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sábado, 11 de julho de 2009

Efraim 30%: Empresa pagava propinas de R$ 300 mil por mês

A revista ISTOÉ trás notícia nesta semana sobre o esquema milionário de DEM na primeira-secretaria do Senado, que envolveu pagamentos de propinas de até 30% sobre contratos, citando depoimentos que incriminam especificamente Efraim Moraes.

MONTAGEM SOBRE FOTOS ROBERTO CASTRO, MURILLO CONST
HERÁCLITO FORTES
Primeiro-secretário desde janeiro de 2009, isolou Aloysio na gráfica, mas nomeou o primo dele como gestor de compras

ROMEU TUMA
Foi primeiro-secretário entre 2003 e 2004 pelo DEM, quando Aloysio comandava as licitações. Hoje está no PTB
MONTAGEM SOBRE FOTOS ROBERTO CASTRO, MURILLO CONST

MONTAGEM SOBRE FOTOS ROBERTO CASTRO, MURILLO CONST
ALOYSIO DE BRITO VIEIRA
Ex-presidente da Comissão de Licitação, está no Senado desde 1982 e é o personagem central do esquema

EFRAIM MORAIS
Primeiro-secretário de 2005 a 2008, é acusado de ter recebido R$ 300 mil mensais de uma prestadora de serviços
MONTAGEM SOBRE FOTOS ROBERTO CASTRO, MURILLO CONST

A primeira-secretaria do Senado Federal, é um feudo controlado há uma década com mão de ferro pelo DEMos (antigo PFL). Hoje está no posto Heráclito Fortes (DEM/PI). Sucedeu Efraim Morais (DEM/PB), e Romeu Tuma (na época no DEM/PFL, hoje no PTB).

A gestão do orçamento de R$ 2,7 bilhões por ano do Senado se dá nesta secretaria, na forma de uma caixa-preta, sem transparência, pois nenhum de nós sabe ao certo de que forma 81 Senadores consomem essa montanha de dinheiro.

Pois, o Ministério Público Federal começa a jogar uma luz nesta Caixa Preta.

Aloysio de Brito Vieira, o “Matraca”, é o elemento-chave.

Ex-presidente da Comissão de Licitação do Senado, se tornou o operador de um esquema de desvio de dinheiro público e pagamento de propinas que funciona com a conivência ou participação de alguns senadores do DEM.

O Ministério Público, já denunciou Aloysio po:
- formação de quadrilha;
- corrupção ativa;
- crimes da lei de licitações.

ISTOÉ teve acesso à ação criminal. A associação criminosa, diz o MP, beneficiou pelo menos duas empresas:
- Conservo Brasília Serviços Técnicos e
- Ipanema Empresa de Serviços Gerais de Transportes.

Em consequência da Operação Mão-de-obra da Polícia Federal, o MPF também denunciou Aloysio em ação civil de improbidade administrativa, na qual ele poderá ser condenado a restituir R$ 36,8 milhões ao Senado, por desvios nas licitações para contratação de veículos, de vigilância desarmada e para serviços de rádio e televisão.


Na tarde da quinta-feira (9), a revista ISTOÉ apresentou documentos a um dos cabeças da organização que revelou como funcionava o esquema.

Propinas de 30% para Efraim Morais
Apenas uma empresa pagava R$ 300 mil por MÊS em propinas


Para fazer parte do pool de fornecedores do Senado, empresas eram obrigadas a pagar uma propina que, dependendo do valor do contrato, poderia chegar a 30%.

"Só a empresa Ipanema foi obrigada a pagar R$ 300 mil reais por mês para o primeiro-secretário Efraim Morais", contou.

A Ipanema Empresas de Serviços Gerais de Transportes Ltda., que recebia cerca de R$ 30 milhões por ano pela terceirização dos funcionários da agência, jornal, rádio e TV da Casa, atuou no Senado até o final de março.

Outras empresas como a Delta Engenharia Indústria e Comércio Ltda. e a Brasília Informática também teriam pago comissões a Efraim, segundo o participante do esquema.

Durante a gestão de Efraim à frente da primeira-secretaria, o dinheiro desviado chegava às mãos do senador por intermédio do assessor parlamentar Eduardo Bonifácio Ferreira.

Era ele quem levava o pacote com a dinheirama até o gabinete do senador democrata.
A importância de Bonifácio era tamanha que ele detinha a chave do gabinete e Efraim
Bonifácio chegou a ser filmado e fotografado pelo serviço de inteligência da Polícia Federal, a partir do circuito interno de câmeras do Senado.
Mesmo depois de perder o cargo de assessor, ele continuou com a chave do gabinete.



Segundo detalhou à ISTOÉ o integrante do grupo, os pagamentos mensais eram feitos em cima das faturas dos contratos. Assim que a fatura das empresas chegava ao banco, o percentual da propina era automaticamente retirado.

Ligado ao senador paulista Romeu Tuma (que foi primeiro-secretário pelo PFL/DEM e hoje é filiado ao PTB), Aloysio de Brito Vieira entrou no Senado como servidor efetivo em 1982 e trabalhou no setor de compras e serviços a partir de 1999.

Em 2003 deixou a área formalmente, mas continua a manter contatos com as empresas fornecedoras.

Em março de 2008, Aloysio assumiu outra área sensível na Casa.

Pelas mãos de Efraim, foi guindado à presidência da comissão encarregada de cuidar da verba indenizatória.

Ali, atestou as suspeitas notas apresentadas pelos senadores. Este ano, em meio à crise em que mergulhou a Casa, Aloysio foi acomodado, por orientação do novo primeiro-secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI), numa pequena sala localizada na gráfica da Casa.

Submergiu para sair dos holofotes. Mas o setor de compras pouco mudou de mãos. Sem alarde, seu sócio e primo Max Silveira Vieira foi nomeado por Heráclito na terça-feira 7, por meio do ato número 35 de 2009, para a Comissão de Gestão de Contratos.

Depois que começou a operar a caixa-preta do DEM no Senado, Aloysio engordou seu patrimônio.

Construiu uma mansão avaliada em R$ 2 milhões em Pirenópolis (GO), comprou apartamentos, carros de luxo, terrenos e, em sociedade com Max, um restaurante, o Unanimitá. "Gastei R$ 300 mil para fazer a reforma na casa. Esse é o valor dela", afirma Aloysio.

A família ainda tem um braço na área de informática: Vitor Guimarães Vieira, que, em 2005, durante a gestão de Efraim na primeira-secretaria, foi diretor executivo do Interlegis (portal dos poderes legislativos).

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