Decisão segue o anúncio do BC, que reviu medidas de restrição aos financiamentos
No primeiro dia útil após o Banco Central (BC) aliviar as restrições ao crédito de curto prazo para pessoa física, o Banco do Brasil (BB) acompanhou o movimento e reduziu os juros em algumas linhas de crédito. Em comunicado, a instituição informou que as taxas ficarão menores nas operações que tiveram a exigência de capital reduzida pela autoridade monetária.
Os cortes variam de acordo com o tipo de linha e o prazo. A compra de veículos até 60 meses terá os juros diminuídos até 0,5 ponto percentual. A redução será até 0,4 ponto no crédito consignado de 37 a 60 meses. Já nas linhas de crédito direto ao consumidor (CDC) entre 25 e 36 meses, a taxa caiu 0,2 ponto....
VARIÁVEIS
A variação efetiva dos juros em cada linha de crédito depende de vários fatores, como perfil do cliente, entidades conveniadas e a relação com a financiadora que opera as linhas de crédito. O banco, no entanto, divulgou exemplos. No caso do crédito consignado com recursos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o juro final caiu de 2,34% para 2,04% ao mês nos empréstimos de 37 a 60 meses. Já nos financiamentos de veículos novos, a taxa mínima caiu de 1,52% para 1,42% ao mês, enquanto a máxima foi de 2,76% para 2,3% ao mês.
De acordo com o BB, as reduções nos juros seguem as medidas adotadas pelo BC e mantêm a competitividade da instituição no sis-tema financeiro. "O corte nos juros mantém alinhamento com as medidas adotadas pelo BC, que têm por objetivo contribuir com o aquecimento da economia por meio do crédito de consumo, porém, de for-ma responsável", destacou o banco em comunicado.
O QUE MUDOU
Na última sexta-feira, o BC anunciou mudanças no cálculo das reservas que os bancos são obrigados a manter para fazer frente à concessão de crédito. As linhas até 60 meses tiveram o limite diminuído. As operações acima de 60 meses, no entanto, tiveram a exigência de capital dobrada. As mudanças afetaram o CDC, o crédito consignado e o financiamento de veículos.
Em geral, a instituição bancária precisa de R$ 11 de capital para garantir cada R$ 100 emprestados. Em dezembro do ano passado, para segurar o crescimento do crédito, o BC aumentou a exigência para R$ 16,5 nos empréstimos mais longos. Agora, o BC reduziu a exigência para os R$ 11 originais nos empréstimos mais curtos. No crédito de longo prazo, ela subiu para R$ 33.
Com isso, o BC quer baratear o crédito de curto prazo e, ao mesmo tempo, evitar que as pessoas tomem empréstimos muito longos, que têm nível de inadimplência mais alto.
SAIBA +
O vice-presidente
da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), Miguel Ribeiro de Oliveira, acredita que, no curto prazo, não deve haver mudanças no que diz respeito à inadimplência do consumidor.
Entretanto, alerta, "que quando a atividade econômica do País voltar ao normal, provavelmente o governo deverá rever a questão".
Impacto sentido no bolso
Além de reduzir o capital mínimo que as instituições financeiras são obrigadas a manter para fazer frente aos empréstimos até 60 meses, o Banco Central (BC) decidiu revogar o aumento do pagamento mínimo da fatura de cartão de crédito, que subiria de 15% para 20% em dezembro. De acordo com o BC, o percentual "tem se mostrado suficiente para o controle dos valores em exposição, por isso o órgão decidiu mantê-lo inalterado".
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) elogiou a decisão da autoridade monetária e disse acreditar que a manutenção evitou um aumento no nível de comprometimento de renda da população.
Entretanto, a federação afirmou que ainda é difícil medir os impactos das novas regras. Segundo a entidade, se o cenário continuar se deteriorando, tanto a oferta como a demanda por crédito, tendem a se retrair, o que pode contrabalançar o efeito das medidas adotadas.
De acordo com o vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), Miguel Ribeiro de Oliveira, o consumidor deve sentir os efeitos das medidas anunciadas pelo BC já no Natal deste ano. Segundo ele, como a economia está crescendo em patamar inferior ao verificado em 2010, o governo precisou alterar os planos, mudando as regras adotadas para restringir o crédito e evitar a alta da inflação.
Este movimento, na avaliação do dirigente, deve fazer com que as condições de concessão de crédito melhorem, havendo diminuição na taxa de juros não só por parte do Banco do Brasil (BB), mas também pelas demais instituições bancárias. "Já eram medidas esperadas para restringir o crédito e evitar a alta da inflação. Contudo, desde 2010, a economia mundial mudou, fazendo com que o BC tivesse que tomar novas medidas", explicou.
1 Comentários:
...2,34% para 2,04%...
quando baixar pra 0,1% ao ano eu vou comemorar.
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