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sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

A falta que mortes em massa faz para o lucrativo filão do noticiário de catástrofes

Há um ano atrás, na região serrana do estado do Rio de Janeiro morreram perto de 1.000 pessoas vítimas das chuvas.

O noticiário em plantão permanente dava boletins dramáticos toda hora com a contagem recorde de mortos. "Especialistas" e urubólogos ouvidos nos canais de notícias afirmavam categoricamente que faltava investimentos em radares meteorológicos, pluviômetros,  sistemas de alarmes, etc, etc ... pois quando a população é avisada e evacuada da área de risco com antecedência, os desastres materiais acontecem com a perda de casas e móveis, mas as vidas se salvam. Tudo isso é verdade, só esquecerem de dizer que o governo demo-tucano não só deixou de investir no setor, como sucateou os órgãos do estado, deixando para o governo Lula e Dilma o trabalho de recuperar a capacidade funcional destes órgãos, inclusive com abertura de concursos, combatidos pelos neoliberais da oposição partidária e midiática.

Pois bem, o Ministério da Ciência e Tecnologia trabalhou duro durante o ano para tirar do papel o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), criado para emitir alertas em áreas de risco de inundações, funcionando 24 horas por dia.

O ministro Aloizio Mercadante disse que o monitoramento sobre as chuvas está funcionando e que a Defesa Civil tem sido alertada: "... O CEMADEN tem feito todos os alertas, tem acertado com precisão”, garantiu.

Os alertas tem permitido à defesa civil das cidades e estados evacuarem as áreas de risco, quando necessário, salvando vidas.

A pergunta que fica no ar é: por que não vemos notícias sobre os sistemas de alertas e planos de contingência? E por que os meios de comunicação não ajuda a divulgá-los?

Não me refiro à alarmismo nacional que, em vez de ajudar, poderia atrapalhar, pois cada cidade tem sua realidade e incidência de chuva diferente, mas pelo menos os noticiários nacionais deveriam informar à população a ficarem em alerta para prestarem atenção nos avisos que devem acompanhar, e até a cobrarem de seus prefeitos repasse de informações do CEMADEN.

Parece que notícias para salvar vidas dá menos ibope do que recordes de mortes em catástrofes. E menos ibope, significa menos lucros.

Talvez isso explique o mau humor do telejornalismo trapaceiro que, em vez de fazer uma bela reportagem sobre o CEMADEN, em Cachoeira Paulista (SP), e o trabalho dos bombeiros e da defesa civil no noticiário local, prefere procurar aquela ONG Contas Abertas, que tortura os números até que eles confessem o "teste de hipótese" que o telejornal deseja pautar para derrubar ministro.

Vidas Salvas que foram para o limbo do noticiário

Em Santa Catarina, em setembro, o governo emitiu alertas de chuvas fortes e 200 mil pessoas foram retiradas de áreas críticas. O Rio Itajaí chegou a subir 13 metros e nenhuma pessoa morreu por causa da inundação. Em 2008 morreram mais de 160.

O governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, foi avisado com 20 dias de antecedência sobre a possibilidade de chuva intensa, na Grande Belo Horizonte, o que está ocorrendo agora.

Nem todo o crédito deve-se ao Ministério da Ciência e Tecnologia. Vários estados e municípios estão melhor preparados este ano. Com a experiência das ocorrências no passado não estão mais sendo pegos de surpresa. Muitos se prepararam com planos de contingência e evacuação.

A previsão de chuvas intensas e alertas do CEMADEN é parte de um sistema. Depende do planos de evacuação feitos pela defesa civil dos estados e prefeituras, do próprio treinamento da população, e da mobilização social.

Outra parte do trabalho é o levantamento geotécnico, que detalha o encharcamento do solo que pode causar deslizamento em um determinado local. Segundo o MCT, 51 cidades mais expostas a riscos com as chuvas já contam com esse levantamento. Até 2014 a meta é mapear os 251 municípios que têm áreas de risco elevado de desastres. (Com informações da Agência Brasil, aqui e aqui)

2 Comentários:

Luiz Carlos disse...

Gente entrem em: http://www.sbt.com.br/omaiorbrasileiro/ e votem no Lula - o maior dentre os maiores.

josé lopes disse...

Tem toda razão Zé. Ontem o catastrófico Willian Waack do Jornal da Globo iniciou o jornal noticiando que a inflação deste ano no Brasil é a maior dos últimos sete anos. Tenho a compreensão de que todo bom jornalismo deve noticiar mesmo. Porém, os dois pesos e duas medidas utilizados por este jornalismo vulgar é estarrecedor. Quando a inflação estava lá embaixo, como por diversas vezes esteve, não vi uma matéria dando destaque ao assunto. O certo seria noticiar da seguinte maneira:Governo consegue controlar a inflação dentro da meta pré estabelecida. O Jornal da Globo deu destaque também aos preços das passagens aéreas, segundo ele, a causa principal do aumento da inflação. Se dissesse que o aumento do feijão e do arroz seria a causa principal, aí sim eu ficaria muito preocupado. Como diz a Presidente Dilma: "O país está em boas mãos". Quanto a este jornalismo está em péssimas mãos.

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