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sábado, 4 de julho de 2009

Lula deu a fórmula de governar e combater a corrupção ao mesmo tempo. Porque os senadores do PT não copiam?

Honestidade não é plataforma política. É obrigação. É dever de qualquer cidadão e qualquer político.

O problema é que o dinheiro público está lá, nos governos, e assim como uma luz acesa atrai mariposas, os cofres públicos exercem uma atração irresistível para corruptos.

Nas democracias, onde os bons e os corruptos estão sujeitos a se elegerem, manter um governo limpo é como seguir regras de higiene. Uma pessoa para ficar limpa precisa tomar banho todo dia (pelo menos no clima tropical).

Um governo também tem que estar constantamente fazendo uma limpeza na casa, para manter-se limpo.

Governos democráticos, constantemente estão sendo sujados, e constantemente precisam ser limpos.

Nas democracias sempre haverá algum "porco" entrando na sala do governo (com legitimidade do voto) e fazendo sujeira.

Um governo é corrupto quando não limpa a sujeira. Era o caso do governo de FHC, e é o caso dos governos demo-tucanos em seus estados, como José Serra, que não investiga as denúncias contra seu governo e as abafa, como Yeda Crusius e Aécio Neves (para ficarmos nos casos mais vistosos).

O modo demo-tucano de governar não é limpar, é jogar um perfume caro francês para esconder o mau cheiro. E quanto maior o mau cheiro, mais gastam com perfume caro para cobrir o fedor.

O perfume, no caso, é a propaganda, o controle da mídia, é a imagem artificialmente mostrada.

Já um governo não corrupto é aquele que limpa a sujeira. Faz igual à um bar ou restaurante que respeita normas de higiene e limpeza. Na hora que encerra o expediente, faz uma faxina todo dia, para, no dia seguinte, abrir limpo de novo.

O governo Lula não é corrupto, porque o Presidente soube separá-lo em dois: o pessoal que conduz as políticas públicas com as verbas do orçamento da união, e a Polícia Federal e a CGU que faz a limpeza.

Quem suja, é pego pela Polícia Federal (sob controle externo e independente do Ministério Público) quando faz a limpeza.

É por isso que o Presidente Lula não tem medo de exercer a governabilidade com o PMDB e com outros partidos fisiológicos. Todos podem participar do governo na condução das políticas públicas para cumprir o programa de governo para o qual o povo elegeu. Quem sujar será pego pela Polícia Federal.

A mesma fórmula que deu certo no executivo, deve ser imitada no legislativo. E é isso que a bancada do PT no Senado deve defender.

No Senado existe o corporativismo que ainda impede de instalar um sistema de higienizaçãio da corrupção semelhante na casa.

Mas é justamente esse sistema que o PT precisa defender em vez de demonizar apenas Sarney.

Todos os senadores tem algum rabo preso com algum gasto que sabem não ser bem visto pelo eleitor, seja com telefonemas, seja com viagens, seja um emprego desnecessário a um correligionário, seja com tapioca.

Por isso todos sempre preferiram manter um acordo tácito de cada um ter seu feudo de gastos, e não se meterem na área do outro.

Os senadores do PT que cometeram pequenos pecados, em valores pequenos (perto do orçamento do senado), estão acuados com medo de serem desconstruídos por isso.

Pecaram também pelo corporativismo de se omitirem sobre o que se passa no Congresso, enquanto o DEM que sempre controlou a secretaria dos contratos e licitações cometia os grandes pecados milionários.

O DEM e PSDB tem péssimas cartas nas mãos, e estão blefando com maestria ao traçarem uma pauta plantada na imprensa: demonizar Sarney como se fosse a encarnação de todos os males dos 81 senadores que cometeram as mesmas mazelas de Sarney (uns mais, outros menos).

Espertamente, o objetivo demo-tucano não é fazer a higiene do senado. É jogar um "perfume" para tapar o fedor do lado da bancada deles, e, em seguida jogar a sujeira no colo do PT.

O objetivo demo-tucano é dar o golpe e assumir o controle da mesa do Senado.

Em seguida, com o controle da mesa, controlam a pauta de escândalos na casa, seletivamente, em jogo combinado com a imprensa, que eles tão bem dominam.

Obviamente que Sarney fora do caminho já passará a ser poupado, assim como aconteceu com Renan Calheiros, e imediatamente sairá da pauta de escândalos, e em show de cinismo, passará a ser cortejado pela oposição.

O alvo será espalhar no ventilador as tapiocas do PT e do governo Lula, escondendo os milhões movimentados nos contratos milionários sob comando de Efraim Moraes, Heráclito Fortes e outros das bancadas demo-tucanas.

O PT tem cartas muito melhores nas mãos para se sair bem dessa história, sem cair nesse blefe. Aliás tem cartas na mão, para sair consagrado e fazer barba, cabelo e bigode nas eleições de 2010.

No entanto está seguindo bovinamente em direção ao matadouro demo-tucano, quando teme ficar com a pecha de defender Sarney, enquanto aqueles que elegeram Sarney (DEM e parte do PSDB) espertamente jogam para platéia fingindo estar contra Sarney.

Não há o que temer, se tratar o assunto com altivez e abandonando o corporativismo.

Basta a bancada do PT usar as excelentes cartas que tem nas mãos e argumentar:

1) O PT defende a Presidência do Senado continuar sob comando da bancada governista, conforme o eleitor delegou nas eleições. Por isso não é a pessoa de Sarney que está sendo defendida, é a Presidência do Senado, assim como um exército nacional tem obrigação moral e patriótica de defender a integridade territorial do país, diante de uma invasão estrangeira, independente de gostar ou não do governo de plantão.

2) A defesa do posto da Presidência do Senado é um dever de quem tem compromissos de defender os interesses da maioria dos cidadãos brasileiros que elegeram o projeto nacional do governo Lula, contra o projeto neoliberal do adversário do PSDB coligado ao DEM.

3) Manter a Presidência do Senado sob a base governista significa defender o projeto de mudança do marco regulatório do petróleo, para garantir o pré-sal para os brasileiros. Significa manter e ampliar as conquistas sociais e econômicas conseguidas por este governo. Garantir o bom andamento do PAC, do programa Nossa Casa, Nossa Vida, do Bolsa-Família, da política de aumentos reais do salário-mínimo, da recomposição da estrutura do estado para cumprir seu papel e prestar os serviços públicos, do Pro-Uni, da expansão universitária, da escola técnica, da reforma agrária e agricultura familiar. Garantir as políticas anti-cíclicas de geração e manutenção de empregos diante da crise internacional, e a continuidade da política de distribuição de renda, inclusão social e correção dos desequilíbrios regionais.

4) O PT não pode consentir que o Senado tenha a representação popular, democraticamente eleita, desvirtuada da vontade do eleitor, entregando o comando do Senado à projetos partidários contrários aos escolhidos pelo povo para conduzir o destino do Brasil.

5) O PT não apóia um golpe, para o PSDB assumir a presidência do Senado, quando o eleitor escolheu nas urnas a maior bancada do PMDB. Só o PMDB pode renunciar à isso por vontade própria, e não por mera pressão política da oposição. O PSDB e o DEM devem tentar conquistar esses cargos legitimamente, no voto popular em 2010, e não através de um golpe nas regras democráticas.

6) O Presidente do Senado (seja que nome for, que por acaso, é Sarney) tem o apoio do PT com a condição de moralizar o Senado. Não é um apoio pessoal, nem incondicional. É um apoio programático e partidário para reformar as estruturas, reduzir as despesas, moralizar o senado e cumprir a agenda de votações nas mudanças que o povo brasileiro tem expectativa.

7) No passado recente o menestrel da Alagoas, Teotônio Vilela (pai do atual governador de Alagoas, pelo PSDB), saiu de um passado de usineiro, das oligarquias que apoiaram o regime ditatorial, e abriu dissidência no partido conservador na época, a ARENA, desempenhando importante papel na redemocratização. Hoje, Sarney, vindo do campo político adversário, contribui com o governo progressista do presidente Lula, e também pode desempenhar um papel importante, se contribuir para conduzir as reformas estruturais na administração do Senado, como na votação das propostas de avanços sociais para o povo brasileiro, no senado.

8) Só há sentido em afastar Sarney, caso a mesa toda do Senado também se afaste, pois acusações semelhantes às que pesam contra Sarney, pesam também contra outros membros da mesa, como Marconi Perillo (PSDB) e Heráclito Fortes (DEM).

9) Desvios de condutas pessoais de senadores não podem ser toleradas, doa a quem doer. Denúncias de natureza criminal não podem ser tratados de forma meramente política, dentro do ambiente político corporativo do senado, pois levam à impunidade. Devem ser encaminhadas às instâncias corretas, legítimas e independentes: Ministério Público.

10) O fórum apropriado para discutir a ética de senadores é no Conselho de ética, e não em intermináveis pronunciamentos no plenário, palco das discussões nacionais e políticas públicas. O PT defende que a bancada que entender que algum senador faltou com decoro e ética, que apresente representação ao conselho de ética, e julgue a questão ali, em vez de pré-julgar e pedir afastamento antes de qualquer coisa.

11) O PT teve candidato próprio à presidência do Senado, o senador Tião Viana, e o DEM e parte do PSDB optaram por eleger Sarney. O PT, mesmo vencido, é defensor das regras democráticas escolhidas pela maioria, que devem ser acatadas e respeitadas. Só uma nova eleição consensual, ou um processo legítimo seguindo os trâmites, poderia revogar o resultado da eleição de Sarney.

12) Nenhum projeto pessoal ou partidário deve atropelar as regras democráticas, pelo contrário, deve se submeter às regras democráticas para ter legitimidade.

13) O PT não participou de coligações que elegeram Sarney no Amapá. Quem ajudou a eleger Sarney foi o PDT, coligado. Uma vez eleito, as regras democráticas e o mandato delegado pelo povo devem ser respeitados.

14) Mesmo no Maranhão, onde Sarney é influente, em 2006, Roseana Sarney concorreu ao governo pelo PFL (atual DEM). O PT apoiou outro candidato, do PSB. A voz do povo nas urnas também precisam ser respeitadas, gostemos ou não do resultado.

15) O PT considera inadequado e anti-democrático, aqueles que fizeram campanha para dar mandato à Sarney, agora, querer desrespeitar o resultado das urnas, e cassar o mandato delegado pelo povo de forma arbitrária e oportunística, sem provas suficientes e sem sequer o devido processo regimental.


Como visto acima, a coisa é tão simples. O presidente Lula já fez no poder executivo e já deu a receita, e a bancada do PT no Senado sofre à toa.

Se quiserem caprichar mais, e serem consagrados em 2010, dêem o xeque-mate:

Independente dos demais partidos, independente de Sarney, independente da base aliada, pois envolve unicamente os próprios gabinetes, peçam ao ministro Jorge Hage, da CGU, para ceder uns auditores, e criem um gabinete padrão de senador, modelo para ser seguido por todos os senadores do PT, um gabinete enxuto, com austeridade e sem nenhum desperdício do dinheiro público.

Os senadores do PT se consagram exibindo como troféu a economia proporcionada ao cidadão, com esse gabinete modelo.

Se consagrarão mais ainda, apresentando do alto da tribuna, esse gabinete padrão (já implantado como dever de casa) como proposta de norma a ser seguida por todos os senadores. Mostrando os números economizados, se todos seguirem a regra.

Peçam aos auditores para vasculharem contratos suspeitos, gastos supérfluos e indevidos no senado (fora dos gabinetes, mas nas contas que tiverem acesso) e façam ofícios para rescindir ou revisar (se consagrarão na tribuna, novamente).

Por que o Senado precisa gastar R$ 34 milhões com gráfica (isso fora salários de pessoal) para atender apenas 81 senadores em tempos de internet?

A própria gráfica do senado ainda tem razão para existir? Pelo menos com a dimensão que tem?

É fácil virar esse jogo. Basta ler e usar as cartas que os senadores do PT tem na mão, em vez de temerem o blefe dos demo-tucanos, alardeando que tem cartas impossíveis de ter.


Vamos todos enviar um email para os senadores do PT, com as sugestões?

Aloizio Mercadante SP: mercadante@senador.gov.br
Augusto Botelho RR: augusto.botelho@senador.gov.br
Delcídio Amaral MS: delcidio.amaral@senador.gov.br
Eduardo Suplicy SP: eduardo.suplicy@senador.gov.br
Fátima Cleide RO: fatima.cleide@senadora.gov.br
Flávio Arns PR: flavioarns@senador.gov.br
Ideli Salvatti SC: ideli.salvatti@senadora.gov.br
João Pedro AM: joaopedro@senador.gov.br
Marina Silva AC: marinasi@senado.gov.br
Paulo Paim RS: paulopaim@senador.gov.br
Serys Slhessarenko MT: serys@senadora.gov.br
Tião Viana AC: tiao.viana@senador.gov.br

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