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sábado, 18 de julho de 2009

Reservas atingem recorde de US$ 209 bi


Divisas estrangeiras funcionam como um seguro contra crises e são importante indicador da solvência do país. Volume pode chegar a US$ 224 bi no fim do ano

O governo brasileiro registrou mais um recorde na economia. Nunca na história deste país as reservas internacionais foram tão altas. O resultado histórico foi alcançado na quinta-feira, quando o Banco Central acumulou US$ 209,576 bilhões, de acordo os dados divulgados ontem. Antes, o nível mais elevado havia sido de US$ 209,386 bilhões em 6 de outubro do ano passado.

As reservas são o volume de moeda estrangeira, principalmente dólares, que o governo guarda em caixa para usar em caso de necessidade. Esses recursos entram no país por meio da receita das exportações e das aplicações financeiras e compõem as reservas, que também crescem com as compras de moeda americana feitas pelo Banco Central. Para adquirir as divisas, o BC emite títulos públicos, que são remunerados de acordo com a taxa básica de juros (Selic). Já as reservas são aplicadas no mercado financeiro internacional, a maior parte em títulos do Tesouro americano, que pagam juros menores do que a Selic brasileira.

"O aumento das reservas é sempre um fenômeno muito positivo", diz Felipe Salto, economista da Tendências Consultoria Econômica. "Transmite uma imagem de solidez da economia. Afinal, este crescimento reflete uma situação comercial favorável ao país. Significa que a balança comercial está com um fluxo positivo e que os riscos do balanço de pagamentos são reduzidos." Salto lembra ainda que as reservas são montadas para serem usadas em períodos de grande oscilação do câmbio. "É uma forma de proteger os exportadores", explica.

Especulação

Desde o início do Plano Real, o Brasil amargou alguns momentos de crise, fruto da especulação com a moeda brasileira, que fez o dólar disparar em determinados momentos. Foi o que aconteceu, por exemplo, em 1997, com a crise asiática, que varreu os chamados tigres asiáticos - Hong Kong, Cingapura, Coreia do Sul e Taiwan -, contaminou a Rússia e chegou ao Brasil. Sem reservas para se proteger, a alta do dólar foi inevitável, tamanha a saída dos investimentos estrangeiros, e o país foi obrigado a subir os juros para 43%.

Para o economista da Tendências, as reservas brasileiras devem continuar subindo. A previsão da empresa de consultoria é de que esse indicador encerre 2009 registrando US$ 224,5 bilhões e alcance US$ 269,5 bilhões no fim de 2010. (Correio Braziliense)

Para você entender

As reservas internacionais são uma espécie de colchão que permite proteger a economia dos efeitos perversos das grandes oscilações do dólar em períodos muito curtos. Um comportamento desse tipo atinge em cheio os exportadores e todos aqueles que lidam com produtos importados. Sem parâmetro para o dólar, fica difícil definir os preços de venda dos produtos. É o que acontece também com quem está se preparando para viajar ao exterior, em época de férias, como a atual, por exemplo. Com a moeda americana flutuando intensamente em períodos muito curtos, é complicado decidir o momento exato para fazer a troca dos reais pelos dólares.(LV)


Em alta


As reservas

cambiais do Brasil

Ano US$ bilhões

2005 53,8

2006 85,8

2007 180,3

2008 206,8

2009* 224,5

2010* 269,5

Fonte: Tendências Consultoria Econômica

* Estimativa

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