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quarta-feira, 28 de abril de 2010

O povo não quer mais, Maciel, Maia e Efraim...

Será difícil para o DEM manter uma forte bancada no Senado, na avaliação do diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antonio Augusto de Queiroz. Para ele, apenas o senador Demóstenes Torres (GO) é franco favorito nas eleições de outubro e tem reeleição garantida, e só o senador Heráclito Fortes (PI) desponta com chances objetivas de obter um segundo lugar, entre os cinco senadores do ex-PFL que disputam a reeleição. Este ano, serão renovados dois terços do Senado - são duas vagas por Estado. Segundo levantamento feito pelo diretor do Diap, terão dificuldades para renovar o mandato os senadores Marco Maciel (PE), Agripino Maia (RN) e Efraim Morais (PB).

Para Queiroz, o DEM tem também chances reduzidas de eleger senadores em outros Estados. As exceções ficam por conta de Santa Catarina, onde um candidato forte a governador, o senador Raimundo Colombo, pode ajudar a eleger um senador, e o Rio, onde disputará o ex-prefeito César Maia. O presidente do DEM, Rodrigo Maia, garante que as pesquisas internas do partido indicam uma bancada semelhante à atual na próxima legislatura. "Podemos perder dois senadores, mas temos três novos com condições de ganhar", diz.

Se for confirmada a tendência de declínio do partido nos Estados em que disputa a reeleição ao Senado, os atuais parlamentares terão uma campanha muito dura. Em Pernambuco, o senador Marco Maciel está em primeiro lugar nas pesquisas de opinião - na última, estava pouco acima de João Paulo (PT), que desistiu em favor do ex-ministro Humberto Costa (PT), também considerado um forte concorrente. Mas Queiroz considera que esse é só o começo. Maciel tem como adversária uma chapa fechada e muito forte: o governador Eduardo Campos (PSB) é o favoritíssimo candidato à reeleição e os dois candidatos ao Senado na chapa dele são Costa e o ex-presidente da CNI Armando Monteiro (PTB). Este último disputa na faixa de eleitorado do senador do DEM.

Nas últimas eleições, o avanço do PT e do PSB tem acontecido, como no resto do Nordeste, sobre o eleitorado do ex-PFL. Em 1998, o partido elegeu 46 prefeitos; em 2000 eles eram 19. Os oito deputados federais do Estado eleitos em 1998 foram reduzidos a dois em 2006.

Não é favorável também a situação do DEM no Piauí, onde Heráclito Fortes disputa mais um mandato. Em 2002, quando fazia campanha para o Senado, ele tinha o apoio de cinco deputados federais eleitos em 1998. Hoje são apenas dois. Nas eleições municipais de 2008, o DEM viu seus 59 prefeitos serem reduzidos a nove. "O partido diminuiu por conta do Bolsa Família e do poder da caneta. O Estado é pobre e depende de transferências do governo federal", diz.

Wellington Dias (PT), que saiu do governo para disputar o Senado, está em primeiro lugar nas pesquisas, 10 pontos à frente de Heráclito. Conta a favor do senador do DEM o fato do terceiro concorrente, Mão Santa, ser candidato sem partido: ele saiu do PMDB e montou um partido só para ele, o PSC, sem expressão.

No Rio Grande do Norte, o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia, disputa a reeleição numa coligação que foi considerada como genial porque teria potencial de isolar a governadora que deixou o cargo, Vilma Maia (PSB), candidata ao Senado, e de esvaziar o palanque de Dilma no Estado. Maia disputa numa chama encabeçada pela senadora Rosalba Ciarlini (DEM), com chances de se eleger governadora, e pelo senador Garibaldi Alves (PMDB). Para Queiroz não existe hipótese, todavia, de a mesma coligação levar as duas vagas ao Senado. "A tendência é de renovação de 50%: ou Agripino perde, ou Alves perde. A candidatura de Vilma vai começar a crescer", afirma.

Foi-se o tempo em que o Rio Grande do Norte era um paraíso para o DEM. Em 2000, elegeu 35 prefeitos no Estado; em 2004, apenas 17. Em 1998 fez três federais; em 2006, apenas um.

O candidato à reeleição pela Paraíba, o senador Efraim Morais reconhece que a situação não é boa para o DEM no seu Estado. No ano 2000 foram eleitos 59 prefeitos; hoje são 38. O partido fechou uma coligação com o ex-prefeito Ricardo Coutinho (PSB). A outra vaga do Senado será disputada pelo ex-governador Cássio Cunha Lima (PSDB). "A tendência é que Cunha Lima leve uma vaga e o candidato da coligação liderada pelo governador José Maranhão (PMDB) fique com a segunda", avalia Queiroz. Por enquanto, Morais figura na segunda colocação, atrás de Cunha Lima e na frente dos candidatos do PMDB, Vital do Rego Filho e Manoel Júnior, segundo informa Maia, com base nas pesquisas internas do DEM nacional .

O senador Demóstenes Torres é o favorito da disputa em Goiás num Estado em que o DEM está longe de ser forte. A explicação dele para isso é o fato de ser conhecido. Foi procurador-geral do Estado, secretário de Segurança do governo Marconi Perillo (PSDB), o favorito na disputa desse ano ao governo e também candidato ao governo. Depende mais de sua imagem nacional e de sua identificação regional com Perillo do que propriamente da estrutura partidária.

Por circunstâncias variadas, os atuais suplentes do DEM cujo mandato termina esse ano não vão disputar. O chamado Mensalão do DEM, que pôs na cadeia o único governador que conseguiu eleger em 2006, José Roberto Arruda, eliminou as chances do partido em pleitos majoritários no Distrito Federal, pelo menos nessas eleições. O senador Adelmir Santana disse ao Valor que considera a hipótese de se candidatar; Maia, todavia, não leva isso em conta. No Mato Grosso, o senador Gilberto Goellner foi eleito suplente do senador Jonas Pinheiro, que morreu em 2008. Não vai se candidatar.

O senador Antônio Magalhães Júnior (BA) é filho e suplente do senador Antonio Carlos Magalhães, que morreu em 2007. A direção do DEM disse que ele não será candidato por razões pessoais. Queiroz não acredita que o DEM - que concorrerá com o ex-prefeito de Feira de Santana José Ronaldo de Carvalho, ou com o deputado José Carlos Aleluia - consiga uma das vagas. O DEM também tem dúvidas quanto a isso. Para o diretor do Diap, uma das vagas ficaria com o candidato da chapa do governador Jaques Vagner (PT) e a outra, de César Borges (PR).

É uma realidade dramática a da Bahia, que foi quase uma capitania hereditária de ACM. Em 1998, o então PFL elegeu um senador, que se somou aos dois eleitos em 1994, e uma bancada de 20 deputados federais e 23 estaduais, além do governador. Em 2006, perdeu as eleições para o governo e para o Senado e elegeu 13 federais e 16 estaduais. 125 prefeitos assumiram em 2001. Em 2008, foram eleitos só 43.Valor Econômico

3 Comentários:

josé lopes disse...

Muito Boa! DEM: Dinheiro escondido na meia.

Unknown disse...

Os DEMOníacos não se emendam. Mostram que são descendentes diretos da Arena golpista.
Avante!

armando do prado

Filipe disse...

É triste de ver o PT tão submisso as vontades do planalto. O partido tinha que ter candidato ao Senado na Paraíba com Luís Couto, parlamentar íntegro, que vem sendo ameaçado de morte pelos esquadrões da morte da PM corrupta, não teria dificuldades de ser eleito. O PT gosta de alimentar o Monstro(PMDB), existe o risco do PMDB sair mais fortalecido dessa eleição, assim o governo da Dilma acaba antes de começar (igual o 2º mandato de FHC). Mão Santa por favor, ultrapasse o f*d*p* do Heráclito. Quanto a Pernambuco, com João Paulo o PT teria mais chance, francamente viu, apoiar Armanto Monteiro, aquele empresário contrário a redução da jornada de trabalho. Desse jeito, se fosse de Pernambuco preferia o Marco Maciel ao invés do Armando, Maciel é de direita, oposição más é de alto nível, não é o Heráclito.

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