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domingo, 6 de setembro de 2009

A imprensa esqueceu de falar do terceiro mandato de Uribe

Os petistas estão inconformados com o tratamento dado a Lula, no Brasil, e a Álvaro Uribe, na Colômbia, sobre a possibilidade de disputar um terceiro mandato presidencial consecutivo. O deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), disse estranhar o silêncio da mídia e da oposição encabeçada pelo PSDB, DEM e PPS. "A reeleição de Chávez (Venezuela) ou de um terceiro mandato para Lula, sempre houve uma reação feroz desses setores, mas com Uribe, um preposto dos EUA, há um silêncio escandaloso. Esse comportamento seria estranho se não fosse óbvio".

O Senado colombiano aprovou nesta quarta-feira, 19, um projeto de lei que permite ao presidente Álvaro Uribe concorrer a um terceiro mandato. A proposta ainda precisa ser votada na Câmara do país. Caso seja aprovada, os eleitores participarão de um referendo que decidirá sobre a possibilidade de reeleição para o mandatário direitista.

Por aqui, jornais, tevês e portais de internet deram pouco destaque ao fato. Postura diferente daquela adotada no início deste ano, quando o país era a Venezuela, e o candidato à reeleição o esquerdista Hugo Chávez.

Uma breve pesquisa no Google evidencia a discrepância na cobertura da imprensa brasileira. Ao utilizar as palavras chave "reeleição Chávez" no buscador, são encontrados aproximadamente 1370 resultados só no ano de 2009; no mesmo período, e com as palavras chave "reeleição Uribe", são exibidos cerca de 598 - menos da metade.

"Esse é o posicionamento claro da grande mídia, que faz uma diferenciação dos governos alinhados com os Estados Unidos e aqueles que são voltados às demandas populares e à proposta de integração da América Latina", disse o crítico de mídia Laurindo Leal Filho, doutor em ciências da comunicação pela USP (Universidade de São Paulo) e professor da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade, entrevistado no Terra Magazine.

No último mês de fevereiro, Chávez venceu um referendo que o possibilita concorrer a mais um mandato presidencial. Anteriormente, a proposta havia sido rejeitada em consulta popular realizada 2007.

"É uma distinção ideológica", afirma o professor. "No caso dos jornais impressos, é uma decisão editorial de empresas particulares com posições políticas; agora, no caso das emissoras de rádio e TV é mais complicado, porque elas são concessões públicas que não deveriam tomar partido", diz Laurindo Leal Filho.

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