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domingo, 10 de outubro de 2010

Juizes optam por aborto diante de gravidez indesejada, aponta estudo

Ao se confrontar com uma gravidez indesejada, a maioria dos juízes opta pelo aborto, revela uma pesquisa da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) em parceria com a AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros).

As informações constam de um levantamento maior, que investigou o que pensam os magistrados e promotores sobre a legislação brasileira e as circunstâncias em que o aborto provocado deveria ser permitido no país.

Entre os 1.148 juízes que responderam a questionários enviados pelos Correios, 207 (19,8%) relataram que já tiveram parceiras que engravidaram "sem querer". Nessa situação, 79,2% abortaram.

Das 345 juízas que participaram do estudo, 15% disseram que já tiveram gravidezes indesejadas. Dessas, 74% optaram pelo aborto.
Apesar de não representar a opinião da maioria dos magistrados (só 14% deles participaram da pesquisa), o trabalho é o primeiro a retratar a opinião pessoal daqueles que operam as leis sobre o aborto, tema que ganhou força no debate eleitoral.

Os números refletem o que outras pesquisas populacionais já constataram: diante de uma experiência pessoal com a gravidez indesejada, grande parte das pessoas, mesmo as que seguem alguma religião, entende que a situação justifica o aborto.

MORAL

Na avaliação da antropóloga Debora Diniz, professora da Universidade de Brasília, o dado revela uma questão básica sobre temas moralmente sensíveis: uma coisa é como as pessoas agem e conduzem suas vidas, a outra é o que elas consideram moralmente correto responder sobre o tema.

"Aos 40 anos, uma em cada cinco mulheres já fez aborto no Brasil. Se perguntássemos a essas mesmas mulheres se elas são favoráveis ao aborto, a resposta seria incrivelmente diferente e contrária ao aborto", afirma Diniz, também pesquisadora da Anis (Instituto de Bioética Direitos Humanos e Gênero).

Incoerência? Para a antropóloga, não. Ela explica que temas com forte regulação moral, em particular pelas religiões, geram uma expectativa nas pessoas de haver respostas "corretas", que indicariam que elas são "pessoas boas".

"Cria-se uma falsa expectativa de julgamento moral do indivíduo. Por isso, um plebiscito sobre aborto é algo desastroso. As mulheres abortam, seus companheiros as ajudam e as apoiam, mas ambos serão contrários à legalização do aborto."
Hipocrisia? Na opinião do juiz João Ricardo dos Santos Costa, vice-presidente de direitos humanos da AMB, sim. "A sociedade é hipócrita e individualista. Não conseguimos nos colocar na condição do outro."

Ele provoca. "Até padres quando se veem em uma situação em que suas parceiras engravidam optam pelo aborto para manter a sua integridade religiosa [permanecer na igreja]. Os juízes são como todas as pessoas. Têm suas vivências e cargas de preconceitos", diz ele.

A pesquisa com os magistrados e promotores, publicada na "Revista de Saúde Pública", se baseou em questionários enviados a 11.286 juízes e 13.592 promotores, por meio das associações que representam as categorias. A taxa de resposta entre os juízes foi de 14%, e entre os promotores, de 20%.

MÉDICOS

Seis anos atrás, o médico Anibal Faúndes, professor aposentado da Unicamp e coordenador do estudo com os magistrados e promotores, coordenou uma outra pesquisa com seus colegas de profissão, os ginecologistas e obstetras. Um total de 4.261 profissionais responderam a questionários enviados pela federação que representa a categoria (Febrasgo).
Um quarto das médicas e um terço dos médicos relataram já ter enfrentado uma gravidez indesejada.

A maioria (80%) optou pelo aborto. Mesmo entre os profissionais para os quais a religião era muito importante, 70% escolheram interromper a gravidez.Quando a questão era a gestação indesejada de uma paciente, 40% dos médicos disseram já terem ajudado a mulher (indicando profissionais que faziam o aborto). A taxa subiu para 48% quando se tratava de um familiar e de quase 80% quando se tratava da sua parceira."As mais profundas convicções se rendem frente a circunstâncias absolutamente excepcionais. Todos somos contra o aborto, mas há situações em que ele é um mal menor", diz Faúndes.Na Folha para assinantes

3 Comentários:

Claudinete Sergipe disse...

Equipe de marqueteiros de Dilma é preciso mostrar que Serra não completa um mandato vive feito macaco pulando de galho a galho, sobre o metro, as enchetes, os investimentos em públicidade. Pegue tudo isto e mais outras coisas e bota para o Lula dizer, que tem carisma e a confiança de milhões e milhões de brasileiros. Chega de água com açucar. Não é mentir é dizer a verdade, é pontuar quem é o "competente" Serra no Governo.

Reginaldo disse...

Não adianta promotores , juízes ser a favor ou contra eles representa pouco do eleitorado. Tenta conversar com estes xiita para vocês vê. Eu fiz isso conversei com um camarada católico que inclusive vota na Dilma , mas ele esclareceu que é porque ele disse que ser contra o aborto.Esse camarada é super esclarecido e tem curso superior na area de tecnologia , mas disse que se a Dilma for favor ele muda o voto. Disse a ele e os milhões de aborto social que foi evitado nao conta ? Ele disse: Não. E a igreja você acha que tem moral para falar sobre essa assunto , uma vez que , já promoveram a mantanca de índios , negros e a pedofilia nos seus templos. Ele disse mesmo que haja 30% de gente boa na igreja acho que tem moral. Não tem jeito são xiitas.

Anônimo disse...

Um dos argumentos mais utilizados pelo movimento que defende o aborto é que o
ser humano é um produto da natureza e, por conseguinte, é uma espécie animal como
outra qualquer. Este argumento tenta fazer uma ligação entre o ser humano, a natureza e
o aborto. De acordo com essa linha de pensamento abortar, ou seja, matar o feto ainda
no ventre da mãe é um ato natural, produzido pela própria natureza.
A teoria que afirma que o ser humano é produto da natureza e, portanto, é apenas
mais uma espécie animal foi desenvolvida pelo biólogo inglês Charles Darwin no
século XIX. Essas
pesquisas científicas geralmente são apresentadas sobre o rótulo de darwinismo. Como toda teoria científica a teoria da evolução das espécies está cercada por
críticas e por sérias dúvidas. Entretanto, não é intenção desse pequeno artigo apresentar
e discutir as críticas e objeções de cunho ético, filosófico, teológico e de outras formas
que são constantemente realizadas a essa teoria.
Vamos portanto, fazer uma pequena relação entre essa teoria, ou seja, entre o
darwinismo e o aborto.
Vamos partir da seguinte hipótese: a teoria darwinista está completamente correta
e todas as dúvidas, críticas e objeções a essa teoria foram resolvidas. Dessa forma, a
frase que sintetiza essa teoria é uma expressão da realidade. Essa frase é a seguinte: “O
ser humano é produto da natureza, assim como qualquer outra espécie animal e,
portanto, deus não existe”.
Dentro dessa hipótese é impossível se pensar, discutir e realizar um aborto, ou
seja, o assassinato do feto ainda no ventre da mãe. O motivo é claro e simples, na
natureza nenhuma espécie animal pratica o aborto. O aborto é antinatural e contrário à
natureza. Na natureza uma fêmea de qualquer espécie animal dá a luz a todos os filhos
que gerou. Na natureza uma preocupação constante das espécies animais é com a
sobrevivência da própria espécie. Somente com a sobrevivência da espécie é que os
indivíduos são capazes de estabelecer um projeto de vida autônoma. O aborto é uma
ameaça à existência da espécie, justamente porque mata e destrói os fetos da própria
espécie, ou seja, destrói a esperança de sobrevivência e continuidade da espécie. As
diversas espécies animais presentes na natureza podem até lutar entre si por causa, por
exemplo, de comida e de água, mas nenhuma espécie tem um projeto de autodestruição.
A conclusão que se pode tirar é que o argumento que tenta aproximar o
darwinismo do aborto é uma grande mentira pregada, atualmente, livremente na
sociedade. Se realmente os defensores do aborto fossem seguir este argumento ao pé da
letra, sequer seria possível pensar no aborto, justamente porque na natureza nenhuma
espécie tem um projeto tão negativo como este.
Entretanto, é necessário frisar que há, basicamente, dois fatores decisivos para se
construir uma tentativa fracassada como a de ligar o aborto ao darwinismo. O primeiro
fator é que essa tentativa visa dá um caráter “científico” e “natural” ao aborto. Já que o
aborto é uma prática altamente rejeitada pela sociedade, para que a própria sociedade
passe a perceber essa prática com olhos positivos é preciso torná-la “natural” e
“científica”. O segundo fator é desfiar a atenção da opinião pública sobre a gravidade do
aborto. Além de ser um assassinato, o aborto é uma prática que coloca em risco a
própria sobrevivência da espécie humana. Entretanto, isto não é alertado e nem sequer
discutido.
Nós os defensores da Teoria do Design Inteligente sempre em debates dizemos que os evolucionistas são religiosos.

Eles não estão interessados na verdade, na ciência ou na correta interpretação do mundo natural. Eles só querem defender sua ideologia ateísta/materialista, estão cristalizados no secular “combate as religiões” para então impor a sua própria, o Materialismo/Ateísmo.

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