A revista Veja desta semana, publica o envolvimento de José Sarney com Edemar Cid Ferreira, ex-banqueiro do Banco Santos, já condenado por crimes financeiros, alguns semelhantes aos de Daniel Dantas, porém bem mais modestos.
A revista confessa que escondeu estas denúncias na gaveta por um ano. Se a revista fosse ética teria publicado quando soube da informação, muito antes da eleição de Sarney para a presidência do Senado.
Das denúncias, só o próprio Sarney pode se defender. Ele é quem sabe o que fez e o que não fez, e cabe a ele responder pelos seus atos, se forem verdade.
Portanto essa nota nada tem a ver com a defesa dele, e sim com a revista Veja.
As denúncias, em sua maioria, não são novidade. O jornalista Luís Nassif já havia denunciado há muito tempo, muita coisa do que só agora a Veja publica.
Portanto, Sarney está na posição que esteve Eduardo Azeredo nos primórdios das denúncias do mensalão tucano, antes de serem formalizadas pelo Ministério Público.
As denúncias contra Sarney merecem a mesma apuração que teve Azeredo, e se provas houver de fato, sofrerá o mesmo rigor do MP.
Nassif escreveu que "Sarney é Sarney desde que entrou na política...".
É preciso acrescentar que a "Veja é a Veja desde que entrou na política..." também. Basta lembrar do grampo Gilmar-Demóstenes foi sem nunca ter sido, da Charuteira, da falsa conta de Lula no exterior, dos boxeadores cubanos, etc, etc, etc.
Pois a Veja deixou escapar no meio da matéria uma verdadeira confissão descarada de como é seletiva nas denúncias de corrupção, e como é protege a corrupção dos "amigos".
Nas palavras da própria revista:
"Há um ano, VEJA teve acesso a esse e outros documentos do rumoroso caso de liquidação extrajudicial do Banco Santos.
Na semana passada, finalmente ficou claro que JS-2 era o nome-código de uma conta em dólares de José Sarney... "
Ou seja, a Veja tinha esse material há um ano guardado na gaveta, para usar ou não usar, conforme fosse ou não "interessante".
Se pensasse no interesse público de informar, teria informado há um ano de qualquer maneira. Teria informado, pelo menos antes da eleição do Senado. Se achou que os indícios não eram suficientes para denunciar na época, não deveria ter publicado agora, enquanto não reunisse mais provas (a reportagem afirma que só o MP e Justiça poderá atestar se as informações que ela publica são o que são).
Imagine que José Sarney seguisse Orestes Quércia e flertasse com o outro JS, o José Serra? Então a Veja não publicaria.
E tem mais: se JS é codinome, quem pode provar com absoluta certeza que JS não é José Serra? Imagine essa notícia fora desta época quando Sarney exercia um mandato discreto, e José Serra estava envolvido no escândalo da ALSTOM?
O mal dos tucanos como José Serra é que são repetitivos, fazem a eterna política dos dossiês, aprendida com ACM. Se lixam para corrupção, gostam é de denuncismo.
Em 2002, quando Serra foi ultrapassado nas pesquisas por Roseana Sarney, forjou uma operação da Polícia Federal no caso Lunus. O desgaste na imprensa com o escândalo afastou Roseana da disputa, abrindo caminho para Serra chegar ao segundo turno.
Passada eleição de 2002, a própria imprensa reabilitou a imagem tanto de Roseana quanto de Sarney, quando interessou.
Agora tiram da gaveta outro dossiê, que confessadamente estava guardado há ano, com os mesmo objetivos: Sarney é um obstáculo na presidência do Senado para o objetivo demo-tucano de paralisar o Brasil no Senado. José Serra quer removê-lo, e recorre ao velho expediente do dossiê.
De qualquer forma, quando os poderosos brigam, o povo ganha. Então espera-se os próximos capítulos, inclusive a réplica de Sarney.
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