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sexta-feira, 5 de março de 2010

Operação Naufrágio: transações milionárias de desembargadores no Espírito Santo

A denúncia do Ministério Público Federal (MPF) sobre os episódios da “Operação Naufrágio” (da Polícia Federal) revelou uma grande movimentação financeira dos envolvidos nos episódios de corrupção no Tribunal de Justiça do Estado (TJES).

Segundo o relatório de inteligência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), apenas os membros da família Pimentel e os desembargadores presos na operação, Elpídio José Duque e Josenider Varejão Tavares, movimentaram R$ 5,97 milhões durante o ano de 2008.

A soma dos valores envolvidos nas atividades criminosas da quadrilha é ainda maior, pois há ainda as transações em dinheiro vivo, a exemplo dos R$ 500 mil apreendidos na casa de Elpídio durante a operação policial, e as operações de compra de automóveis e motos pelos indiciados.

De acordo com o relatório, a maior movimentação financeira durante o ano do “Naufrágio” aconteceu nas contas do casal Dione Schaider Pimentel Arruda – filha do ex-presidente do Tribunal – e Henrique Rocha Martins Arruda – ex-assessor de Pimentel. No período, o casal movimentou R$ 650 mil em uma conta bancária, além de contratarem três apólices de seguros no valor de R$ 3,29 milhões.

Na conta do casal Dione e Henrique Arruda, aparecem duas transferências eletrônicas (TEDs) no valor de R$ 340 mil oriundas da conta corrente do Cartório de Registro Geral e Anexos da 1ª Zona de Serra/ES. Segundo a denúncia do MPF, a disputa pelos rendimentos de cartórios na Grande Vitória foi motivo de conflitos dentro da família Pimentel.

Em uma das gravações presente nos autos, o juiz Frederico Luiz Schaider Pimentel, o Fredinho, filho de Pimentel, se revolta ao saber que o cunhado Henrique Arruda tentou ficar com todo o dinheiro repassado pelos titulares nomeados por indicação do ex-presidente do Tribunal.

Coincidentemente, o marido de Dione foi advogado do sindicato dos notários durante a passagem do sogro pela Corregedoria-Geral de Justiça (CGJ), responsável pela fiscalização dos cartórios no Espírito Santo.

Segundo a investigação, o ex-presidente do TJES aparece logo depois entre as maiores movimentações financeiras no período. Frederico Pimentel movimentou R$ 920 mil em sua conta corrente no Banestes, no período de janeiro a novembro do mesmo ano. O relatório aponta que, além dos vencimentos de desembargador (R$ 279 mil), Pimentel recebeu créditos de atividades agropecuárias (R$ 396 mil) e também de fontes não identificadas (R$ 241 mil). Leia mais aqui.

3 Comentários:

soldadonofront disse...

ACREDITE NÃO QUE ESTE PAÍS MUDOU.

VERA disse...

Nossa! Quanta bandalheira! O MP tem que fazer essa quadrilha devolver a dinheirama roubada, pois, mesmo que fossem presos, todos sabemos que logo sairiam pra gozar a grana surrupiada.

Paulo Roberto disse...

Acredite, isso é somente a ponta do Iceberg.
Se investigarem mais a fundo e sem parcialidade, tenho certeza que todas as denuncias publicadas e as que ainda virão a publico, poderá respingar no Governador Paulo Hartung. Esse mesmo que a algunm tempo atrás foi elogiado por este blog que tanto admiro.

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