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domingo, 20 de dezembro de 2009

Operação Castelo de Areia reabre casos de corrupção demo-tucana engavetados

Em 1996, no governo FHC, o Tribunal de Contas da União (TCU) levantou suspeitas de favorecimento na concorrência da usina hidrelétrica de Machadinho, na divisa entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

A investigação do TCU foi motivada pela publicação de uma transcrição de conversas telefônicas em que João Roberto Lupion, então diretor administrativo da Eletrosul e irmão do deputado federal Abelardo Lupion (DEM-PR), dizia ter manobrado a licitação de Machadinho para incluir no consórcio vencedor duas “empresas amigas”.

Lupion foi afastado da Eletrosul na ocasião, e tudo havia acabado em pizza, com o devido engavetamento.

Até que a Polícia Federal apreendeu, em março, durante a Operação Castelo de Areia, um pen-drive com 51 planilhas, na casa de Pietro Francesco Giavina Bianchi, um executivo da empreiteira Camargo Corrêa, que deverá reabrir o caso, com fatos novos.

As planilhas apontam obras e nomes de políticos associados a valores em dólares. Supostamente propinas e caixa-2, entre os anos de 1995 e 1998, durante o governo FHC.

O Ministério Público Federal em São Paulo juntou as planilhas a pedidos de investigações encaminhados à Procuradoria-Geral da República e a outras unidades do MPF no Brasil para apurar suspeitas de fraude em 14 obras com participação da Camargo Correa.

Os nomes nestas planilhas vem sendo ocultados pela imprensa (assim como os nomes dos cotistas do Opportunity Fund, que tem dado depoimento à Polícia Federal), mas a revista Época soltou uma pequena parte (aqui para não assinantes).

As planilhas apreendidas pela PF mencionam supostos pagamentos, feitos entre 1995 e 1998 (governo FHC), no valor de US$ 8,7 milhões (R$ 9,8 milhões) a nomes relacionados à obra de Machadinho.

Nas planilhas, há referências de valores, no total de US$ 360 mil (R$ 366 mil), ao lado do nome “João Lupion”, no ano de 1996.

Nas linhas referentes a Machadinho, aparecem também referências a valores associados a codinomes e nomes como:
- “Gordura”;
- “Sen W K” (supostamente o ex-senador Wilson Keinubling, que também usa o nome Vilson com "V", do DEMos/PF, de Santa Catarina, já falecido);
- “Claudio Ávila”;
- “Paulo Cesar Oliveira”;
- “L Zepelin”;
- “Delcídio Gomes”;
- “Jaime Foes”;
- “Jorge Bornhausen” (supostamente... Jorge Bornhausen);

Encabeça a lista com valores mais altos, B. Carraro, com totais de US$ 2,5 milhões entre os anos de 1996 e 1998 (no governo FHC), ligado às inscrições Machadinho (usina hidrelétrica na divisa de SC com RS), Tucuruí (usina hidelétrica no Pará) e Eletrobrás (estatal do setor elétrico que controla Furnas e Eletrosul), obras que a Camargo Correa participou.

B. Carraro seria, supostamente,  Benedito Carraro, ex-diretor de planejamento e engenharia da Eletrobrás, no governo FHC, nos anos em que há as anotações na planilha.

Detalhes:

- Carraro teve o apadrinhamento de Jorge Bornahausen (DEMos/SC) para ocupar os cargos no governo FHC, segundo esta nota aqui.

- Hoje Carraro está na presidência da Companhia Energética de Brasília (CEB), por nomeação do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (ex-DEM), no epicentro do Mensalão do DEM.

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