A Ferretti, fabricante italiana de iates de luxo, está se voltando a novos milionários brasileiros, em razão da queda das vendas entre clientes tradicionais na "velha economia" e na região das marinas do Mediterrâneo.
A empresa quer ampliar a força de trabalho de 600 para mil funcionários no Brasil e elevar as vendas em 15% ao ano nos próximos três a quatro anos, disse o presidente-executivo, Giancarlo Galeone, ao "Financial Times".
O Brasil está rapidamente se tornando um dos principais destinos novos para o investimento do setor de iates graças aos salários em alta, aos seus 7.400 quilômetros de costas e ao clima propício durante o ano todo.
No entanto, como os fabricantes de iates estão à procura de clientes fora de seus mercados estagnados nos Estados Unidos e Europa, o Brasil pode em breve sofrer excesso de oferta, alertaram analistas.
"O Brasil é um mercado atraente. A diferença entre o Brasil e a China é que já existe uma cultura de iatismo aqui", disse Galeone.
Número maior de brasileiros se tornou capaz de bancar um iate da Ferretti, cujos preços variam de US$ 429 mil a mais de US$ 110 milhões.
"Muitos dos clientes nem mesmo sabem como operar seus barcos. Eles simplesmente os utilizam como barcos para festas", disse Marcio Christiansen, da Ferretti. "Eles certamente não sairiam para pescar."
As receitas da Ferretti no Brasil triplicaram nos três últimos anos e devem atingir os US$ 100 milhões no ano fiscal que se encerra em agosto.
Mas fabricantes de iates como a Ferretti devem se preparar para concorrência séria no Brasil, disse Eduardo Colunna, presidente da Acobar, a associação brasileira de construtores de barcos.
A capacidade dos portos brasileiros está perto do limite, e preocupações ambientais também ameaçam limitar a demanda, diz ele. O Brasil deve produzir 5.200 barcos esportivos e de lazer em 2011, ante 4.700 em 2010, segundo a Acobar.
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