Ao voltar de umas férias, o juiz mudou completamente de atitude. Passou a aplicar sempre a máxima de "na dúvida, pró réu". Por mais que houvessem provas circunstanciais, se pairassem dúvidas, ninguém mais ia para a cadeia por sentença dele.
Todos os advogados ficavam perplexos com tão radical mudança. Mas ninguém perguntava o motivo, pois o juiz não dava liberdade para tocar no assunto.
Um dia apareceu o Dr. Pacheco no Fórum, um velho colega de turma e amigo pessoal do juiz Severo. Ao tomar conhecimento da história, ficou intrigado e, curioso, não resistiu em perguntar-lhe na primeira oportunidade em que tiveram uma conversa de velhos amigos:
- Diga-me, Dr. Severo, porque é curiosidade de todos, inclusive minha, o que pode ter lhe ocorrido para tornar-se tão liberal em suas sentenças, diante de provas circunstanciais, que antes o levava a decidir pela condenação?
- Meu bom amigo sabe que passei a infância criado na roça, de onde guardo ternas lembranças. Nas minhas férias passei uns dias na fazenda de meu primo, com a Matilde, minha mulher, onde tive o prazer de relembrar doces afazeres da vida brejeira nos tempos de criança.
Acordava com o galo cantando, e um dia, ainda antes do sol nascer, levantei antes da Matilde acordar e fui ao curral tirar leite quentinho da vaca.
Apanhei um balde e caí no trabalho. Só que a vaquinha Florisbela era indócil. Com a pata esquerda derrubava o balde. Então apanhei uma corda e amarrei sua pata esquerda numa estaca.
Aí ela derrubava o balde com a pata direita. Amarrei a direita também.
Sentei num tamborete e reiniciei o trabalho de ordenha. Não é que a Florisbela começou a me chicotear com o rabo, com tal violência, que o jeito foi amarrar sua cauda numa trava do curral.
Foi então que começou o meu drama.
Tive vontade de urinar e, longe do banheiro e sem ninguém ali por perto, resolvi me aliviar ali mesmo. Justo na hora em que tirei o "passarinho" para fora, foi exatamente o momento em que a Matilde, me procurando, entrou no curral e me deu o flagrante.
Até hoje eu tento provar à Matilde que não era nada daquilo que ela estava pensando.
As provas circunstanciais indicavam outra situação que, bem... você sabe como é constrangedor, e não preciso explicar-lhe... mas ela não acredita em minha explicação, por mais que eu jure que é a mais pura verdade.
Desde então, por sentir na própria pele, compreendi como as aparências enganam. Nem sempre espelham a realidade dos fatos, nem as reais intenções do autor, e entendi a importância em ater-me mais detalhadamente nas explicações dos réus que, antes, soava para mim apenas como mero pretexto para escapar da condenação.
-x-x-x-
O conto acima é do site "A Toca do Lobo" com algumas adaptações.
Provas circunstancias, se forem seguras e a defesa não tiver como contestá-las, podem ser suficientes para condenação. Mas se a defesa conseguir mostrar que a verdade dos fatos pode mesmo ser outra, é motivo suficiente para a absolvição.
8 Comentários:
O problema é que todos saberiam da surra que deixou o Dr. Joaquim entrevado.
O problema é que todos saberiam da surra que deixou o Dr. Joaquim entrevado.
Zé Augusto, tenho pra mim que no caso do Joaquim Barbosa também é o caso das aparências podem enganar. Não me parece que ele seja louco ou ingenuo nesse caso.
Sabe a historia do policial bom e do policial mau? Talvez estajamos diante do mesmo caso.
A justiça deve fazer caminhos tortuosos para ser plena. O rei Salomão e sua espada e o juiz bom e juiz mau sejam coisas similares.
Ninguém melhor do que o Joaquim que deve ter tantas historias de humilhação é sabedor disso.Ele me parece um grande analista da sociologia do STF e da psicológica dos membros daquela casa ele, está seguindo caminhos tortuosos para fazer justiça.
Você já percebeu isso. Como o Gilmar pode julgar os reus culpados se o Joaquim já fez isso, seguir o relator? O Gilmar não fará isso.
O Marco Aurélio é sempre do contra, se o Joaquim e o revisor absolvessem, o Mello condenaria, então ter duas versões para um mesmo caso é tudo de bom.
Posso está enganada, mas o Joaquim premeditou tudo isso... Bom, isso é um impressão de mulher velha que só tem a intuição para se agarrar.
Ana,
Acho excelente suas observações:o bom e o mau!!!!!
Ana,
Acho excelente suas observações:o bom e o mau!!!!!
Muito bom!Repassei com a foto do Joaquim no bar e questionando porque hoje ele é o heroi da mídia corrupta...(ao menos por enquanto!)
O problema é querer usar o PT de "bode expiatório" de todos os males do Brasil, se querem condenar petistas, que condenem os tucanos, pois o caso do mensalão mineiro deles foi antes, aí sim eu concordo, quem roubar vai pra cadeia, agora não acho certo fazerem cadeia ser para PPPP, onde o 4º P é de petista, que é isso que eles querem. Apanhar calado não!
TO COM NOJO DA ATITUDE RACISTA DO MINISTRO JOAQUIM BARBOSA POR QUE E QUE ESTÁ ME PARECENDO["RACISMO"*** E AQUELE VELHO DITADOQUE SE DISS!,OS BRANCOS ESCRAVIZARAM POR TANTO TEMPO MEUS IRMÃOS AGORA VOU FAZER JUSTIÇA ACREDITA [ELE QUE ESTÁ FAZENDO JUSTIÇA] SÓ QUE ESQUECERAM DE DIZER Á ELE QUE O BRANCO QUE COLOCOU ELE LÁ NÃO FOI O QUE ONTEM O CHICOTEAVA É HOJE O ELOGIA DE FORMA DESCARADA E SÍNICA ESSA MÍDIA PORCA
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