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sexta-feira, 1 de junho de 2012

Pagot: O Rodoanel financiava a campanha do Serra

Ex diretor do DENIT denuncia caixa dois n campanha do PSDB

Todos os empreiteiros do Brasil sabiam que essa obra financiava a campanha do Serra”, disse Pagot. Consulta ao TSE mostra que o comitê de Serra e do PSDB receberam das empreiteiras que atuaram no trecho sul do Rodoanel quase R$ 40 milhões, em cifras oficiais. O representante de uma empreiteira que participou do Rodoanel confirmou à ISTOÉ que manteve contatos com Pagot reivindicando o aditivo. 


À ISTOÉ em  três encontros com a reportagem num hotel em Brasília, todos gravados, Pagot contou detalhes sobre a forma como, no exercício do cargo, foi pressionado pelo governo de José Serra a aprovar aditivos ilegais ao trecho sul do Rodoanel. A obra, segundo ele, serviu para abastecer o caixa 2 da campanha de José Serra à Presidência da República em 2010. “Veio procurador de empreiteira me avisar: ‘Você tem que se prevenir, tem 8% entrando lá.’ Era 60% para o Serra, 20% para o Kassab e 20% para o Alckmin”, disse Pagot. 

Nas conversas com ISTOÉ, Pagot também afirmou ter ouvido do senador Demóstenes Torres um pedido para que o ajudasse a pagar dívidas de campanha com a Delta com a entrega de obras para a construtora. Mas nem o aditivo de R$ 260 milhões para o trecho sul do Rodoanel foi liberado pelo DNIT – embora tenha sido pago pelo governo de São Paulo – nem o favor a Demóstenes foi prestado, segundo Pagot.

Pagot contou à ISTOÉ que recebeu pressões para liberar R$ 264 milhões em aditivos para a conclusão do trecho sul do Rodoanel. Segundo ele, em meados de 2009, o então diretor da Dersa, empresa paulista responsável pelas estradas, Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, solicitou uma audiência no DNIT.

Levou assessores, engenheiros e um procurador para tentar convencer Pagot a liberar a quantia. Até então, a obra tinha consumido R$ 3,6 bilhões, sendo R$ 1,2 bilhão em repasses da União. Acompanhado do diretor de Infraestrutura Rodoviária, Hideraldo Caron, Pagot disse que o governo não devia mais nada à Dersa. Quarenta dias depois, houve nova reunião, no Palácio dos Bandeirantes, na qual tentaram recolher sua assinatura num Termo de Ajuste de Conduta (TAC), apresentado pelo Ministério Público Federal. “A partir daí começaram as pressões”, diz Pagot.

Ele diz que recebia telefonemas constantes, não só de Paulo Preto, mas do deputado Valdemar Costa Neto (PR/SP), do ministro Alfredo Nascimento e de seu secretário-executivo, hoje ministro Paulo Sérgio Passos. O caso foi parar no TCU, que autorizou a Dersa a assinar o TAC, condicionando novos aditivos à autorização prévia do tribunal e do MP. Pagot recorreu à AGU, que em parecer, ao qual ISTOÉ teve acesso, o liberou de assinar o documento.

Leia a matéria completa aqui na Revista IstoÉ

1 Comentários:

Unknown disse...

HELENA VEJA O QUE A RBS/GLOBO/RS PUBLICOU, por favor publique,vamos mostrar a ÉTICA desse grupo.
Carmen Fusquine

Editorial defende o julgamento imediato do mensalão, para que os crimes não prescrevam. Você concorda?
31 de maio de 2012
31
Zerohora.com adianta o editorial que os jornais da RBS publicarão no próximo domingo para que os leitores possam manifestar concordância ou discordância em relação aos argumentos apresentados. Participações enviadas até as 18h de sexta-feira serão selecionadas para publicação na edição impressa.

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O MENSALÃO NA PAUTA

O polêmico encontro entre o ex-presidente Lula e o ministro do Supremo Gilmar Mendes teve como efeito colateral a reposição do mensalão na ordem do dia do país. Na última quarta-feira, representantes das ONGs Transparência Brasil e Contas Abertas, além de outros movimentos de defesa da ética na política, levaram ao STF um abaixo-assinado com 35 mil assinaturas de cidadãos brasileiros pedindo a realização do julgamento ainda no atual semestre, para evitar a prescrição de crimes apontados no processo que tramita há quatro anos na mais alta corte de Justiça do país. O início do julgamento depende apenas da liberação dos autos pelo ministro revisor, Ricardo Lewandowski.

Mensalão é o termo pelo qual popularizou-se o escândalo de compra de votos de parlamentares ocorrido durante o primeiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nos anos de 2005 e 2006, que resultou na demissão do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, na cassação de seu mandato e também o do deputado federal Roberto Jefferson, além do indiciamento de 38 pessoas pelos crimes de formação de quadrilha, peculato, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, gestão fraudulenta e evasão de divisas. As denúncias foram devidamente apuradas pela polícia e pelo Ministério Público e encaminhadas pelo procurador-geral de Justiça ao Supremo Tribunal Federal, que as acolheu, de acordo com o ordenamento jurídico e constitucional vigente.

Mas o aspecto político do episódio ainda é controverso, principalmente pelos danos que causou à imagem até então verossímil do Partido dos Trabalhadores como paladino da ética e da honestidade. Representou, também, uma mancha de suspeita na bem-sucedida administração do presidente Lula, que até hoje não se conforma com a dimensão do caso. Lula e algumas lideranças petistas insistem em dizer que o mensalão foi uma farsa armada para prejudicar seu governo e o partido _ o que explica a repercussão do recente e mal explicado encontro no escritório do ex-ministro Nelson Jobim.

Além das provas documentais, que incluem registros de servidores embolsando dinheiro de propina, o processo contém o relatório feito pela Polícia Federal depois de exaustiva investigação e a denúncia apresentada pelo procurador-geral da República contra 40 acusados, também fartamente ilustrada por provas e depoimentos. Cabe agora ao Supremo Tribunal Federal proceder ao desfecho do rumoroso episódio com um julgamento imparcial e exemplar, que consolide a supremacia do ordenamento jurídico e da democracia sobre a esperteza, as malfeitorias, a ambição de poder e os arroubos messiânicos de indivíduos que se consideram acima das instituições e da vontade da população.

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