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quarta-feira, 27 de abril de 2011

Despesas acima do previsto? Você paga

Em construção desde 2007, a nova sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já custou aos cofres públicos mais de R$ 386 milhões. Quando o projeto foi anunciado, há quatro anos, tinha o custo estimado de R$ 67 milhões, segundo informações do site Contas Abertas a dotação prevista para o término da construção chegou a R$ 98 milhões - registrando um acréscimo de R$ 31 milhões ao custo final da obra. Já em 2010, o valor das despesas chegou a R$ 118,5 milhões, segundo dados do programa Construção do Edifício-Sede do TSE em Brasília, registrados no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi).

Em abril do ano passado, a obra situada no Setor de Administração Federal Sul de Brasília ? completou 75% de sua execução. Neste período, conforme informações publicadas no site do TSE, o valor acumulado dos gastos foi de R$ 94.967.639,70 - que, segundo a assessoria de imprensa do órgão, corresponde ao cálculo das despesas sem a realização de correção monetária.

"Não houve aumento no custo total da obra. O orçamento inicial estimado para a conclusão do empreendimento, em 2006, era de R$ 330 milhões. O que ocorreu foi o reajuste dos valores em função dos cálculos de correção monetária do valor dos serviços e materiais utilizados na obra", argumentam os responsáveis pela Coordenadoria de Engenharia e Arquitetura do TSE ouvidos pelo Jornal de Brasília

DESPESAS CONTESTADAS

Em 2007, ano em que as obras tiveram início, o Ministério Público Federal (MPF) ajuizou uma Ação Civil Pública contra o TSE pedindo a suspensão dos serviços para construção da nova sede. A ação foi movida após o Tribunal de Contas da União (TCU) apurar indícios de superfaturamento e outras irregularidades.

Segundo a Coordenadoria de Engenharia e Arquitetura do TSE, o custo final da obra previsto pelo projeto original do escritório de Oscar Niemeyer era de R$ 380 milhões. No entanto, "antes da licitação, foram feitos ajustes no projeto que resultaram na redução do valor para R$ 330 milhões".

Segundo as planilhas disponibilizadas pelo TSE, os pagamentos feitos nos últimos quatro anos não extrapolam o orçamento, e "a diferença entre a tabela do site do TSE (gastos mensais, ano a ano) e a planilha do Siafi é que a primeira se refere a valores nominais (sem correção monetária), enquanto a segunda aponta os valores já corrigidos ano a ano".

Para reduzir os custos da obra, após a Ação Civil Pública movida pelo MPF, algumas medidas foram adotadas, como a substituição de granito preto por piso mais barato e o cancelamento da compra de uma ponte elevatória que transportaria material de almoxarifado. A economia, segundo o TSE, foi de R$ 6 milhões.

CARACTERÍSTICAS DO PROJETO

O projeto arquitetônico da nova sede do TSE foi idealizado por Oscar Niemeyer e contempla as características dos monumentos de Brasília. O empreendimento é composto por um prédio de oito andares e três cúpulas que foram construídas em frente ao bloco principal, para abrigar os auditórios. Lá dentro, existem gabinetes privativos com banheiros e 23 pórticos com detectores de metais.

A nova sede do TSE abrigará sete ministros - dos quais três integram o Supremo Tribunal Federal e dois pertencem ao Superior Tribunal de Justiça - e pouco mais de 700 funcionários. Para decorar os gabinetes, um pregão prevê gastos de até R$ 693 mil com 312 peças. Os valores constam de pregões registrados pelo órgão, cujo objetivo é a compra de diversos materiais e sistemas. Só com móveis, o montante pode alcançar R$ 22,7 milhões, e o TSE poderá gastar até R$ 76,9 milhões para mobiliar o edifício.

6 Comentários:

carlos hely disse...

pois é. Dava para comprar vários equipamentos que estão salvando vidas em são paulo que custa em média 1,5 milhão cada. Este dinheiro gasto dava para comprar este equipamento para o brasil inteiro.

Gilberto disse...

Enquanto isso, nossa justiça anda a passos de tartaruga. Apesar de sua importância, os custos com os Tribunais Superiores são exorbitantes. As mordomias são tantas, que existem até funcionários para empurrar as cadeiras para os ministros sentarem.
Comparativamente, o Judiciário é o mais lento e caro dos 3 poderes.

Minhoca disse...

porra, e reclamam dos preços dos estádios da Copa?

Anônimo disse...

Eu gostaria de saber quem é que está colocando na cabeça da presidenta Dilma para ela privatizar os aeroportos da copa? Isso é uma idéia de jerico, caso venha se concretizar.

josé lopes disse...

Procura-se um político com coragem para mandar apurar por que milhares de processos foram julgados a toque de caixa para desafogar o TST nos últimos meses. Com isso centenas de trabalhadores foram prejudicados. A maioria dos processos nem sequer foi analisada. Os juízes copiaram a a contestação das empresas dando-lhes ganho de causa. Assim é facil desafogar a justiça. É o mesmo que acabar com a fome matando os miseráveis.

Reg disse...

A apuração dos gastos com a construção do prédio do TSE é caso para polícia e MPF; o mais importante é a alteração do funcionamento do TSE e sua caixa preta no Congresso Nacional.
Transparência, queremos transparência nas eleições.
O engraçado é que o pessoal reclama, mas não cobra atitute no Congresso Nacional, contra este absurdo que são as caixas pretas: o TSE faz os programas, insere nas urnas, processa as informações e ninguém tem acesso aos programas, sequer auditoria independente.

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