PSDB e DEM aproveitaram ontem a ausência dos senadores do PT na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para aprovar um convite à ex-secretária da Receita Federal Lina Maria Vieira para prestar depoimento. A audiência será na próxima terça-feira. Os partidos de oposição esperam que a ex-secretária confirme a informação, dada por ela à imprensa.
A estratégia foi colocada em prática por tucanos e demistas no fim da reunião da CPI dos tucanos na terça-feira. Pela manhã a comissão reuniu-se para debater o projeto de minirreforma eleitoral, em audiência pública. Na sequência, na leitura da pauta, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), presidente da comissão, apresentou o requerimento de autoria do senador Antonio Carlos Magalhães Jr (DEM-BA), pedindo o convite da ex-secretária da Receita Federal. O senador do DEM relatou que o líder do PT, Aloizio Mercadante (SP), havia pedido, pelo telefone, para que não votassem o requerimento. A oposição preferiu aproveitar a ausência do PT.
Mercadante reclamou da manobra dos oposicionistas. Mas já era tarde e senadores do PSDB e DEM comemoravam a estratégia, muito embora ela tenha muito pouco efeito prático, na avaliação dos governistas - não há como dizer em que Dilma pensava, se efetivamente deu a ordem: acelerar as investigações para favorecer ou para esclarecer de vez a situação de Sarney. "Quem mandou não vir trabalhar", ironizou o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG). "A ministra Dilma desafiou Lina e agora vamos tentar esclarecer o que aconteceu", comentou o senador ACM Jr.
A oposição tentará, depois do depoimento de Lina, convidar a ministra Dilma a prestar esclarecimentos. O líder do PT no Senado evitou comentar a contradição de versões apresentadas por Lina e por Dilma. "Temos toda confiança na ministra", disse Aloizio Mercadante.
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