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quarta-feira, 17 de março de 2010

Lula diz que bloqueio a Palestinos é cruel


Da BBC Brasil - Em Belém, ao lado do primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestina, Salam Fayyad, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou nesta terça-feira de cruel "o bloqueio que vem sofrendo o povo palestino" e fez duras críticas à barreira construída por Israel na Cisjordânia.

"Sabemos qual é o primeiro desafio nessa caminhada. Vencer o cruel bloqueio que vem sofrendo o povo palestino. O muro de separação cobra um alto preço em termos de sofrimento humano e prejuízo material, sobretudo na Faixa de Gaza", disse.

"A asfixia imposta à Cisjordânia e a Gaza impede que a Palestina se beneficie dos fluxos de comércio internacional", disse Lula, prometendo ajudar na busca de uma solução que permita a criação de um Estado palestino.

A barreira que corta a Cisjordânia é formada por muros e cercas, já tem mais de 400 km de extensão e anexa parte da Cisjordânia a Israel. O hotel onde Lula está hospedado e onde fez o discurso fica a cerca de 100 metros de uma parte do muro.

Influência do Brasil

Ao comentar como o Brasil aumentou sua influência geopolítica, Lula disse que “isso parecia impossível” quando assumiu o poder.

“Ao longo de séculos, as nossas autoridades gostavam de ser submissas às chamadas economias ricas. A palavra correta é submissa, é de não lutar pela sua soberania, de não respeitar a si próprio, de não fazer valer as coisas que eram do Brasil. Nós sabíamos que a única maneira de conseguirmos isso era acreditar em nós mesmos”, disse Lula.

Comentando a iniciativa inédita entre presidentes brasileiros de visitar a região, Lula, que diversas vezes se referiu aos territórios palestinos como Palestina ou Estado Palestino, disse que esse é apenas o primeiro passo nessa aproximação.

“Nós estamos dando esse primeiro passo no estabelecimento de uma política entre o Estado brasileiro e o Estado palestino, uma política comercial mais sólida, mais forte e mais desenvolvida”, disse Lula.

O presidente voltou a mencionar que a resolução do conflito entre israelenses e palestinos torna necessários mais interlocutores e prometeu levar a questão à comunidade internacional.

“Agora, o Brasil participa do G20, do G90, do G70, do G20 comercial, do G14, do G13, do G8, do G5, do G4, ou seja, nós agora temos uma gama extraordinária de fóruns onde estão presentes vários países que têm muito a ver com a solução do conflito”, afirmou Lula.

“Não é possível a gente ficar numa década feliz porque caiu o muro de Berlim e, na outra década, ficar triste porque está se erguendo um muro dividindo o Estado de Israel e o Estado Palestino.”

“O Brasil sempre esteve interessado, mas nunca esteve tão interessado como está agora em encontrar uma solução”, disse o presidente, arrancando aplausos da plateia.

Investimentos e desenvolvimento

O presidente Lula discursou no encerramento do seminário empresarial realizado no hotel Jacir Palace Intercontinental de Belém, na Cisjordânia, que reuniu 120 empresários palestinos e brasileiro. Lula foi aplaudido por seis vezes durante a cerimônia -- na última vez, de pé, por todos os presentes.

A garantia principal que o governo brasileiro pode oferecer para vocês (empresários brasileiros) é a mesma certeza que eu tenho de que não está longe o dia em que será assinado o acordo entre Israel e o estado palestino.


O primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestina, Salam Fayyad, convidou empresários a investirem na região, mencionando que criarão uma zona industrial no norte do território para atrair investimentos estrangeiros.

"Não há investimento sem risco", disse Fayyad. Em seu discurso, Lula mencionou ainda que "as necessidades de investimento na Palestina são na mesma escala dos desafios de reconstruir um país. Estamos prontos a apoiar as iniciativas do Plano Fayyad para identificar produtos com potencial exportador", prometeu.

O ministro Miguel Jorge, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, explicou ao Blog do Planalto a oportunidade histórica que os empresários brasileiros têm diante de si:

1 Comentários:

opedeuta disse...

Há uma censura explícita da grande mafiomidiática brasileira , de forma a não apresentar Lula com tamanho poder de influencia.
Dilma Presidente.

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