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quinta-feira, 15 de março de 2012

Economista que contribuiu para criar pânico antes da eleição de Lula vai para o Goldman Sachs


Economista contribuiu para criar pânico na economia brasileira antes da eleição de Lula

O economista Paulo Leme, 52 anos, assumiu ontem o posto de chairman do banco Goldman Sachs no Brasil. Leme tornou- se conhecido por suas opiniões polêmicas e ficou marcado como criador do "lulômetro", índice criado na eleição de 2002 para supostamente medir o impacto da eleição de Lula na cotação do dólar, mas que serviu para fomentar o pânico na economia brasileira.

O nome do índice era referência a Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, então oponente de José Serra, candidato do PSDB. Pelos cálculos, Paulo Leme e o Goldman estimavam que o dólar atingiria R$ 3,00 se Lula assumisse a presidência. No comando de Serra, apostavam, chegaria a R$ 2,50.

Se o discurso tinha o objetivo de barrar o avanço de Lula nas pesquisas, o Goldman foi frustrado, pois o candidato do PT foi eleito no segundo turno. Por outro lado, provocou um efeito perverso sobre a economia. O dólar chegou a R$ 4,00, investidores correram da bolsa e o risco-país, indicador que serve como termômetro da confiança dos investidores globais em relação a economias de países emergentes, chegou ao pior patamar da história.

No auge da crise de desconfiança, em 27 de setembro de 2002, às vésperas das eleições, o risco- Brasil atingiu 2.441 pontos. Como base de comparação: na ocasião da crise asiática, em 1997, esse indicador bateu em 1.800. No ano de 2002, o Ibovespa, índice de referência da bolsa brasileira, caiu 17% - apenas em setembro daquele ano, despencou 16,9%.

"A situação econômica do Brasil não era boa nos anos 2000 e o governo já tinha feito três socorros ao Fundo Monetário Internacional. A criação do índice lulômetro praticamente fomentou a desgraça nacional, ajudando a afugentar os investidores do país e ampliando a crise", diz um economista ao Brasil Econônomico

Paulo Leme fazia parte de um grupo de executivos de grandes bancos acostumados a fazer operações de alto retorno e alto risco, sobretudo em países emergentes, muitos em situações políticas instáveis, onde as instituições não funcionavam.

Hoje, à frente do Goldman, seu desafio é reanimar os negócios do banco americano e fazer a instituição, finalmente, deslanchar no Brasil para tentar ultrapassar rivais como o Credit Suisse e o BTG Pactual. A receita de intermediação do banco, que dá dimensão de seu tamanho no país, caiu de R$ 279,1 milhões, em 2008, para R$ 105,7 milhões, em 201.Brasil Econônomico

5 Comentários:

Fernando Guimarães disse...

Parece que está indo para lugar certo, a julgar pelo devastador artigo de Greg Smith, que se demitiu ontem via NYTimes. Leiam: http://www.nytimes.com/2012/03/14/opinion/why-i-am-leaving-goldman-sachs.html?_r=1

Duo disse...

Basta assistir o documentário Inside Job, e verificar o protagonismo do Goldman Sachs na recente crise americana ... e que a bovespa e seus investidores sejam felizes!

Djijo disse...

Tem que parar que isso: "diz um economista ao BRASIL ECONÔMICO". Está parecendo a globo. Nâo é mais honesto dar o nome do economista?

Anônimo disse...

Em suma, é um criminoso.

Emília disse...

Se depender de mim esse banco vai para o quinto dos infernos.

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