Ainda candidato à Presidência da República, em 2002, Lula criticava
a encomenda de plataformas de petróleo da Ásia e defendia que a
construção delas em território nacional traria empregos e poderia
revigorar a indústria brasileira.
Nesta segunda-feira (19), em palestra
para membros do Sindicato Nacional da Construção e Reparação Naval e
Offshore (Sinaval), o ex-presidente pôde mostrar números provando que
essa ideia não ficou apenas na promessa.
O nível de emprego no setor é um dos indicadores mais importantes da
retomada que ocorreu em seus oito anos de governo. Em 2002, eram cerca
de 2 mil postos de trabalho, e o país estava há mais de 15 anos sem
lançar ao mar um grande navio. Hoje, são 56 mil pessoas trabalhando
diretamente em 37 estaleiros, que tocam cerca de 300 projetos, incluindo
19 plataformas de petróleo. O país já é o quinto colocado em volume de
encomendas, e há mais seis estaleiros em construção.
Petrobras
O crescimento da indústria naval foi impulsionado pela Petrobras, que
fez investimentos pesados em infraestrutura e priorizou a indústria
nacional. “A frota atual da Transpetro [braço logístico da Petrobras]
conta com 53 navios. Espera-se que esse número chegue a 110 em 2015. O
índice de nacionalização das embarcações ultrapassa os 70%, não apenas
garantindo as atividades dos estaleiros, mas também impulsionando toda
uma cadeia produtiva e incentivando a instalação de fornecedores no
país”, ressaltou Lula em seu discurso, no Rio de Janeiro.
Na área de offshore, as encomendas da Petrobras têm ajudado a criar
empregos e em toda a costa do país. A empresa já recebeu a plataforma
P-56, construída em Angra dos Reis. Encomendou outras cinco, que já
estão sendo construídas. A P-59 e a P-60 virão do estaleiro de São Roque
do Paraguaçu, na Bahia; a P-61 virá do estaleiro BrasFELS, em Angra dos
Reis; a P-63 será feita no estaleiro Rio Grande, e a P-55 terá sua
fabricação dividida: o casco será feito em Pernambuco, enquanto os
módulos e equipamentos virão de Niterói e do Rio Grande do Sul.
“Por isso estou disposto a correr o mundo vendendo o Brasil. Não para
privatizar, mas como projeto, como ideia. Porque não admitimos mais
sermos tratados com opaís de sergunda classe”, disse o ex-presidente.
Pré-sal
A julgar pelo seu plano de negócios, a Petrobras continuará sendo a
grande fomentadora do setor, já que no período de 2011 a 2015 prevê
investimentos de 224,7 bilhões de dólares – mais do que o governo
americano teve de orçamento em dez anos para levar o homem à Lua.
Boa parte desse valor vai para a região próxima às reservas do
pré-sal. “O pré-sal é uma dádiva da natureza. Mas transformá-lo em
riqueza nacional depende de decisão política e de investimentos em
tecnologia, nas nossas empresas e na nossa gente”, afirmou Lula.
Como homenagem pela recuperação do setor, o Sinaval presenteou o
ex-presidente com uma placa e duas maquetes. Acompanharam a palestra o
ministro da Pesca, Luiz Sérgio, o presidente da Petrobras, José Sergio
Gabrielli, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), a diretora de Gás e
Energia da Petrobras, Graça Foster, o diretor de Exploração e Produção
da empresa, Guilherme Estrella, e o presidente da Transpetro, Sérgio
Machado. (Do Instituto da Cidadania)
-
0 Comentários:
Postar um comentário
Meus queridos e minhas queridas leitoras
Não publicamos comentários anônimos
Obrigada pela colaboração