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quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Kassab corta serviços de varrição. Empresas demitem e cidade fica alagada


A prefeitura de São Paulo contingenciou 20% dos gastos com varrição e recolhimento de entulhos para o período de agosto a dezembro deste ano. Empresas que prestam os serviços de conservação e limpeza e o sindicato dos trabalhadores nesse segmento dizem, porém, que cerca de 1,6 mil dos empregados já foram demitidos, num universo total de 8 mil trabalhadores em varrição e serviços complementares na capital paulista. Segundo o sindicato dos trabalhadores, cerca de 800 funcionários já deixaram o serviço. O restante cumpre aviso prévio.

O lixo acumulado no centro de São Paulo, ontem, ajudou a agravar problema provocado pelas chuvas. Pela manhã, ventos e enxurradas espalharam o lixo, que tapou bueiros e bocas-de-lobo. O lixo fora de sacos ou descartado inadequadamente em sacolas de supermercado era presença constante em ruas que sofreram alagamentos, como as alamedas Glete e Nothmann, na Santa Cecília, e na praça Júlio Prestes, no centro.

O Siemaco de São Paulo, que reúne os trabalhadores de limpeza urbana, diz que até o fim do mês devem ser demitidos outros 1,4 mil varredores e ajudantes. "Até o fim de setembro serão 3 mil demitidos", diz Moacyr Pereira, presidente do Siemaco, que já questionou o motivo das demissões em representação ao Ministério Público.

Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, as despesas com contratos para os serviços de varrição e coleta de entulhos devem ser reduzidos em 20% para os últimos cinco meses do ano.

A despesa prevista com esse serviço para 2009 era de R$ 264 milhões. Levando em conta a previsão de gasto anual, o represamento de despesas deve ficar em torno de R$ 22 milhões. A assessoria da prefeitura não soube dizer como as propostas apresentadas aliam a manutenção do serviço com o corte de 20% no valor dos contratos.

Ariovaldo Caodaglio, presidente do Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana no Estado de São Paulo (Selur), afirma que as companhias terão de reduzir até 35% do seu quadro de funcionários, dependendo de cada caso. "Não tem como segurar mão de obra que não vai ser utilizada", diz. Carlos Silva Filho, diretor de relações institucionais da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) diz que há risco de agravamento do problema de enchentes com o corte de despesas com limpeza.

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