Quem ainda quer dinheiro?

O rombo de R$ 2,073 bilhões do Banco Panamericano fez o milionário Sílvio Santos recorrer ao Fundo Garantidor de Créditos (FGC), colocar todas as 44 empresas do seu grupo como garantia e até cogitar vender o SBT, uma das emissoras mais tradicionais da TV nacional.

No entanto, nada disso impede você ou qualquer um de ir à agência mais próxima da instituição e pegar um empréstimo rápido de até 10 vezes o seu salário, dependendo das garantias oferecidas.

Indiferente às ameaças de quebra, o banco oferecia empréstimos normalmente. Com um salário de R$ 3 mil, é possível facilmente pegar o dobro. Dependendo das garantias, o valor tomado à instituição pode chegar a R$ 30 mil.

Ontem, o Diário do Comércio deu crédito a uma alta fonte do governo federal ao apontar a venda do Panamericano como certa. Ainda segundo o jornal, pelo menos cinco grandes bancos mostraram interesse na aquisição.

BC cria mecanismos para impedir fraudes semelhantes às do Panamericano

O rombo no Banco Panamericano fez uma instituição usar, pela primeira vez, o Fundo Garantidor de Créditos (FGC). A alternativa garante apoio sem o uso de dinheiro público. Mesmo assim, o Banco Central pretende evitar episódios semelhantes e está se preparando para controlar os Certificados de Depósito Bancário (CDB).

Os CDBs são empréstimos ao contrário, nos quais os clientes viram credores dos bancos e ganham com os juros. A prática é comum, mas pode ser perigosa se sair de controle.

Neste caso, o Banco Panamericano vendeu o crédito para outros bancos, mas contabilizou os recursos como parte do seu patrimônio.

A quebra da instituição só foi evitada porque Sílvio Santos as-sumiu a responsabilidade pela dívida. O apoio dos fãs do apresentador também tem sido determinante para a empresa.