Depois da renúncia de Ricardo Teixeira da CBF, considerado um aliado dos interesses comerciais da Rede Globo na conquista de direitos de transmissão, a emissora sofreu outro revés com a prisão de outros aliados, dessa vez nos direitos de transmissão do carnaval carioca.
O Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro obteve a condenação da cúpula do jogo do bicho, formada pelos bicheiros Ailton Guimarães Jorge (Capitão Guimarães), Antônio Petrus Kalil (o Turcão) e Aniz Abraão David (Anízio). Foram condenados a 48 anos e 8 meses pelos crimes de formação de quadrilha e corrupção ativa e teve a prisão decretada. O resultado é desdobramento da Operação Furacão, deflagrada em abril de 2007 pela Polícia Federal. A condenação não foi apenas por exploração de jogos proibidos, mas também por outros crimes como corrupção de agentes públicos, tráfico de influência, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, importação e uso comercial de componentes eletrônicos contrabandeados,dentre outros delitos.
Anízio e Capitão Guimarães já foram presidentes da LIESA (Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro), entidade que assina os contratos de transmissão do carnaval com a Globo, numa engenhosa triangulação para fugir de disputar licitação.
Antigamente era a Riotur (empresa de turismo da prefeitura) quem negociava estes direitos. Para fugir da obrigação de licitar, quando César Maia (DEM/RJ) foi prefeito, terceirizou para a LIESA a administração destes contratos do carnaval. Como a LIESA é uma entidade privada (assim como a CBF), pode fazer contratos com a Globo em negociação direta, sem licitação.
Numa destas operações da Polícia Federal, um repórter das organizações Globo, ligado à cobertura do carnaval, foi indiciado por conseguir informações vazadas e avisar bicheiros que seriam alvo de prisão ou mandado de busca. Constrangida, a Globo viu-se obrigada a demitir o repórter.
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