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sábado, 13 de novembro de 2010

O DEM à deriva definha

O DEM emergiu das urnas com dois governos estaduais: o de Santa Catarina e o do Rio Grande do Norte. Não deixa de ser uma proeza, depois do vexame que passou com a cassação do mandato do ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda (sem partido), o único eleito em 2006. Entretanto, hoje a legenda está à deriva. O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, atropela seus velhos caciques e negocia com o vice-presidente da República eleito, Michel Temer (PMDB), a incorporação do DEM ao PMDB.

O DEM (ex-PFL), surgiu como dissidência do antigo PDS na articulação que elegeu Tancredo Neves presidente da República em 1985, sempre foi grande nos dois estados, mas já foi muito maior na Bahia e em Pernambuco, onde o partido definha. Marco Maciel (PE), orgulho dos democratas, não se reelegeu para o Senado. E o ex-governador Paulo Souto foi derrotado na disputa pelo Executivo baiano.

Renovação

A renovação do DEM foi patrocinada por seu principal patriarca, o ex-senador Jorge Bornhausen, que alçou ao comando da legenda jovens políticos de sobrenomes famosos. O principal é Rodrigo Maia, presidente do DEM, filho do ex-prefeito carioca Cesar Maia. Bornhausen conseguiu eleger Raimundo Colombo governador em Santa Catarina, porém, estaria apoiando as articulações de Kassab. Curioso é que seu filho Paulo Bornhausen (SC), líder da bancada na Câmara, desce o sarrafo no governo um dia sim e o outro também.

Baldeação

O DEM nunca sentou praça em São Paulo, onde a disputa pelo poder se deu até agora entre três forças: o PSDB, o PT e o PMDB (que entrou em declínio na medida em que o ex-governador Orestes Quércia teve seu prestígio eleitoral desidratado). A conquista da Prefeitura de São Paulo, com a reeleição de Kassab - que derrotou Geraldo Alckmin (PSDB) e Marta Suplicy (PT) em 2006 e venceu de novo este ano -, parecia transformar o DEM na força que iria ocupar o espaço aberto pelo PMDB. Eis que Kassab resolveu liderar a incorporação do DEM ao PMDB. Alguma coisa não se encaixa.

A morte está próxima

A crise interna do Democratas caminha para capítulos cada vez mais agressivos e os últimos acontecimentos com integrantes da legenda apontam que a novela está longe de um fim positivo para a sigla. Na quinta-feira, no apartamento do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, a ala liderada pelo ex-senador Jorge Bornhausen (SC) e pela senadora Kátia Abreu decidiu montar uma chapa para tentar, na convenção do partido, em dezembro, impedir que o atual presidente do DEM, o deputado federal Rodrigo Maia (RJ), permaneça no cargo por mais um ano.

A reunião na capital paulista e outras decisões tomadas nos últimos dias - como encontros com lideranças de outros partidos para uma possível fusão entre o DEM e o PMDB - sem a presença de integrantes da Executiva Nacional da legenda deixaram políticos do Democratas extremamente irritados. O deputado federal ACM Neto (BA), um dos principais membros da sigla, considera que a discussão, da maneira que tem sido feita, enfraquece o Democratas.

"Fomos eleitos para ser oposição e não podemos quebrar o pacto com o eleitor. Qualquer movimento no sentido da fusão significa terceirizar o mandato. Lamento que essas discussões estejam acontecendo apressadamente e pela imprensa. Esse assodamento é prejudicial. Não adianta pensar que duas ou três pessoas vão decidir por todo o partido. O Democratas não tem gordura para queimar. Está tudo errado", sentenciou Neto.

Para o deputado Ronaldo Caiado (GO), que anunciou guerra a Kassab publicamente por meio da rede de microblogs Twitter, o plano de Kassab é tomar o comando do partido para convocar uma convenção nacional e decidir pela fusão do Democratas com outra legenda. Segundo ele, decisões importantes sobre a legenda têm sido tomadas, inclusive sem a participação do presidente Rodrigo Maia. Para ter um controle maior sobre a sigla em São Paulo, explica Caiado, não há um diretório regional no estado, somente uma "comissão provisória".

"O que eles defendem internamente é indefensável publicamente. O discurso de Jorge Bornhausen afirmando que não refuga nada é decadente. O apartamento de Kassab transformou-se no lugar onde as decisões mais importantes do partido são tomadas por um grupo de três ou quatro pessoas. Vou reclamar na próxima reunião de bancada do Democratas porque não estamos sendo informados de muitas coisas que acontecem", critica Caiado. "O insucesso do Democratas nestas eleições não foi culpa de Rodrigo Maia, mas da fatura eleitoral de Kassab", completa.

A turbulência dentro do Democratas deve continuar enquanto Kassab não tiver a certeza de que vai disputar o governo de São Paulo em 2014. Segundo informações de pessoas ligadas à legenda, não há reunião marcada entre os membros do DEM nos próximos dias e, por isso, o bate-boca deve continuar por mais um tempo.

Democratas em 2011

Dois governadores

Sete senadores

Quarenta e três deputados federais

Um prefeito de capital

Memória

Uma história de mudanças

"Que o partido precisa de uma renovação, é inegável." A frase é do deputado federal ACM Neto (BA) e dá uma indicação de que o partido passará por mudanças em breve. Esse processo dentro da sigla, no entanto, não é novidade. Em 2005, os integrantes da legenda decidiram "refundar" o DEM. A parte da reforma que mais chamou a atenção foi a troca do nome de Partido da Frente Liberal (PFL) para Democratas.

Depois de perder corpo com a vitória, em 2002, do Presidente Lula, o DEM se colocou, pela primeira vez na sua história, como oposição. Muitos consideravam que o então nome não gerava simpatia na população e, por isso, decidiram pelo novo. Em 2007, o partido sacramentou a "refundação" com a saída do ex-senador Jorge Bornhausen da Presidência da sigla e com a entrada do deputado federal Rodrigo Maia (RJ).

11 Comentários:

Anônimo disse...

PARABÉNIZAR ESTE BLOG E CONVIDAR A TODOS PARA FAZER PARTE DO BLOG DO jefersonaraujosouza

Sérgio disse...

Para os que ainda gostam de se enganar, o DEM teve um crescimento surpreendente, considerando-se de 2006 para 2010.

O partido teve crescimento de 100% na participação nos estados do Brasil (ou seja, dobrou sua participação), já que em 2006 elegeu 1 governador e em 2010 elegeu 2.

Vera é Dilma disse...

O resposável pela "massacre" dos demos é o presidente Lula! Deu uma surra eleitoral naquele que disse querer lhe dar uma surra e está acabando com o partido daquele que disse que "acabaria com a raça do PT"!!! Eita CARA porreta, sô!!!

Malú disse...

Será que eles vão colocar um novo nome no partido ou vão voltar a chamar PFL?

Profeta disse...

É bem do gosto dos que fazem o dem és
pfl és pds és arena fazer parte do governo do momento.
lamentável é o PMDB coligado com o PT
e com a visse presidência aceitar e alimentar esta conversa indecente .

Reforma partidária urgente.

Silvia Silva disse...

Veja na pagina 14 deste documento o porque do DEMo do Zé Agripino deve ser extinto.

[http://www.excelencias.org.br/docs/prod_leg_congresso.pdf

Leo disse...

Este partido vive de refundação,não faz tentos anos que houve a muldança do PFL para DEMos,onde queria uma força jovem o que não aconteçeu, e das poucas surgiu o Indio da Costa como aluno da Corrupção fez logo sua tarefa de desviar a verba das merendas e quem sabe não será um segundo José Arruda no futuro.

lilana lima disse...

Ainda sobrevivem por conta dos gritos dos mortos vivos que asinda estão zumbiando e assustando a todos nós.

Fernando J.Lopes disse...

Sugiro que voltem a se chamar UDN!!

HJr. disse...

Hmmm,DEM incorporado ao PMDB,q compõe a chapa PeTista? Se até o Bornhausen - nazi-fascista e velho inimigo do PT - concorda,é cavalo-de-tróia dos brabos!

Roberto Hobold disse...

Aqui em Santa Catarina a vitória se deu devido ao apoio do agora eleito senador e ex-atual governador, do PMDB. Luiz Henrique se elegeu a primeira vez nas costas do Lula para depois o trair. Ele só trabalhou pelo seu projeto pessoal, o que incluía o apoio do DEM, que agora foi a bola da vez para ter candidato. Luiz Henrique trabalhou pelo Serra.

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