fernando Haddad – Olha, constrange a classe política de uma maneira geral porque políticos de todos os partidos estão respondendo a processos. E eu gostaria muito que a Justiça fosse até o fim em todos os casos. Não apenas em relação ao PT, mas também em relação ao PSDB. Você sabe que o chamado mensalão nasceu em Minas Gerais, e o jugamento do mensalão de Minas está sendo postergado. E há um risco de prescrição em função das datas em que os crimes foram cometidos. Porque o mensalão do PSDB é muito anterior, é de 1998, é seis anos anterior. Então, desde que todos sejam julgados, garantido o amplo direito de defesa e punidos de acordo com o que fizeram, eu penso que as instituições saem fortalecidas. Agora, se a Justiça se fizer para uns, e não se fizer para outros, eu penso que a democracia vai sair enfraquecida. Nós não podemos seguir o princípio: aos inimigos a lei, aos amigos, tudo, como se diz. Então, vamos colocar o país a limpo, estamos de acordo, e as pessoas que erraram devem ser julgadas e se for comprovado o erro, tem que ser punidas. Não vejo problema nenhum em relação a isso.

César Tralli – O senhor concorda com o presidente Lula quando ele diz que o mensalão não existiu?

Fernando Haddad – Eu penso que o presidente Lula está fazendo referência a um aspecto que é a questão da coalizão da base aliada, ele está fazendo referência a esse aspecto especificamente. Porque, na visão dele, não é razoável imaginar que um parlamentar do PT precisasse receber recursos para votar com o governo. Essa é a consideração que ele faz.

César Tralli – O senhor foi ministro da Educação durante seis anos e meio e por três anos foi duramente criticado nas falhas do Enem. Foram fraudes e erros que acabaram prejudicando a vida de milhões de estudantes. Isso não compromete a sua imagem de administrador?

Fernando Haddad – Olha Tralli eu sou o ministro da Educação que mais expandiu a educação superior no país, com o ProUni, com a expansão das federais, com o novo Fies. Sou o ministro da Educação que mais expandiu a educação profissional no país. Eu sozinho construí 224 escolas técnicas, que é mais que a soma de todos os meus antecessores. Eu melhorei a qualidade do ensino fundamental no país depois de uma queda drástica nos anos 90. O Brasil hoje figura nos relatórios internacionais como caso de sucesso porque saiu da inércia. Não pelo patamar que atingiu mas porque está no rumo certo. Então, tanto a Unesco, a Onu quando a UCDE, que são os países ricos, reconhecem o esforço que o Brasil fez. Agora, se houve um crime contra o Enem, e foi um crime, não foi uma fraude. Um criminoso foi identificado, julgado e punido com cinco anos de cadeia. Eu gostaria que a oposição, ao invés de me criticar, se solidarizasse comigo. Porque houve um crime, e o culpado foi identificado e punido com cinco anos de cadeia. Imagina na cratera do Metrô, se fosse identificado um sabotador, nós iríamos nos solidarizar com o José Serra que era o governador è época. Mas não, o que aconteceu lá foi um erro, foi um homicídio culposo. Não foi o caso do que aconteceu no Enem, uma pessoa de fora da administração pública e dentro de uma gráfica que é a mais moderna do país cometeu um crime, foi identificado e punido.

César Tralli – Candidato, ainda na sua gestão, o ministério da Educação gastou R$ 800 mil com seis mil kits anti-homofobia, aqueles vídeos sobre relações homossexuais na relação escolar, só que a presidente Dilma considerou o material impróprio e impediu a distribuição do kit anti-homofobia. A produção desses vídeos foi um erro?

Fernando Haddad – Olha, uma emenda parlamentar que foi liberada a um conjunto de parlamentares que corretamente defendem o combate a todo tipo de intolerância: ao negro, à mulher, ao homossexual, intolerância religiosa, contra evangélico, contra seguidor de matriz afro. Esses parlamentares fizeram uma emenda ao Orçamento do ministério da Educação para produção de um material contra a intolerância. Bom, nós julgamos inapropriado o material para distribuição e reservamos o material para formação de professores. Eu penso que eu e a presidenta Dilma tomamos a decisão correta e eu não entendo as críticas que estão sendo feitas no sentido de distribuir um material que não era o mais adequado para crianças e jovens. Para professores, tá bem, professor tem total condição de se apropriar daquele material e enfrentar a questão do bullying homofóbico dentro da sala de aula. Já para crianças e jovens, o material tem que ser de outro tipo. Então, as críticas que nós estamos recebendo nesse sentido são equivocadas. A decisão minha e da Dilma foi uma decisão correta.

César Tralli – Candidato, o senhor fala em criar 150 quilômetros de corredores de ônibus e desafogar os que já existem. Mas a gente sabe hoje em São Paulo que os corredores vivem entupidos, cheios de problemas, especialmente porque se quer tem uma faixa de ultrapassagem. Na proposta do senhor, o senhor vai tirar calçada ou tirar faixa de carro para privilegiar os corredores?

Fernando Haddad – Segregar faixa. Porque você imagina 30% da população se desloca para o trabalho de carro, 70% se desloca de ônibus, trem e Metrô. Não é razoável você não segregar uma faixa para quem se desloca de ônibus. Então, nós entendemos que a única maneira de recuperar qualquer viabilidade de se deslocar por São Paulo é o transporte público. E você veja que a administração Serra Kassab abandonou o transporte público e mesmo o Metrô está parado. Faz três anos que não tem um Tatuzão escavando o subsolo de São Paulo. Novas linhas não estão sendo feitas. A Linha 5 continua parada, a Linha 6 sequer foi licitada. Eles ficam anunciando planos de papel que não sai e não são entregues. Então nós temos que recuperar o transporte coletivo e no caso da Prefeitura investir forte no corredor de ônibus e pactuar com o estado um novo cronograma para o Metrô. Dinheiro novo tem que responder a um cronograma de entrega novo.

César Tralli – Na gestão da ex-prefeita Marta Suplicy, que é do seu partido, não foi investido um único centavo no Metrô. O senhor pretende investir no Metrô se o senhor for eleito e qual seria o pedaço do Orçamento que iria para o Metrô?

Fernando Haddad – Tralli, não é bem verdade isso. Vou te explicar. Nós fomos ao governo do Estado e oferecemos recursos da Operação Faria Lima em troca de algumas estações e o governo do Estado recusou a oferta. Nós não queremos repassar recurso para o Metrô aplicar no sistema financeiro. Nós queremos aplicar recursos do Metrô do jeito que a Marta estava prevendo: dinheiro novo, cronograma e estação novas. Ou seja, não dá para simplesmente passar o dinheiro da prefeitura sem saber o que vai ser feito com ele. Então, eu vou repactuar com o Metrô. Nós queremos colocar inclusive dinheiro federal no Metrô, que o governo recusa. Mas nós vamos colocar federal, municipal para atender ao paulistano. Agora, não dá para ter esse ritmo tucano de entregar obra.

César Tralli – Nosso tempo está acabando candidato, em relação aos camelôs em situação irregular, o senhor diz que vai montar shoppings populares. Essa ideia nunca deu muito certo aqui em São Paulo. Por que é que daria dessa vez?

Fernando Haddad – Não, deu. Eu posso te levar a alguns que deram certo e mais. Além de ser professor da Universidade de São Paulo, eu sou professor da USP, eu fui lojista da 25 de Março. Então, eu conheço muito bem o assunto. Na cidade tem espaço para pedestre, tem espaço para o lojista e tem espaço para o ambulante desde que regular. É isso que nós vamos fazer, uma pactuação para ter espaço para todo mundo.

23 Comentários:

Leo disse...

O Interrogatório bateu como queria não se pergunta nada da capacidade do Haddad,o bom é que ele é intelectual e se saiu muito bem com perfeitas respostas.
E quanto ao Serra foi atacando?ja que o Serra não aceita perguntas que não lhe beneficie.

Avelino disse...

As perguntas ao Haddad sempre serão essas pela mídia, as respostas foram boas, mas não ganham manchetes, pois todas colocam os governos tucanos em evidência.

zejustino disse...

Depois dessa, o moleque mensaleiro da TIME/LIFE foi dormir com o rabo pegando fogo.

Bel disse...

É isso aí, Haddah. Toda vez que insistirem nesse mensalão, puxe a ponta da corda do mensalão mineiro que ainda não foi julgado e que o STF deixou para depois e todas as falcatruas dos demos e tucanos. Deixe para falar na privataria Tucana semana que vem, inclusive mostrando o livro do Amury.

Anônimo disse...

amei , nao teve um sequer caguejo, um titubiar, como diz lula esse menina vai se sair cada dia melhor kkkkkkkkkkk

Anônimo disse...

Espero que os paulistanos reconheçam que Haddad será o prefeito perfeito(sem trocadilho) para sua cidade. Respostas claras e sem tergiversar sobre nehum assunto. Parabéns Haddad. Quem dera que todos os petistas tivessem a mesma clareza e disposição para enfrentar as capciosas perguntas dos Tralli da vida.

Virgílio disse...

Excelente! Haddad está se consolidando com uma grande liderança do PT!
Espero que os paulistas não sejam mais uma vez burros ao escolherem seu prefeito!

José Medeiros disse...

Realmente o problema é que os eleitores pouco conhecem Haddad, como eu mesmo. Afinal, ser ministro do governo Lula, por mais que faça, sempre será para sofrer sabotagem, divulgação negativa e ser escamoteado, como o próprio Lula que foi aplaudido por 10 mil jovens no México e a Globo-Kamel e o PIG em geral esconderam a informaação, como sempre o fazem. O Partido da Imprensa Golpista - PIG jamais aceitará uma nova promessa política a não ser os vices (ou vícios) do Serra, como um tal de Índio da Costa. Mas, confesso que fiquei impressionado e conheci melhor este candidato. Desenvolto, preparado de verdade, com respostas na ponta da língua e muita, muita juventude e energia para ajudar o estado e a cidade de São Paulo. Chega dos medalhões como o Serra e o Kassab a repetirem perpetuamente o mesmo tró-ló-ló. São Paulo necessita de gente nova e competente como o cidadão da entrevista. Até o Tralli deve ter pensado se não mudará o próprio voto, ainda que secretamente para não ser jogado para escanteio pelo ditador de jornalismo da globo.

José Medeiros disse...

Realmente o problema é que os eleitores pouco conhecem Haddad, como eu mesmo. Afinal, ser ministro do governo Lula, por mais que faça, sempre será para sofrer sabotagem, divulgação negativa e ser escamoteado, como o próprio Lula que foi aplaudido por 10 mil jovens no México e a Globo-Kamel e o PIG em geral esconderam a informaação, como sempre o fazem. O Partido da Imprensa Golpista - PIG jamais aceitará uma nova promessa política a não ser os vices (ou vícios) do Serra, como um tal de Índio da Costa. Mas, confesso que fiquei impressionado e conheci melhor este candidato. Desenvolto, preparado de verdade, com respostas na ponta da língua e muita, muita juventude e energia para ajudar o estado e a cidade de São Paulo. Chega dos medalhões como o Serra e o Kassab a repetirem perpetuamente o mesmo tró-ló-ló. São Paulo necessita de gente nova e competente como o cidadão da entrevista. Até o Tralli deve ter pensado se não mudará o próprio voto, ainda que secretamente para não ser jogado para escanteio pelo ditador de jornalismo da globo.

Emília disse...

Pareceu mais um tribunal da inquisição. PIG safado.

Anônimo disse...

Beleza Haddad, humilhou esse jornalista.
Chupa PIG !!!!

Unknown disse...

A maioria da população não conhece o mensalão tucano, nem o livro a privataria tucana, nem a compra de votos por FHC para a reeleição, é tudo devidamente escondido pelo partido da imprensa golpista. Haddad se saiu muito bem, a entrevista golpista queria tosquiar mas saiu tosquiada.

Unknown disse...

A maioria da população não conhece o mensalão tucano, nem o livro a privataria tucana, nem a compra de votos por FHC para a reeleição, é tudo devidamente escondido pelo partido da imprensa golpista. Haddad se saiu muito bem, a entrevista golpista queria tosquiar mas saiu tosquiada.

andre disse...

Entrevista beeeem vagabunda!!!

NÃO discutiu UMA UNICA proposta do Haddad, só tentou fazê-lo escorregar em casca de banana do tipo: vc vai tirar calçada ou faixa de carro??

Ow Tralli tirar calçada??? vc só pode ser um otário ao falar isso!!!

andre disse...

Entrevista beeeem vagabunda!!!

NÃO discutiu UMA UNICA proposta do Haddad, só tentou fazê-lo escorregar em casca de banana do tipo: vc vai tirar calçada ou faixa de carro??

Ow Tralli tirar calçada??? vc só pode ser um otário ao falar isso!!!

alex disse...

Chupa, Tralha!
vendidão!

Almerindo disse...

HUMILHOU o Tralli e PRINCIPALMENTE a globobo...

PARABÉNS, Haddad!!!

Anônimo disse...

Excelente respostas do Haddad. Das pertuntas não gostei pq foram só acusações.
Rosa.

Anônimo disse...

Que entrevistazinha chinfrim e má intencionada desse Tralli ! Sem discussões concretas de propostas do candidato e cheia de interrogações maldosas ! É com gente do naipe desse individuo que é feita a maior parte de nossa famigerada mídia atual. Um bando de puxa sacos , com pouquíssimo ou nenhum caráter , sequiosos por qualquer minuto de fama e dinheiro fáceis , vendendo suas almas e dignidade aos Marinhos , Civitas e Frias e outros menos votados que não aceitam absolutamente as mudanças feitas no Brasil nos últimos 10 anos , e vivem do ódio àqueles que querem mudar uma estrutura escravocrata que parecia se perpetuar há mais de 200 anos em nossa sociedade !

Rui Nascimento disse...

Isso mais parece um interrogatório do DOI-CODI. A pergunta vem acompanhada de uma acusação.
Será que por trás das câmeras tinham uns caras de verde-oliva?

Carlos Arcat disse...

Genial!!!

Carlos Arcat disse...

Genial!!!!

Ms. Butterfly disse...

Meu Deus que homem preparado. Espero ele prefeito, governador e depois presidente. Esse LULA é danado mesmo!

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