Pages

terça-feira, 4 de agosto de 2009

A aula de política de Flávio Dino do PCdoB

Flávio Dino é deputado Federal do PCdoB pelo Maranhão.

Faz oposição à Sarney no Maranhão e seu nome é lançado como pré-candidato ao governo do Estado em 2010, com chances.

Em 2008 Flávio Dino foi candidato à prefeito da capital, São Luís, e alcançou o segundo turno, ultrapassando candidatos de grandes partidos locais como PDT (do então governador Jackson Lago), do PMDB e do DEMos. Perdeu para o tucano João Castelo, mas seu desempenho eleitoral foi excelente, para um político novato (é ex-juiz e está em seu primeiro mandato político).

Em seu blog ele subscreveu um texto de um amigo advogado, a respeito de não embarcar nas campanhas "genéricas contra a corrupção", ou seja, sem causas que levem a boas consequencias.

Segue a íntegra da postagem:

SEM CAMPANHAS GENÉRICAS

Recebo mais um email com uma “campanha contra a corrupção”. É uma campanha absolutamente genérica. E eu não acredito em campanhas genéricas.

II
Só vejo seriedade em campanhas contra a corrupção se contemplarem -
a. A discussão do pré-sal.
b. A radical diminuição dos cargos “de confiança” ou “em comissão” nos três poderes. É preciso respeitar a regra do concurso.
c. Combater as terceirizações de mão-de-obra porque são uma grande fonte de desvio de recursos.
d. Acabar com as nomeações políticas para o TCU, TCEs e TCDF. Se são órgãos assessores dos poderes legislativos, que seus conselheiros ou ministros sejam concursados, e não nomeados por acordos políticos.
e. Estabelecimento de regras claras, transparentes e democráticas para as concessões de rádio e televisão.
f. Financiamento exclusivamente público das campanhas políticas.
g. Extinção das agências reguladores ou sua reformulação geral, onde somente seus próprios funcionários concursados possam ser dirigentes, e seu inconstitucional “poder legislativo” seja suprimido.
h. Fim do foro privilegiado para as autoridades.
i. Fim da prisão especial para quem tem curso superior.
j. Investigação sobre a drenagem de recursos públicos feita com as taxas de juros fixadas pelo Banco Central.
k. A proibição da propaganda dos órgãos púbicos em rádios, jornais e televisão, exceto nas questões educativas ou veiculações gratuitas como contrapartida da concessão.
l. etc.

III
Em outras palavras, só acredite em campanhas contra a corrupção se houver propostas concretas envolvidas. O que se tem visto é apenas o grito histérico que busca apanhar os desavisados, os cidadãos de bem que acham que colaborarão ao divulgar emails evasivos, que nada trazem de concreto, apenas o grito contra a corrupção.

IV
Quando são levantadas as propostas concretas, como as que exemplificativamente coloquei acima, os apoios desaparecem. Aquele político, aquele jornal, aquela televisão, não querem precisão nas propostas. Querem, apenas, o grito histérico, aquele que leva uma multidão - e uma multidão não é a cidadania em ação, é apenas a turba indignada. Ou seja, o velho udenismo.

V
As tais “campanhas genéricas” nada esclarecem. Ao contrário, escondem. Aponta-se um contrato supostamente superfaturado em 1 milhão de reais, por exemplo, enquanto é escondido o total da riqueza representado pelo pré-sal - e a possibilidade dessa riqueza ser tirada do povo brasileiro. É o gatuno que bate a carteira e ele mesmo sai a gritar “pega ladrão”. Cuidado, portanto, com essas campanhas absolutamente genéricas, tão vagas que são apoiadas pelos próprios gatunos.

0 Comentários:

Postar um comentário


Meus queridos e minhas queridas leitoras

Não publicamos comentários anônimos

Obrigada pela colaboração