O site "Marina Silva presidente" já existe há pelo menos 3 meses. A primeira postagem é de primeiro de maio.
O assunto voltou, com a publicação de uma nota da jornalista Mônica Bergamo, na Folha de José Serra (Folha S.Paulo), afirmando que o presidente nacional do PV, José Luiz Penna, convidou Marina a candidatar-se pelo PV, apresentado uma pesquisa em que ela apareceria com até 12% dos votos.
O PIG trata o assunto com "entusiasmo" de "novidade" porque vislumbra uma hipotética candidatura de Marina como linha auxiliar para retirar votos de Dilma, e dando a chance de Serra chegar ao segundo turno. Ou seja, desempenhar o mesmo papel que teve Heloísa Helena em 2006.
Marina Silva (PT/AC) é uma liderança de respeito, tem trajetória política irretocável, e fez um bom trabalho no ministério do meio ambiente, e continua fazendo no Congresso, quando o tema é ambiental. Suas divergências pontuais na política ambiental é respeitável, e é normal embates dentro de partidos e dentro de governos. Aparentemente, sua saída do Ministério se deveu por ser pouco flexível a negociar concessões irremediáveis. Isso é uma virtude fora do governo, mas tornar-se um defeito dentro do governo, quando não reúne condições de mobilizar, convencer ou apresentar alternativas para não ter que fazer concessões. Se um governo ficar preso a impasses, o mandato acaba e ele não faz nada, não governa.
Marina Silva erra em sua atuação como base governista no Senado, como erram outros 7 senadores da bancada do PT. Ela é fortemente ligada a movimentos sociais, não tem base eleitoral em São Paulo, onde a imprensa ainda influi mais, e não precisa temer a imprensa. Não há sentido execrar Sarney, alinhando-se a DEMos e tucanos, com vícios piores.
Seria bom se já tivéssemos no Brasil uma sociedade igualitária, com opção de várias candidaturas presidenciais, inclusive do mesmo campo, com diferenças em nuances, para o eleitor poder ter mais opções de escolha, sem correr riscos de retrocessos nas conquistas sociais e econômicas.
O problema atual é que no momento histórico só existem dois projetos nacionais antagônicos viáveis: o do governo Lula, continuando com Dilma, contra o projeto demo-tucano neoliberal de José Serra (PSDB/SP) ou Aécio Neves (PSDB/MG). Não há no horizonte visível possibilidade fora deste quadro com chances.
Assim como em 2006, Heloísa Helena chegou a pontuar perto 15% nas pesquisas (se não me engano), mas o eleitor tinha que escolher o futuro que queria para si entre duas candidaturas: Lula ou Alckmin. Heloísa Helena ficou apenas com 6,8% dos votos válidos, e Cristóvam Buarque com 2,6%.
Nesse contexto, candidaturas como de Marina Silva, acabam não encontrando espaço, porque o espaço não existe. Agregue-se à isso o fato do PV ter se tornado uma frente partidária, que tanto ocupa o Ministério da Cultura no governo federal, como apóia Kassab do DEMos em São Paulo, como tem como candidato Fernando Gabeira no Rio, que tornou-se o representante da elite conservadora demo-tucana, com apoio do DEMos, PSDB, do mercado financeiro, como Armínio Fraga, e da FIRJAN (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro).
Se o objetivo é tornar-se mais conhecida nacionalmente, a candidatura tem lógica. Se o objetivo é lutar por políticas sociais e ambientais, ela provavelmente terá bem mais problemas dentro do PV do que dentro do PT, onde ela é uma liderança e pode impor várias de suas teses.
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