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sábado, 19 de dezembro de 2009

Bairro alagado com esgoto da Sabesp em SP, tem 9 com leptospirose

Ao menos nove moradores da região do Jardim Romano, na zona leste de São Paulo, estão com suspeita de leptospirose. A informação foi confirmada nesta tarde pela Secretaria Municipal da Saúde. A região está alagada desde o último dia 8, após o temporal que causou estragos em toda a cidade.


Em apenas 17 dias, as enchentes já fizeram 29 mortos no Estadode S.Paulo. Só anteontem, seis pessoas morreram no interior e na Grande São Paulo. Os números já ultrapassam a marca do verão passado. Segundo a Defesa Civil do Estado, entre 1º de dezembro de 2008 e 4 de abril de 2009, 24 mortes foram registradas.


Até a Folha do Serra critica o governador em editorial


Alagados

AINDA NÃO está completamente esclarecida a sucessão de eventos, além da forte chuva, que levou ao alagamento de seis bairros no extremo leste da cidade de São Paulo. Há mais de uma semana água e esgoto sem tratamento se misturam, cobrem ruas e invadem casas na região conhecida como Pantanal, prejudicando a vida de cerca de 10 mil pessoas.

Ao mesmo tempo, já se sabe que uma barragem, responsável pelo fluxo de água para o Tietê nas proximidades do Pantanal, foi fechada na terça-feira, dia 8, durante a forte tempestade que atingiu São Paulo. A contenção do fluxo de água que chegava àqueles bairros deve ter contribuído para o transbordamento do rio na região.

Outra série de erros deriva do descaso do poder público. Já se sabe que o enorme fluxo de esgoto que se misturou à água foi causado por falhas numa estação local de tratamento da Sabesp. As bombas de esgoto, localizadas em áreas expostas a alagamentos, foram inundadas e deixaram de funcionar. Mais de 300 milhões de litros de material não tratado foram lançados no rio.

Há falhas anteriores. As ocupações ilegais na região de várzea deveriam ter sido impedidas. Mas o poder público, além de ter permitido a instalação das famílias, construiu ali um conjunto habitacional e uma escola. Chancelou uma situação de fato sem, contudo, ter melhorado, concomitantemente, o saneamento e a proteção contra enchentes.

Nos dias que se seguiram ao alagamento e ao despejo de esgoto, a prefeitura cogitou e descartou a possibilidade de drenar a água, e só agora anuncia a remoção das famílias.  Ao descaso de anos se soma uma ação confusa e ineficiente para um problema que exigia respostas imediatas.

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