Funcionários do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não muito afeitos ao mundo virtual vão estranhar o nome de um novo partido que, nas próximas semanas, pedirá o registro provisório. A nova legenda vai requisitar ao TSE o batismo de Partido Pirata, a exemplo do que foi feito em outros 20 países, sendo que em seis deles já é formal e disputa eleições.
No Brasil foi criado há dois anos por um grupo interessado na discussão de direitos autorais e liberdades civis. Hoje o Partido Pirata ainda é um grupo de pessoas reunidos em torno das mesmas ideias, mas sem nenhuma regra formal ou controle por parte de seus integrantes. Ao todo, são cerca de mil pessoas cadastradas no site do "partido".
O Partido Pirata é um fenômeno da internet. Nasceu após sucessivas brigas entre a indústria fonográfica e um site sueco (o piratebay.com) criado por jovens que queriam facilitar a vida de internautas que gostariam de compartilhar arquivos. Em torno da recorrente batalha sobre direitos autorais, liberdade de expressão e outras questões, o partido espalhou-se da Europa pelo mundo.
No Brasil seus integrantes pretendem ter como bandeira o direito autoral, a transparência das informações governamentais e a inclusão digital. "A questão dos direitos civis é primordial, mas acreditamos que também possamos avançar em temas importantes, como a disseminação do governo eletrônico", diz Jorge Machado, porta voz do grupo.
Jorge, professor de políticas públicas da faculdade de Sociologia da USP, diz que a maior dificuldade à formalização do Partido Pirata são as barreiras físicas. Na internet, diz, o grupo circula com facilidade e conhece os atalhos para se estruturar. Mas quando passa ao mundo real, as coisas ficam mais complicadas.
Para os piratas, a maior dificuldade está na estrutura necessária para conquistar os 500 mil filiados exigidos. "Se a filiação pela internet fosse permitida, seria mais fácil". diz Jorge
Com o registro provisório, buscam ganhar popularidade. "Temos que ir para a rua, como um partido comum, buscar reconhecimento popular".
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