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terça-feira, 21 de junho de 2011

Em menos de seis meses, Alckmin troca 4 secretários envolvidos em corrupção

Às vésperas de completar seis meses no cargo, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), mais uma vez terá de buscar novos nomes para a composição de seu governo. Só no secretariado, quatro trocas de comando já ocorreram. Na mais recente, o secretário de Esporte, Lazer e Juventude de São Paulo, Jorge Pagura (PTB), pediu demissão depois de ver seu nome citado em investigação do Ministério Público e da Polícia Federal sobre um suposto esquema de fraude em plantões nos hospitais públicos do Estado.

Ontem, foi a vez do coordenador de Serviços de Saúde, Ricardo Tardelli, deixar o cargo. Ambos foram citados em escutas telefônicas captadas pela operação.

Alckmin não havia completado nem três meses de sua volta ao governo de São Paulo quando teve a primeira baixa em seu secretariado. Terminado o prazo acordado com o titular da Agricultura, João Sampaio - que lá estava desde o governo de José Serra (PSDB) -, para nomear um substituto, Alckmin não havia encontrado no PMDB, que pleiteava o cargo, um nome que lhe agradasse para o posto, pois queria alguém com perfil técnico.

Um mês depois, em resposta à articulação do prefeito da capital, Gilberto Kassab, para formar o PSD, demitiu seu vice-governador, Guilherme Afif Domingos, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Para a vaga de Afif, fiel escudeiro do prefeito, deslocou Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), que comandava a Secretaria de Desenvolvimento Social, abrindo este espaço para realocar o DEM, com o deputado federal - e antigo aliado de Kassab - Rodrigo Garcia. Ao PP, ofereceu a presidência da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), em negociação mediada pelo deputado federal Paulo Maluf. O economista Antonio Carlos do Amaral Filho foi o escolhido. O imbróglio na Agricultura só viria a ser resolvido em maio, quando Alckmin nomeou para o posto a engenheira agrônoma Mônika Bergamaschi, sem ligação partidária.

Na Assembleia Legislativa, o governador, apesar de gozar de ampla maioria, está sempre às voltas com eventuais deserções rumo à oposição. Esta, com 28 cadeiras, busca angariar mais quatro parlamentares, o que lhe daria assinaturas suficientes para protocolar comissões parlamentares de inquérito (CPIs). PDT, PMDB, PR e PRB já ameaçaram debandar caso Alckmin não lhes cedesse espaço em postos na máquina burocrática.

Por conta da investigação de fraude, a Secretaria da Saúde do Estado determinou a implantação obrigatória de sistemas de ponto eletrônico nos hospitais ligados à Pasta. Foi determinado prazo de 90 dias para que os hospitais se adaptem ao meio eletrônico do controle de expediente de seus funcionários. Mas a medida não é considerada suficiente nem entre aliados. O deputado estadual Carlos Bezerra (PSDB), que integra a Comissão de Saúde na Assembleia, acredita que só com a aprovação de lei que exija dedicação exclusiva dos profissionais ao serviço público e fortalecimento dos conselhos de gerenciamento se pode resolver a questão: "Não é cartão de ponto que resolve o problema. É ser bem pago onde você está. O salário dos profissionais de saúde pública está abaixo do mercado."

2 Comentários:

Morais disse...

E o PT de São Paulo, vai ficar dormindo, não vai abrir investigações sobre o governo do Alckmin???
Estes deputados estaduais deviam trabalhar mais e imprensar os tucanos como eles tentam fazer com o governo federal.

ZÉ POVO disse...

Rombo na sáude de mais de R$ 100 milhões, depois o caos da saúde é culpa do governo federal.

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