DEMos perdem o controle sobre o cofre do senado

Há anos que o DEMos mantinha o controle sobre a primeira secretaria do Senado, o cargo responsável por administrar as verbas e contratos, uma espécie de prefeito da casa.

O ex-senador Efraim Moraes (DEMos/PB), quando ocupou o cargo, virou alvo da Polícia Federal na Operação Mão-de-Obra, que investiga propinas e fraudes em contratos e licitações.

Durante a gestão de Efraim, até o jornalista das organizações Globo, Ricardo José Delgado [Noblat] conseguiu um contrato, sem licitação e sem concurso, para veicular um programa de Jazz na Rádio Senado.

Mais recentemente, assumiu o cargo o ex-senador Heráclito Fortes (DEMos/PI), que também esteve as voltas com escândalos de autorizar pagamento de horas extras em plenas férias, e empregar em seu gabinete como "fantasma" a filha do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (foto).

Agora, nesta nova legislatura, o DEMos virou partido "nanico" no Senado, e deverá ficar completamente fora da composição da mesa diretora, a ser eleita ainda hoje.

O DEMos esperneia, porque tem 5 senadores, mesmo número que o PP e o PR, que conseguiram uma vaga nos acordos de composição da mesa. Acontece que o PMDB (maior bancada) cedeu uma vaga sua para o PP, e o PT (segunda maior bancada) cedeu outra vaga para o PR.

O "sobrevivente" Demóstenes Torres (DEMos/GO) reclama: "Se tem três partidos [DEM, PP e PTB] com cinco senadores para duas vagas o normal é que se fizesse um sorteio e não o PMDB ficar cedendo vaga para um e o PT para outro"...

O DEMos, que tentou dar dois golpe no PMDB do Senado na legislatura passada para tomar a presidência da casa, está em reunião de beija-mão a José Sarney (PMDB/AP) e Renan Calheiros (PMDB/AL) em busca de uma vaguinha.

Mas não há nada a fazer, seguindo a regra de proporcionalidade. Se não exercesse a prerrogativa de ceder ao PP e ao PR, as vagas ficariam com o PMDB e PT.

Em tempo: quem deve ficar como "prefeito" do senado (com a 1ª secretaria) é um tucano, seguindo o critério de proporcionalidade. Dependendo do nome, ainda dará muito trabalho para a Polícia Federal.