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sexta-feira, 5 de junho de 2009

Caderneta volta a atrair investidor e capta R$ 1,8 bilhão em maio


Definidas as mudanças na caderneta de poupança que valerão para o ano que vem, o investidor voltou a sentir seguro para voltar a aplicar no investimento mais tradicional do país. Após dois meses consecutivos de resgates, a caderneta encerrou maio com captação de R$ 1,880 bilhão - um valor expressivo, considerando os saques de R$ 847 milhões em março e de R$ 942 milhões em abril.

Depois do terror espalhado pelo PPS, os resgates superam as aplicações em R$ 1,524 bilhão. Os dados constam do relatório mensal divulgado ontem pelo Banco Central (BC).O bom rendimento da caderneta de poupança, principalmente se comparado ao dos Fundos de Investimento que pagam imposto e cobram taxa de administração, foi responsável pela volta da captação positiva em maio. Segundo o Banco Central, a poupança obteve R$ 1,881 bilhão, resultado de depósitos de R$ 78,839 bilhões e saques de R$ 76,959 bilhões. A captação líquida é diferença entre depósitos e saques.

Com a captação positiva de maio, a segunda do ano, a poupança reverteu as perdas acumuladas em 2009. No período de cinco meses, a caderneta está positiva em R$ 356 milhões. Até abril, a poupança acumulava captação líquida negativa de R$ 1,523 bilhão. O saldo de maio, que equivale a todos os depósitos feitos pelos poupadores mais os rendimentos aplicados sobre as contas, superou R$ 278,56 bilhões.

Para o economista Demétrius Borel Lucindo, da Top Trade Investimentos, contribuiu para diminuir os saques na poupança uma decisão do governo. “As medidas para taxar a poupança a partir de 2010 foram adequadas, sem terrorismo”, avaliou. O governo anunciou que as cadernetas com saldo acima de R$ 50 mil vão passar a pagar Imposto de Renda no caso de a taxa Selic ficar muito baixa. Caso o governo tivesse tomado uma medida imediatista, o resultado poderia ser muito diferente, na opinião do economista. Para valer, a proposta ainda tem que ser aprovada pelo Congresso Nacional.

Apetite
Também contribuiu para a captação da caderneta ficar positiva o fim dos gastos adicionais de início de ano. Como a maioria dos poupadores têm poucos recursos guardados, eles servem muitas vezes para complementar a renda, que é deslocada para despesas como pagamento de matrícula e material escolar e impostos, típicos do começo do ano. “Certamente, teve saques para pagamento de dívidas e outros compromissos”, disse o economista Otávio Vaz, da Global Equity.

Os dois economistas garantem que o apetite dos investidores pelas aplicações, principalmente as que envolvem risco, como as ações na Bolsa, está voltando. “O dinheiro está fluindo mais e migrando de uma aplicação para outra, sempre em busca de rentabilidade”, disse Demétrius. Para ele, está sendo restaurada, aos poucos, a credibilidade do sistema financeiro. No ano passado, com a crise, muitos investidores perderam dinheiro e fugiram. Agora, com os juros baixíssimos pelo mundo afora, também os estrangeiros estão vendo no Brasil uma oportunidade de negócios.

De acordo com os dados da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid), a captação em fundos de investimento foi negativa no mês de maio em R$ 412 milhões. No último dia útil do mês, incide o sistema come-cotas , que é quando as administradoras cobram as taxas dos seus investidores. Foram R$ 2,7 bilhões. No ano, a captação em fundos está positiva em R$ 30,6 bilhões, com o saldo acumulado superior a R$ 1,24 trilhão.

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