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domingo, 2 de maio de 2010

Base naval nuclear no Rio começa em junho para ficar pronta em 2014

A nova base naval onde serão construídos e mantidos os novos submarinos convencionais e de propulsão nuclear brasileiros terão suas obras iniciadas oficialmente no início de junho, ocasião em que o presidente Lula visitará o local.

A área vai abrigar a base naval, o estaleiro e a unidade de fabricação de estruturas metálicas, onde serão feitos os segmentos dos cascos dos submarinos.

A previsão é de que as obras levem quatro anos, permitindo que a partir de 2014 o Brasil ingresse no reduzido grupo de países com capacidade de construir um submarino nuclear - previsto para entrar em operação em 2022.

A informação foi divulgada pelo almirante José Alberto Fragelli, coordenador-geral do Programa de Desenvolvimento de Submarino com Propulsão Nuclear (Cogesn).

O almirante explicou a estratégia da Marinha:

“Antes do submarino nuclear, nós vamos desenvolver e absorver tecnologia de submarinos convencionais. Vamos fazer quatro submarinos e desses vamos desenvolver o nuclear. O submarino [nuclear] leva seis anos para ser construído. Começa em 2015 e vai até 2021. No início de 2022 estará pronto para as primeiras provas de mar...

...O primeiro Scorpene estará pronto em 2016. Um ano e meio depois, o próximo, em meados de 2017. O terceiro em 2018 e o quarto em meados de 2019. A proa e a popa serão feitas na França. Vamos enviar engenheiros e técnicos para aprender. Em 30 meses, vão mandar para nós”.

Atualmente, a frota brasileira se resume a cinco submarinos convencionais, construídos com tecnologia alemã. O poder de fogo deles é limitado a torpedos. Já os novos Scorpenes, assim como o nuclear, utilizarão torpedos e também mísseis Exocet, ambos franceses, mas que deverão ser produzidos no país futuramente.

Enquanto o casco do submarino nuclear estiver sendo construído em Itaguaí, o reator nuclear de propulsão estará sendo finalizado em Iperó (SP), no Centro Experimental de Aramar, da Marinha.

“A primeira coisa que nós temos de fazer é desenvolver o ciclo completo [do urânio], porque no contrato que fizemos com a França, para termos transferência de tecnologia, ficou bem claro que ela não nos dará nada sobre propulsão nuclear”, explicou Fragelli.

O almirante frisou que as intenções do Brasil no domínio nuclear são pacíficas e que a frota brasileira em construção terá fins defensivos. “EUA, França, Rússia, China e Inglaterra têm submarinos que podem lançar mísseis intercontinentais, com bombas nucleares. O Brasil nunca pensou em fazer bomba atômica. Temos mísseis para nossa autodefesa, para nos defender de um ataque externo”, frisou Fragelli.

O canteiro de obras em Itaguaí, município da região metropolitana do Rio, na Baía de Sepetiba, já está sendo preparado desde o início do ano.

Construção de submarinos vai impulsionar economia e desenvolvimento tecnológico

O pacote de reaparelhamento militar e transferência tecnológica da Marinha, assinado entre o Brasil e a França, soma 6,7 bilhões de euros. Envolve a construção de quatro submarinos convencionais Scorpene e um nuclear, uma base, um estaleiro, uma unidade de estruturas metálicas, equipamentos e armamentos, incluindo torpedos e mísseis.

Além de garantir soberania militar ao Brasil, principalmente para proteger as imensas reservas de petróleo do pré-sal, , esse investimento terá impacto em centenas de empresas nacionais, com o avanço tecnológico, segundo o almirante José Alberto Fragelli:

“O ciclo do combustível nuclear traz uma tecnologia que depende de muitas fábricas fornecerem certos materiais que elas não sabem ainda como são e estão aprendendo a fazer”.

Fragelli citou como exemplo o fornecimento das baterias usadas para mover os submarinos. Uma fábrica de São Paulo se dispôs a investir em uma linha de produção específica, desenvolvendo tecnologia própria.

“O Scorpene terá 360 elementos de bateria. Cada elemento pesa cerca de 550 quilos. Essa empresa, com isso, também fornecerá baterias para outras Marinhas no mundo”, exemplificou o almirante. Segundo ele, existem cerca de 600 mil componentes em um submarino nuclear e 200 mil no caso do Scorpene.

25 mil empregos e tecnologia de reatores nucleares própria para gerar energia elétrica

Para ele, a produção dos submarinos brasileiros vai representar um importante impulso de trabalho na cadeia produtiva. “Vai gerar cerca de 5 mil empregos diretos e 20 mil indiretos. Essas fábricas todas vão começar a produzir não só para o Brasil, mas para exportação. O reator [nuclear] que vamos fazer poderá ser utilizado por cidades pequenas para gerar energia elétrica para até 50 mil habitantes”, destacou Fragelli. Leia mais aqui e aqui.

2 Comentários:

Ary disse...

Já tenho nomes de batismo para alguns submarinos: Serra, FHC, Guerra, Agripino, Maia, Virgílio Teen...

Tineiz disse...

Eu poria "BRASIL 1500/2002"
Periodo de "submersao".

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