Serra chorou, reclamou, bateu boca, por que não participou do programa de TV do PSDB. O partido, dessa vez, arrumou uma boquinha para Serra.No clima de paz e amor, o novo programa do PSDB estadual, que vai ao ar no dia 2 e 4 de novembro, trará o governador Geraldo Alckmin e o ex-governador José Serra numa dobradinha.
Serra falará sobre a Lei Anti-fumo, que criou na sua gestão, e elogiará a lei estadual que amplifica a prevenção ao uso de bebidas alcoólicas por crianças e adolescentes, sancionada por Alckmin. O governador, por sua vez, além de citar Mário Covas, o que faz com certa freqüência, também falará de Serra.O senador Aloysio Nunes Ferreira , que anda detonando os tucanos nas redes sociais, dizendo que: ‘Dessa forma, 2014 já era’,também aparecerá no filme defendendo o voto distrital. O programa anterior do partido gerou crise entre os tucanos, já que Serra e Aloysio foram excluídos das filmagens.
Quando assumiu o governo de São Paulo após a gestão Geraldo Alckmin, em 2007, o tucano José Serra foi duro com o antecessor, que também é do PSDB. Ele demitiu as pessoas próximas a Alckmin, mandou auditar os contratos da administração anterior, interrompeu programas criados pelo colega e, nos bastidores, deixou circular críticas até grosseiras ao comportamento do grupo que deixava o poder, muitas vezes classificado como “caipira”, “despreparado” ou “provinciano”.
Alckmin reassumiu o governo, em substituição à gestão Serra. Em diversos aspectos, sua postura foi bem parecida com a de Serra em 2007. Alckmin afastou os serristas da administração, também mandou rever os contratos e interrompeu programas. Apesar das mudanças, Alckmin, em público, tem procurado manter a elegância. Na cerimônia de posse, ofereceu cadeira cativa e deu declarações simpáticas a Serra.
Em poucos dias, Alckmin extinguiu a Secretaria de Comunicação criada por Serra, anunciou a venda de um prédio recém-reformado por Serra e mandou retomar o processo de venda do avião de uso privativo do governador, que ele iniciara em 2006 e fora cancelado por Serra em uma de suas primeiras decisões à frente do governo de São Paulo. Alckmin determinou também que, os secretários devem usar voos convencionais. “Secretário alugar avião e helicóptero, só para caso de infarto do miocárdio”, disse.
Outro ato que chamou a atenção foi na TV Cultura, controlada pelo governo. A emissora veiculou uma reportagem longa e crítica sobre a situação da saúde no Estado. Relatou filas e deficiências no atendimento. Afirmou que não há falta de médicos ou dinheiro, mas “problemas de gestão”. Em seguida, mostrou uma entrevista com Alckmin, que listou “soluções”.
Até agora, as mais explícitas demonstrações de descontinuidade foram na montagem do secretariado. Serra pediu a Alckmin para manter o economista Mauro Ricardo na Secretaria da Fazenda. Alckmin ignorou o apelo e nomeou o economista Andrea Calabi em seu lugar. Descontente, Ricardo afirmou em entrevista que soube de sua substituição pela imprensa. No fim, encontrou abrigo na Secretaria da Fazenda da prefeitura de São Paulo, a convite de Gilberto Kassab (DEM), aliado de Serra.
Uma situação parecida foi vista na Secretaria de Educação, entregue ao ex-reitor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) Herman Voorwald. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso teria pedido pela manutenção do falecido Paulo Renato Souza. Alckmin não só deixou de atendê-lo, como nomeou Voorwald depois de ouvir um parecer favorável do deputado federal eleito Gabriel Chalita (ex tucano,que estava no PSB e agora no PMDB), desafeto de Serra.
Amigo de Alckmin, de quem foi secretário de Educação, Chalita também é citado como o responsável pela indicação de seu ex-secretário executivo Paulo Barbosa para a pasta de Assistência e Desenvolvimento Social. Chalita, ao que tudo indica, influenciou mais que Serra e FHC juntos.
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