O PSDB vai adotar a mesma estratégia que tanto critica nas viagens do Presidente Lula e Dilma Rousseff: levará Brasil afora os pré-candidatos tucanos para interagir com a população e conhecer os problemas sociais do país. Assim como Lula, para não ter problemas com a Justiça Eleitoral, o partido fingirá que não está em campanha.
Como resposta às críticas do DEM - o principal aliado para 2010 - sobre a passividade neste momento de pré-campanha, os tucanos elaboram uma agenda de viagens para os governadores Aécio Neves (Minas Gerais) e José Serra (São Paulo) fazerem corpo a corpo com a população e não falarem apenas para a parte politizada e filiada ao PSDB. A ideia é mostrar que os petistas não estão mais falando sozinhos.
A tarefa está sendo tocada pelo presidente nacional da legenda, senador Sérgio Guerra (PE). "Não adianta mais participar dos seminários regionais. A ideia não é só falar para os nossos (militantes), é interagir também com a população", disse Guerra. Ele ressalvou: "Mas com o cuidado de não fazer campanha". Aliás, toda cautela é pouca nessa questão. Até porque, com o DEM, o PSDB entrou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em protesto contra a recente excursão presidencial de três dias às obras no Rio São Francisco.
Fase de elaboração
As viagens, segundo Sérgio Guerra, não vão priorizar regiões do país - o Nordeste, por exemplo, onde Lula tem os maiores índices de popularidade. "A agenda não é geográfica, mas social", disse o presidente tucano. Ele não quis revelar por onde começará o giro popular tucano, anunciado depois que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso recebeu Guerra, o senador Tasso Jereissati e o governador Aécio Neves para um jantar em sua residência, em São Paulo. "Ainda estamos em fase de elaboração (dos roteiros)", sustentou o presidente do partido.
Barulho sem otimismo
Enquanto sai em campanha eleitoral pelo Brasil a fora, a oposição faz mais uma tentativa de evitar que o Presidente Lula e Dilma Rousseff, continuem viajando pelo país . Para evitar que os governistas se beneficiem de armas de campanha que os tucanos querem utilizar há tempos, PSDB, DEM e PPS entraram com mais uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O documento afirma: as viagens do presidente pelo país são pretextos para divulgar a candidatura da ministra e para antecipar a campanha de 2010.
A nova ação é a sétima tentativa dos oposicionistas de frear as andanças da cúpula do atual governo pelo país com ações na Justiça. Apesar do barulho que costumam fazer a cada representação, os oposicionistas não estão otimistas. Quatro das sete ações apresentadas desde 2008 já foram negadas porque os ministros da Corte entenderam que não havia provas de que as viagens são realizadas sob pretexto eleitoral. As outras ainda estão sob análise.
Para o presidente do TSE, Carlos Ayres Britto, as decisões anteriores não querem dizer que a Corte tende a negar esse tipo de pedido. "O julgamento desfavorável evidencia inconsistência no preparo das representações. Se houver peças bem elaboradas, a tendência é que a Justiça Eleitoral atue mais de acordo com as expectativas."
Derrotas
Apesar da garantia do presidente do TSE de que o quadro de derrotas da oposição nas ações contra a atual cúpula do Executivo possa se modificar se houver ações mais consistentes, integrantes do DEM e do PSDB ainda tinham dúvidas ontem se a melhor estratégia era mesmo entrar com uma nova representação. Além dos pedidos já negados, pesou na avaliação dos parlamentares o fato de todos desejarem que o candidato tucano à presidência também participe de eventos com ares eleitorais.
Por isso, alguns acreditavam que o desfecho das críticas à viagem do Presidente Lula e da ministra Dilma Rousseff às obras de transposição do São Francisco ficaria restrito a um requerimento de informação protocolado ontem na Mesa da Câmara. O documento pedia detalhes à presidência da República sobre os gastos e as funções de cada integrante da comitiva presidencial na viagem, que durou três dias. "Vamos pedir informações. Isso é certo. A partir daí, veremos o que fazer. Não sei se a presidência da legenda está pensando em outra coisa", comentou o líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO), no início da tarde.
O quadro e as perspectivas se modificaram quando deputados das duas legendas começaram a pressionar por uma posição mais radical, tendo em vista as últimas declarações do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, sobre a conotação política das andanças de Lula e Dilma.Com informações do Correio Braziliense
Resposta de Marco Aurélio
O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, foi um dos mais veementes na resposta à Gilmar Mendes. Segundo Garcia, o presidente do STF deveria se resguardar e se manifestar apenas nos julgamentos que comanda.
- O presidente do STF, em geral, deve falar nos autos, não deve falar em outras ocasiões, na minha modestíssima opinião - disse Marco Aurélio.
Para o assessor, os governadores de São Paulo, José Serra, e de Minas Gerais, Aécio Neves, ambos do PSDB, também podem ser alvos de investigações da Justiça Eleitoral. - De qualquer maneira, se a gente for examinar a conduta de dois governadores em seus estados, o Serra, em São Paulo, e o Aécio, em Minas Gerais, essa conduta poderia ser perfeitamente qualificada como conduta que produz efeitos eleitorais.
Para o assessor especial da Presidência da República, todas as ações acabam por surtir efeitos políticos e eleitorais.
- É muito difícil, para quem conhece o presidente Lula, que ele passe discretamente fazendo uma inspeção pelo Rio São Francisco.
Se isso tem efeito eleitoral? Tem efeito. (Assim como) se o governo fizer uma bobagem qualquer, e às vezes faz, isso tem efeito eleitoral e negativo - ponderou Garcia.
Resposta de Marco Aurélio
O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, foi um dos mais veementes na resposta à Gilmar Mendes. Segundo Garcia, o presidente do STF deveria se resguardar e se manifestar apenas nos julgamentos que comanda.
- O presidente do STF, em geral, deve falar nos autos, não deve falar em outras ocasiões, na minha modestíssima opinião - disse Marco Aurélio.
Para o assessor, os governadores de São Paulo, José Serra, e de Minas Gerais, Aécio Neves, ambos do PSDB, também podem ser alvos de investigações da Justiça Eleitoral. - De qualquer maneira, se a gente for examinar a conduta de dois governadores em seus estados, o Serra, em São Paulo, e o Aécio, em Minas Gerais, essa conduta poderia ser perfeitamente qualificada como conduta que produz efeitos eleitorais.
Para o assessor especial da Presidência da República, todas as ações acabam por surtir efeitos políticos e eleitorais.
- É muito difícil, para quem conhece o presidente Lula, que ele passe discretamente fazendo uma inspeção pelo Rio São Francisco.
Se isso tem efeito eleitoral? Tem efeito. (Assim como) se o governo fizer uma bobagem qualquer, e às vezes faz, isso tem efeito eleitoral e negativo - ponderou Garcia.
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