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quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Arthur Virgílio atira em Renan e acerta Marco Maciel


O funcionário que recebeu salário do Senado Federal mesmo durante o período em que ficou preso trabalhava no gabinete de Marco Maciel (DEM-PE). A informação foi confirmada na noite desta quarta-feira (16) pela assessoria de imprensa do parlamentar.

A denúncia foi feita pelo líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), no plenário do Senado, na terça-feira (15), durante a votação da reforma eleitoral. No entanto, ele não revelou o nome do senador envolvido no episódio.

O assunto voltou ao plenário nesta quarta-feira, quando o líder tucano, Arthur Virgílio (AM), exigiu que o peemedebista revelasse o nome do senador que teria mantido o salário do servidor preso.

"Eu acho que é dever do senador Renan Calheiros, sob pena de prevaricação, declinar o nome do senador. Temos que começar a aclarar as coisas, porque é um absurdo que alguém mantenha um presidiário vivendo à custa do Senado", disse.

Segundo a assessoria de Maciel, à época foi instaurado um processo administrativo disciplinar para se apurar as responsabilidades sobre o caso. Os responsáveis já estariam ressarcindo os cofres do Senado pelo pagamento indevido.

Uma entrevista foi marcada para esta quinta-feira para que a chefia de gabinete dê mais detalhes sobre o caso.

De acordo com o Blog do tucano do Pannunzio, a prisão teria ocorrido em 1994, ano em que Marco Maciel renunciou ao cargo de senador para a campanha à vice-presidência da República. Seu suplente era Joel Holanda Cordeiro.

Em maio deste ano, uma matéria do jornal O Estado de S.Paulo, contava o seguinte:

Irmão de servidor preso recebeu salário por 5 anos

Também funcionário do Senado, Sílvio Esteves falsificava folha de ponto de condenado por latrocínio

Condenado por roubo seguido de morte em 1991 e preso na Papuda, em Brasília, um funcionário do Senado - João Paulo Esteves - continuou a receber seu salário por cinco anos, mesmo sem aparecer no Congresso para trabalhar. Nesse período, conforme o Ministério Público, a folha de ponto de João Paulo era falsificada pelo irmão Sílvio Esteves, também servidor, ou sua presença era atestada por Maria Socorro Rodrigues, chefe do gabinete do ex-senador Joel de Hollanda (PE), na época do PFL, hoje DEM, onde João Paulo estava lotado.

Do blog do tucano Panuzio

Funcionário de Marco Maciel que recebia dinheiro do Senado em nome do irmão preso continua trabalhando na Casa

O ex-sub-chefe de gabinete do senador Marco Maciel, que recebeu dinheiro da Casa em nome do irmão continua empregado no Senado. Sílvio Esteves trabalha atualmente como analista na sub-secretaria de anais e acumulou indevidamente uma quantia equivalente a R$ 219 mil.

Esse valor vem sendo pago ao Senado. Foi corrigido e é descontado diretamente da folha de pagamento do infrator.

A apropriação começou em 1991. Em abril daquele ano, Sílvio convenceu o senador a lotar em seu gabinete João Paulo Esteves. Meses depois, sob a alegação de que o irmão era dependente de álcool, informou que o funionário se tratava em uma clínica de reabilitação.

Mas em dezembro de 91, João acabou sendo preso por latrocínio, crime cometido em 1977.

Neste período, as justificativas para a ausência de João eram a de que o antigo servidor da gráfica se ausentava para realizar exames. Isso, inclusive, era confirmado com a apresentação de atestados médicos.

A notícia de que João era uma espécie de funcionário fantasma só veio em 1996, quando ele passou do regime fechado para o semi-aberto. Com a descoberta da infração cometida por Sílvio, que embolsava todo o salário, dois processos administrativos foram movidos pelo Senado. A pena, que num primeiro momento poderia acarretar na demissão do ex-sub-chefe de gabinete, foi convertida em multa de 50% do salário e 90 dias de serviço.

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